Parlamento da Argentina aprova investigação do token Libra
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A Câmara dos Deputados da Argentina votou na terça-feira (8/4) para iniciar uma investigação sobre altos funcionários do governo ligados ao controverso token Libra.
A moeda entrou em colapso logo após o presidente Javier Milei promovê-la nas redes sociais, no início deste ano, gerando milhões em perdas.
Os deputados aprovaram a moção com 128 votos a favor, 93 contra e sete abstenções. A comissão não conseguiu avançar no Senado anteriormente. No entanto, agora poderá examinar possíveis irregularidades em torno do lançamento do token e sua queda posterior.
Segundo o deputado Oscar Agost Carreño:
“É nosso dever exigir explicações políticas, cumprir as regras democráticas para que elas se sustentem e gerar confiança nas pessoas.”
Círculo íntimo de Milei enfrenta escrutínio sobre caso Libra
A comissão convocará figuras-chave do governo Milei. Por exemplo, deve ouvir o Ministro da Economia, Luis Caputo, o Ministro da Justiça, Mariano Cúneo Libarona, e o Chefe de Gabinete, Guillermo Francos. Além disso, Roberto Silva, chefe da Comissão Nacional de Valores Mobiliários, precisará prestar esclarecimentos.
Também haverá a solicitação de documentação dos departamentos governamentais relevantes para fundamentar a investigação da comissão.
A decisão vem após semanas de repercussões políticas decorrentes de uma publicação feita pelo presidente Milei em fevereiro em sua conta oficial no X.
Na mensagem, Milei descreveu o token $LIBRA como “um projeto privado dedicado a incentivar o crescimento da economia argentina por meio do financiamento de pequenas empresas e startups”. Também incluiu um link para o projeto, que não estava em corretoras de criptomoedas.
O valor do token, desenvolvido na blockchain Solana, disparou logo após a publicação. Ele saltou para mais de US$ 5 e atingiu uma capitalização de mercado superior a US$ 4,5 bilhões.
No entanto, em poucas horas, o preço despencou mais de 90%. Isso teria ocorrido depois que insiders venderam seus ativos, gerando perdas estimadas em até US$ 250 milhões para os investidores.
“Criptogate” gera pressão jurídica e política na Argentina
Milei posteriormente apagou a publicação e alegou que apenas havia compartilhado informações, sem endossar o projeto.
Seu governo encaminhou o caso ao Escritório Anticorrupção para análise. No entanto, esse é um órgão vinculado ao poder executivo.
Os críticos acusaram Milei de promover um golpe. Inclusive, o incidente recebeu o apelido de “Criptogate” por figuras da oposição, incluindo a ex-presidente Cristina Kirchner.
Em seguida, mais de 100 queixas criminais foram registradas, alegando fraude, manipulação de mercado e violações da confiança pública.
Desde então, caiu a confiança dos argentinos em Milei, que também tem recebido críticas em áreas como economia e segurança.
A investigação recém-aprovada pela Câmara dos Deputados eleva ainda mais a pressão sobre o governo de Milei. Afinal, ele terá que esclarecer o envolvimento na promoção do token e nos eventos que se seguiram.
O caso levantou discussões sobre os riscos de figuras políticas se envolverem com ativos digitais não regulamentados na Argentina, um país que já enfrenta alta inflação e instabilidade econômica.
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