Stablecoin exclusiva para os EUA? Tether estuda viabilidade
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A Tether está considerando lançar uma versão exclusiva para os Estados Unidos de seu token. Isso pode ocorrer caso o governo Trump introduza regulações favoráveis para incentivar o desenvolvimento doméstico de stablecoins.
Paolo Ardoino, CEO da Tether, revelou em entrevista ao Financial Times que já estão em andamento conversas com reguladores dos EUA sobre o marco regulatório das stablecoins.
Afinal, segundo ele, o governo vê as stablecoins como um instrumento financeiro crucial para a economia dos EUA.
A Tether é emissora da stablecoin mais negociada do mundo: o USDT, com lastro em dólar.
Tether pode lançar stablecoin com foco no mercado dos EUA
Caso as novas regras criem um cenário competitivo para emissores locais, a Tether poderá desenvolver uma stablecoin para liquidações financeiras apenas no mercado americano.
Atualmente, existem mais de US$ 144 bilhões em USDT em circulação. No entanto, a empresa não aceita clientes dos EUA.
As operações da Tether têm sido alvo de escrutínio há bastante tempo.
Autoridades e promotores dos EUA já associaram o token a atividades criminosas internacionais. Mas a Tether sempre negou essas acusações.
Ardoino afirmou que a empresa coopera de forma proativa com as autoridades americanas, trabalhando voluntariamente com órgãos como o FBI, o Serviço Secreto e o Departamento de Justiça. E estaria fazendo isso mesmo sem a necessidade de ordens judiciais formais.
No entanto, o retorno de Trump ao poder mudou significativamente o cenário regulatório. Afinal, ele vem prometendo transformar os EUA na “capital mundial das criptomoedas”. Além disso, solicitou novas regras para stablecoins até agosto.
A aplicação das leis atuais também foi flexibilizada, com a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) suspendendo ou encerrando diversos processos contra empresas de criptoativos.
Empresa tem sede em El Salvador
Ardoino comentou que esse ambiente mais receptivo o motivou a visitar os Estados Unidos pela primeira vez.
Sediada em El Salvador, a Tether é uma grande investidora em dívida pública americana, utilizando principalmente títulos do Tesouro para lastrear suas reservas.
A alta nos juros dos EUA ajudou a empresa a obter um lucro não auditado de US$ 13 bilhões no ano passado.
Durante a entrevista para o Financial Times, Ardoino disse que a empresa agora está mais aberta à transparência total. Aliás, já teria iniciado conversas com empresas da “Big Four” para realizar uma auditoria completa — algo que os críticos da Tether exigem há anos.
Atualmente, as reservas da Tether são administradas pela Cantor Fitzgerald, firma financeira liderada por Howard Lutnick, que hoje atua como Secretário de Comércio dos EUA.
Tether tenta influenciar esforço regulatório
No mês passado, a Tether teria mantido contato com legisladores americanos para ajudar a moldar o arcabouço regulatório do setor de stablecoins.
A empresa vem dialogando com os deputados Bryan Steil e French Hill, figuras centrais por trás do projeto de lei STABLE.
Além disso, Ardoino teria confirmado que a empresa deseja contribuir com mais dois projetos de lei sobre stablecoins de autoria de outros parlamentares.
Durante uma audiência no Senado, no dia 11 de fevereiro, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reafirmou o apoio do órgão ao desenvolvimento de um marco regulatório para stablecoins.
Powell declarou que o Fed também defende a criação de uma estrutura regulatória para stablecoins, destacando a importância de proteger consumidores e poupadores.

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