50% das corretoras de câmbio do Brasil querem adotar stablecoins
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O mercado de câmbio no Brasil está em rápida transformação e 50% das corretoras estão considerando o uso de stablecoins em suas operações.
Essa tendência foi revelada em um estudo recente da Associação Brasileira de Câmbio (ABRACAM), que destacou o interesse crescente por essas moedas digitais estáveis. Atualmente, apenas 6% das empresas já adotaram stablecoins, como o USDT da Tether, mas a expectativa é que esse número aumente rapidamente.
Segundo Fernando Marques Borges, diretor da ABRACAM, a regulamentação do setor é um fator crucial para acelerar essa adoção.
“Estamos trabalhando para garantir uma regulamentação mais clara, que traga maior segurança jurídica. Esse é o principal fator que o mercado espera para ampliar o uso das stablecoins”, afirmou Borges.
O uso de stablecoins pode trazer vantagens significativas para o setor de câmbio. Estudos indicam que essa tecnologia pode reduzir os custos operacionais em até 90%.
Hoje, a média de custo para operações de câmbio B2B na América Latina é de 2,7%, enquanto com stablecoins esse custo pode cair para apenas 0,1%. No caso de remessas internacionais, a economia pode ser ainda maior, reduzindo taxas de 6% para menos de 1%, conforme aponta um relatório da Bitso.
Borges destaca que a agilidade e a segurança são grandes diferenciais das stablecoins. “Com stablecoins, o processo se torna mais rápido e seguro, eliminando intermediários. Uma empresa brasileira que precisa acessar o mercado asiático, por exemplo, pode reduzir significativamente o tempo e os custos da transação”, explicou.

Stablecoins avançam no Brasil
O interesse por stablecoins cresce em meio à busca por inovação no setor financeiro. No entanto, a falta de regulamentação clara ainda é um obstáculo para o uso mais amplo dessas moedas.
Atualmente, as empresas que operam com stablecoins precisam informar essas operações ao Banco Central, mas ainda não existe uma regulamentação específica para pagamentos internacionais com ativos digitais.
Para mudar esse cenário, o Banco Central lançou a Consulta Pública 111, que tem gerado críticas de vários setores, incluindo corretoras de câmbio, exchanges e fintechs.
“Queremos que as corretoras sejam incluídas no alinhamento das regras, para garantir que possam atuar nesse mercado com a experiência que já têm em prevenção à lavagem de dinheiro”, disse Borges em entrevista ao Valor.
A Consulta Pública 111 também propõe a proibição de envios de stablecoins para carteiras de auto custódia. Especialistas alertam que essa medida pode levar a uma fuga de capital para plataformas no exterior ou para protocolos de finanças descentralizadas (DeFi), minando a competitividade das empresas brasileiras.

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