Stablecoins alcançam maior valor desde o colapso do TerraUSD

O mercado de stablecoins atingiu um marco impressionante em novembro de 2024. A capitalização total do setor aumentou 9,94%, alcançando US$ 190 bilhões, o maior valor registrado desde o colapso da TerraUSD em 2022.

Esse crescimento destaca o fortalecimento contínuo das stablecoins, marcando o décimo quarto aumento consecutivo na capitalização mensal desde outubro de 2023.

Dados do CCData aponta que a TetherUSD (USDT) lidera o setor com uma participação de mercado de 69,9%, registrando um aumento de 10,5% em novembro e atingindo US$ 133 bilhões, um recorde histórico.

Desse modo, o USD Coin (USDC) segue como a segunda maior stablecoin, com sua capitalização subindo 12,1% para US$ 38,9 bilhões, o maior nível desde fevereiro de 2023.

O desempenho das duas stablecoins reflete a confiança do mercado, enquanto outras moedas, como FDUSD e Sky Dollar, enfrentaram quedas de 14,9% e 8,34%, respectivamente.

Volume de negócios com Stablecoins rumo a recordes

Segundo os dados, o volume de negociações de stablecoins em exchanges centralizadas também disparou em novembro. A atividade aumentou 77,5%, somando US$ 1,81 trilhão até o dia 25.

Caso o ritmo atual se mantenha, o volume anual poderá superar o recorde anterior, registrado em março.

Esse crescimento é impulsionado pela dominância do USDT, que representa 82,7% do volume total. FDUSD e USDC seguem com participações de 9,01% e 8,09%, respectivamente.

Expansão e diversificação

Embora o mercado de euro stablecoins tenha visto uma queda de 11,4% na capitalização, para US$ 256 milhões, o volume de negociação cresceu 52,9%, chegando a US$ 657 milhões.

Em paralelo, a Ethena Labs destacou-se com sua stablecoin USDe, cuja capitalização aumentou 42,2%, alcançando um recorde de US$ 3,86 bilhões.

O crescimento da USDe reflete o interesse renovado no ecossistema da Ethena, que recentemente introduziu uma proposta de compartilhamento de receitas.

Perspectivas

As stablecoins continuam ganhando força, mesmo diante de desafios regulatórios e flutuações no mercado cripto.

A entrada de grandes emissores em projetos como o MiCA-compliant Euro stablecoin demonstra a busca por inovação e adaptação às normas regulatórias. Com um mercado cada vez mais robusto, a trajetória das stablecoins sinaliza um futuro promissor para o setor.

Além disso, o Banco Central do Brasil (BC) lançou uma consulta pública em 29 de novembro de 2024, propondo novas diretrizes para a regulamentação de operações de câmbio com ativos digitais, especialmente stablecoins.

Uma das medidas mais debatidas é a proibição de transferências de stablecoins para carteiras de autocustódia, como MetaMask, Trezor e Ledger.

De acordo com o artigo 76-N da minuta proposta, “é vedado à prestadora de serviços de ativos virtuais efetuar transmissão de ativo virtual denominado em moeda estrangeira para carteira autocustodiada”.

Assim, na prática, isso significa que usuários não poderão transferir stablecoins adquiridas em exchanges para carteiras pessoais, sendo obrigados a mantê-las sob custódia de plataformas reguladas.

Em suma, especialistas interpretam que essa medida visa aumentar o controle sobre operações de câmbio e prevenir atividades ilícitas, como evasão fiscal. Tatiana Mello Guazzelli, advogada do Pinheiro Neto Advogados, afirma que o objetivo é “estabelecer mecanismos para evitar que transferências ocorram fora do mercado de câmbio”.

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