Escândalo com memecoin LIBRA abala confiança dos argentinos em Javier Milei
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O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta uma queda acentuada na confiança popular após sua polêmica associação com o colapso da memecoin LIBRA.
Segundo uma pesquisa nacional realizada entre os dias 12 e 14 de março pelo instituto Zuban Córdoba, 57,6% dos argentinos afirmam não confiar mais no presidente, enquanto 36% ainda demonstram apoio e 6,4% permanecem indecisos.
Os dados indicam que quase seis em cada dez argentinos perderam a confiança em Milei, refletindo um crescente sentimento de frustração com a forma como o governo tem lidado com a economia e a segurança do país.
O levantamento ouviu 1.600 pessoas em todo o território nacional.
Envolvimento de Milei virou caso de polícia
A credibilidade do presidente Javier Milei começou a ruir após seu apoio público à LIBRA, uma memecoin que chegou a ultrapassar US$ 4 bilhões em valor de mercado em poucas horas. Contudo, o token desabou logo depois, perdendo mais de 99% de seu valor e gerando prejuízos expressivos aos investidores.
Apesar de tentar se afastar da polêmica e alegar que agiu com boas intenções, investigações em blockchain apontam o contrário. Analistas on-chain identificaram que investidores internos com grandes quantidades de LIBRA venderam mais de US$ 100 milhões logo após a publicação de Milei, levantando suspeitas sobre um possível esquema coordenado de pump-and-dump.
A crise ultrapassou o universo cripto e se transformou em um problema de escala nacional. Autoridades policiais estão reunindo provas digitais, incluindo registros de transações e materiais promocionais ligados ao projeto.
Além disso, estão sendo tomadas medidas para bloquear os ativos associados aos desenvolvedores da LIBRA. A Interpol também foi acionada para emitir um Alerta Vermelho contra Hayden Davis, empresário do setor cripto que estaria ligado à criação e ao colapso da moeda digital.
Economia fragilizada e insegurança crescente
Os impactos do escândalo envolvendo a memecoin LIBRA vão além do universo cripto e se somam a um cenário de insatisfação crescente com o governo do presidente Javier Milei, que já vinha se deteriorando desde o início do ano.
A pesquisa realizada em março revela uma tendência clara de queda na aprovação da gestão. Atualmente, 58% dos argentinos desaprovam o governo, e esse número continua em ascensão.
No centro da insatisfação está a fragilidade da economia argentina. Quase dois terços dos entrevistados demonstram rejeição ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e se posicionam contra novos empréstimos. Apesar dos esforços do governo para apresentar acordos internacionais como avanços, a população segue cética.
A insegurança também aparece como um fator relevante no descontentamento. Metade dos argentinos acredita que o governo não fez o suficiente para melhorar a segurança pública. Nas grandes cidades, mais de 50% dizem sentir-se inseguros, e muitos relatam que a situação piorou durante o mandato de Milei.
Apesar disso, o presidente ainda mantém 41,6% de aprovação, mas analistas alertam que, caso o apoio popular caia abaixo de 40%, a governabilidade poderá ser seriamente comprometida.

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