Tokenização de ativos do mundo real deve crescer 50 vezes mais até 2030
Em larga expansão, o setor de tokenização de ativos do mundo real (RWA) deve crescer nada menos que 50 vezes mais até 2030, como mostra o relatório da Tren Finance. Segundo o estudo, neste ano o setor ganhou impulso no mercado e plantou as sementes para um desempenho expressivo ao longo da década.
De acordo com representante de grandes instituições financeiras e consultorias ouvidos durante a pesquisa, a tokenização de RWAs deve atingir um valor de mercado entre US$ 4 trilhões e US$ 30 trilhões.
Ou seja, se atingir a média de aproximadamente US$ 10 trilhões, o valor será 54 vezes maior do que a avaliação atual desse mercado, que é de US$ 185 bilhões, incluindo stablecoins.
Setor evolui com integração da blockchain às finanças
O estudo destaca que há um grande potencial para a integração da tecnologia blockchain ao tradicional sistema financeiro. A análise argumenta que essa tendência não é algo passageiro. Mas, sim, uma evolução fundamental para o setor financeiro, trazendo mais eficiência, acessibilidade e dinamismo.
O relatório indica que, enquanto a indústria se desenvolve, os ativos do mundo real podem se tornar um importante elemento do mercado financeiro global. E, dessa forma, reconfigurar as estruturas de investimento e propriedade.
Apesar da animadora expectativa para os RWAs, atualmente o mercado ainda é dominado pelas stablecoins, que respondem por mais de US$ 170 bilhões do setor. Por outro lado, a combinação de títulos tokenizados representa apena US$ 2,2 bilhões.
Segundo Christian Santagata, gerente de marketing de produto na empresa re.al, a tokenização de ativos do mundo real oferece várias vantagens.
“Com a integração de ativos do mundo real à blockchain, as transações se tornam mais rápidas, simples, livres de intermediários e sem restrições associadas a fronteiras geográficas”, afirmou o executivo.
Santagata ressaltou, ainda, que a integração entre RWAs e DeFi (finanças descentralizadas) pode significar uma série de avanços para o setor cripto.
As inovações no campo das finanças descentralizadas já reconfiguraram o cenário financeiro. Ao serem combinadas à tokenização de ativos do mundo real, o potencial é imenso. Essa sinergia impulsiona a eficiência e introduz novos modelos financeiros, idealizados para esse emergente segmento de mercado, afirmou.
As inovações no campo das finanças descentralizadas já reconfiguraram o cenário financeiro. Ao serem combinadas à tokenização de ativos do mundo real, o potencial é imenso. Essa sinergia impulsiona a eficiência e introduz novos modelos financeiros, idealizados para esse emergente segmento de mercado, afirmou Christian Santagata, gerente de marketing de produto na empresa re.al.
Mercado pode atingir US$ 16 trilhões até 2030
Estudo da Global Financial Markets Association (GFMA) e do Boston Consulting Group sugere que o valor global de ativos ilíquidos tokenizados pode chegar a US$ 16 trilhões até 2030.
Até mesmo estimativas mais conservadoras, como as do Citigroup, indicam que os títulos digitais tokenizados podem corresponder a um valor entre US$ 4 trilhões e US$ 5 trilhões no mesmo período.
Atentas a esse potencial, grandes empresas estão se movimentando nessa área. A Goldman Sachs, por exemplo, planeja lançar três novos projetos de tokenização até o fim deste ano, como resultado do crescente interesse dos clientes por esse setor.
Além disso, plataformas do mercado de carbono digital, como Toucan and KlimaDAO, têm apresentado um significativo crescimento de usuários. O mesmo vale para o protocolo de tokenização de imóveis Propy.
É importante registrar que a inclusão de ativos diversos foi observada tanto em blockchains privadas como públicas.
É o caso, por exemplo, da expansão da tokenização de fundos públicos dos Estados Unidos pela Franklin Templeton, do lançamento de um ETF de títulos do tesouro tokenizados pela Backed Finance e da criação de um MMF (fundo de mercado monetário) tokenizado na blockchain Ethereum pela UBS Asset.
Setor também está aquecido no Brasil
Em sintonia com a tendência de crescimento global, o mercado de tokenização no Brasil também vive um momento de expansão. De acordo com um estudo realizado pela Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), 27% das empresas possuem negócios com tokenização atualmente.
A ABCripto anunciou, em agosto, o lançamento de um código de autorregulação para a emissão de tokens RWA. O objetivo é estabelecer padrões claros para a emissão e negociação de tokens. Além disso, busca-se maior transparência, segurança e confiança para todo o mercado cripto.
Segundo a ABCripto, as regras terão vigência de três meses, como possibilidade de prorrogação. A entidade defende a aplicação do código em diversos agentes que atuam com tokenização de ativos.
Isso inclui, por exemplo, provedores de tecnologia de registro distribuído (DLT), tokenizadoras, exchanges, custodiantes e emissores de tokens. Além disso, o código também é voltado para plataformas de crowdfunding, administradores de mercado de negociação e intermediários de oferta pública.
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