FBI recupera US$ 8 milhões de vítimas de fraude cripto nos Estados Unidos

Segundo a apnews, o FBI (Federal Bureau of Investigation) conseguiu recuperar US$ 8 milhões de ex-acionistas do banco Heartland Tri-State Bank, Kansas (EUA), após desvio de fundos para uma fraude cripto. O autor do golpe foi o próprio CEO do banco, Shan Hanes, e a manobra acabou levando ao colapso da instituição.
Os fundos, mantidos em uma conta Tether baseada nas Ilhas Cayman, foram devolvidos aos acionistas. Entre as vítimas da fraude estavam amigos de longa data e vizinhos de Hanes.
Como foi a fraude
O Heartland Tri-State Bank, baseado em Elkhart, era um pilar financeiro estável, em uma cidade com cerca de 2 mil moradores. Era uma instituição bem engajada na comunidade local, tanto que Hanes participava do conselho de escolas e da associação de banqueiros do Kansas.
Como CEO, Hanes tinha acesso aos recursos do banco sem nenhuma supervisão superior. Ou seja, uma confiança que ele acabou traindo da pior forma. Os problemas dele começaram em 2022. Foi quando uma pessoa que se passava por consultor financeiro entrou em contato com Hanes pelo Whatsapp.
Essa pessoa apresentou a Hanes um esquema cripto conhecido como “pig butchering”. A fraude cripto consiste em conquistar a confiança das pessoas e oferecer promissores e rápidos lucros, a partir de investimentos robustos no suposto projeto.
Foi exatamente isso o que ocorreu com as vítimas de Hanes. Ao longo dos meses, o envolvimento do executivo na fraude cripto foi gradualmente crescendo, ao de sair do controle.
Para manter o esquema funcionando, ele usou suas próprias economias e, em seguida, fundos da igreja. Finalmente, se apropriou de depósitos de clientes do banco.
Em 2023, Hanes começou a transferir largas somas de contas bancárias do Heartland Tri-State para wallets cripto de propriedade de criminosos. Ele acreditava que seria o passo final para que pudesse retirar “seus” ganhos.
O golpe final
Em resumo, Hanes fez transferências que totalizaram US$ 47,1 milhões, ao longo de oito semanas. Essas retiradas não-autorizadas acabaram com as reservas do banco Heartland Tri-State. Como resultado, reguladores entraram em ação.
O FDIC (órgão do governo dos Estados Unidos que protege depósitos bancos bancários em caso de falência) atuou para liquidar o banco, que acabou sendo vendido para outra instituição. Por fim, o seguro do FDIC conseguiu proteger o dinheiro dos clientes, cobrindo os US$ 47 milhões desviados.
Porém, 30 acionistas do Heartland Tri-State, que tinham uma participação de US$ 8,3 milhões na propriedade do banco, ficaram sem nada após a fraude. Muitos deles conheciam Hanes há anos, até se tornarem vítimas do executivo.
No último mês de agosto, foi condenado por desvio ilegal de fundos e sentenciado a 24 anos em uma prisão federal. Ele pediu desculpas e afirmou que havia sido ludibriado por golpistas extremamente sofisticados. Hanes afirmou, ainda, que estava tentando recuperar fundos do banco.
Os promotores, no entanto, argumentaram que as atitudes de Hanes passaram dos limites quando ele passou a desviar fundos das contas dos clientes, violando a confiança deles e, naturalmente, as normas do banco.
O colapso do Heartland Tri-State Bank acabou se tornando um dos mais significativos casos de fraude financeira na história do Kansas. Mas é o tipo de caso de vem se tornando cada vez mais comum.
Um exemplo disso é a recente investigação que o FBI iniciou sobre a ICHCoin, uma fraudulenta plataforma cripto que teria enganado cerca de 600 vítimas e se apropriado de US$ 30 milhões.

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