Worldcoin muda foco da Europa para a Ásia e a América Latina

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Projeto de Sam Altman usa escaneamento da íris para criar identidade digital de cada pessoa, em troca de criptomoedas, e enfrenta resistência em alguns países
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Daniela de Lacerda
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Thiago Luiz Lapa
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O controverso projeto de escanamento de íris de Sam Altman, Worldcoin, supostamente está desviando sua atenção da Europa para se concentrar na Ásia e na América Latina. Isso porque essas regiões estariam sendo mais receptivas ao programa.

Foi o que disse Fabian Bodensteiner, managing director da subsidiária do projeto na Europa. No Sifted summit, o executivo afirmou que a companhia está reforçando a atuação “em mercados nos quais empresas e governos efetivamente abraçam novas tecnologias”.

Segundo ele, a Europa não é um grande foco da Worldcoin no momento, já que a empresa está enxergando mais possibilidades de crescimento em outras regiões – como a Apac (Ásia-Pacífico) e América Latina.

Na região da Ásia Pacífico, por exemplo, a Worldcoin está supostamente atuando em parceria com conceituadas empresas de games para integrar sua tecnologia às plataformas delas.

A Cryptonews procurou a companhia para obter mais detalhas sobre a declaração do executivo, mas não recebeu retorno ainda.

Preocupação com a privacidade de dados

Em resumo, o projeto tem o objetivo de criar uma rede para identificar a identidade das pessoas online, por meio do conceito de Proof of Personhood (PoP), algo como uma prova de personalidade.

No caso da Worldcoin, a empresa escaneia a íris da pessoa para criar sua identidade digital única, a World ID. Em troca, os indivíduos que se submetem ao processo recebem, atualmente, uma compensação financeira em WLD, a criptomoeda nativa da Worldcoin.

O programa, no entanto, tem levantando vários questionamentos e críticos quanto à privacidade das pessoas. Entre os argumentos contrários ao projeto está o de que a coleta de dados biométricos em larga escala pode levar à venda de informações para terceiros – apesar de a Worldcoin garantir a proteção dos dados que processa.

Resistência e investigação

Na Europa, vários países, como, por exemplo, Alemanha, Espanha, França e Portugal, iniciaram processos de investigação sobre a atuação da Worldcoin.

O objetivo é identificar se as práticas da companhia seguem o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR), legislação que determina normas e procedimentos de proteção de dados na União Europeia.

Além disso, o Reino Unido também manifestou preocupação sobre a atuação da Worldcoin e iniciou uma avaliação sobre as operações da companhia, levando em consideração os princípios da GDPR.

Por outro lado, Bodensteiner, da Worldcoin, declarou que, embora não seja o principal foco da empresa no momento, a Europa permanece nos planos de atuação da companhia.

Nesse sentido, a Worldcoin expandiu suas atividades para a Áustria e a Polônia neste ano, enquanto continuou a operar na Alemanha. De acordo com o executivo, a Worldcoin está determinda a superar os desafios encontrados na Europa, e não parar de atuar na região.

Contexto econômico

Além das críticas quanto à privacidade de dados, o escaneamento de íris também vem enfrentando críticas por conta da compensação financeira oferecida a quem aceita participara do programa.

Como mencionado, a companhia oferece tokens WLD em troca de escanear a íris das pessoas. Desse modo, esses indivíduos fornecem informações pessoas extremamente sensíveis, que podem colocar em risco sua segurança e privacidade.

A empresa estaria instalando seus centros em regiões de baixa renda. E, por isso, foi acusada de estar tirando vantagem da pobreza da população. A companhia enfrentou essa denúncia recentemente na Argentina, onde anunciou a intenção de abrir 50 centros Worldcoin, em mais de 10 cidades do país.

A companhia teria escaneado a íris de mais de meio milhão de argentinos em apenas 10 meses. O país atravessa uma alarmante recessão, e é nesse cenário que a empresa oferece às pessoas a possibilidade de adicionar cerca de US$ 80 em tokens à sua carteira digital, em troca de escanear a íris.

O cenário se tornou ainda mais preocupante quando surgiu na Argentina uma indústria não oficial de revenda do token da Worldcoin. Isso fez com que muitos detentores de WLD trocassem suas moedas por “esmolas fiduciárias”, geralmente a 50% de seu valor de mercado.

As moedas digitais ficaram em quarto lugar entre os produtos mais visados pelo público alvo da pesquisa.

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