Economistas defendem nome de Vitalik Buterin para o Prêmio Nobel

Dois famosos economistas defenderam o nome de Vitalik Buterin para o Prêmio Nobel de Economia, que anunciará os vencedores no próximo dia 14. Tyler Cowen e Alex Tabarrok falaram sobre o tema no podcast Marginal Revolution, levantando discussões sobre a economia convencional e as inovações do setor cripto.
“Vitalik construiu uma plataforma, criou uma criptomoeda, e pode-se dizer que refutou o teorema da regressão de Mises, seguindo os passos de Satoshi. O que mais alguém precisa fazer para ganhar um Prêmio Nobel?”, argumentou Cowen.
Além disso, Tabarrok acrescentou que Vitalik Buterin continua bastante envolvido no desenvolvimento do Ethereum, de proof-of-work para proof-of-stake. Segundo a dupla, as contribuições dele tanto para o setor cripto quanto para a tecnologia blockchain só se comparam às de Satoshi Nakamoto, pseudônimo do criador do Bitcoin.
O Ethereum, cofundado por Buterin em 2013, é a segunda maior criptomoeda do mundo em capitalização de mercado, avaliada em US$ 293,5 bilhões. Para os economistas, ele segue como uma potente referência de inovação, impulsionando continuamente a evolução do setor cripto.
Paralelamente, os economistas ressaltaram o envolvimento de Buterin no campo da filantropia e seus posicionamentos com relação à descentralização e a privacidade.
Com relação às doações feitas por Buterin, os exemplos incluem contribuições substanciais para o setor de saúde pública, particularmente durante a pandemia. Adicionalmente, ele também apoia iniciativas no campo da pesquisa científica.
Futuro do Ethereum e polêmicas recentes
No mês passado, Buterin apresentou um keynote no TOKEN2049, em que sinalizou sua visão para o futuro do Ethereum. Um dos principais eventos criptos do mundo, o TOKEN2049 ocorreu em Cingapura nos dias 18 e 19 de setembro.
Em sua participação, Buterin se mostrou otimista com relação ao progresso do Ethereum e seu potencial para adoção massificada na próxima década.
Buterin discutiu, ainda, melhorias técnicas na rede-base do Ethereum, já em andamento. Por exemplo: aumento da descentralização, redução do tempo de confirmação e maior escalabilidade. De acordo com ele, esses avanços vão desempenhar um papel fundamental no sucesso futuro do Ethereum.
Em outras frentes, Buterin protagonizou acalorados debates nas últimas semanas. Ele reagiu, por exemplo, a um post no X que apontava a “ironia de Buterin aparentemente favorecer stablecoins centralizados, a exemplo do USDC, em vez dos protocolos DeFI que fundamentaram o status do Ethereum como plataforma-líder no universo blockchain”.
Em resposta, Buterin disse que apoia veementemente exchanges descentralizadas (DEXes), stablecoins descentralizadas como RAI e plataformas inovadoras como Polymarket. Porém, demarcou uma linha clara com relação a práticas DeFi insustentáveis.
Buterin afirmou que seu entusiasmo por DeFi se concentra em projetos que são úteis e se alinham aos princípios fundamentais do Ethereum de descentralização e liberdade para todos participarem. No entanto, uma de suas principais preocupações é a fonte dos altos rendimentos frequentemente aclamados por projetos DeFi.
Ainda criticou o boom de liquidy farming (farming de liquidez) em 2021, quando altas recompensas foram impulsionadas principalmente pela emissão de tokens – uma abordagem que ele vê como temporária e insustentável.
Buterin também questionou a viabilidade desse tipo de modelo no longo prazo, pedindo à comunidade para considerar de onde as recompensas e rendimentos realmente vêm e se essas fontes podem durar.
Sociedade anônima em debate
Outro embate girou em torno da noção de “sociedade anônima” no universo cripto, questionada por Buterin. Ele propôs uma noção mais sofisticada e multidimensional de identidade. E alegou que sistemas descentralizados correm o risco de voltar a uma situação de controle centralizado sem uma estrutura desse tipo.
Buterin argumentou que uma “sociedade anônima” é inerentemente falha. Afinal, não levaria em conta os desafios impostos por conluios e ataques de governança. Portanto, nesses sistemas com identidades ocultas e pseudônimos, fica difícil estabelecer a confiança e a responsabilidade. Isso causaria vulnerabilidades que atores mal-intencionados poderiam explorar.
Buterin defendeu que uma noção de identidade mais multidimensional torna as estruturas de governança descentralizadas mais propensas ao sucesso.
Ems outros recentes episódios, Buterin respondeu a usuários do X sobre suas vendas de Ethereum – que ele afirma serem destinadas exclusivamente para custear projetos no ecossistema Ethereum e iniciativas filantrópicas mais abrangentes.

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