Banco Central Europeu defende euro digital para fortalecer soberania e resiliência financeiras

O Banco Central Europeu (ECB) defendeu a implantação do euro digital como uma forma de impulsionar a soberania e a resiliência financeiras da Europa. Foi o que argumentou Piero Cipollone, membro do conselho executivo, durante fala no Committee on Economic and Monetary Affairs of the Europe Parliament.
Na ocasião, Cipollone destacou os benefícios que a versão digital do euro pode trazer, particularmente no setor de pagamentos. “A Europa poderia desenvolver e gerenciar, independentemente, soluções de pagamento digital eficientes e inclusivas”, ressaltou.
O euro digital representa a moeda do Banco Central Europe em formato digital (modalidade conhecida como CBDC, ou seja, Central Bank Digital Currency).
Benefícios para consumidores, bancos e comerciantes
Fazer ou receber pagamentos com euros digitais seria gratuito e acessível a qualquer pessoa na Europa. De acordo com Cipollone, essa modalidade de pagamento também poderia garantir mais proteção de dados e privacidade para o usuário.
Os consumidores, especificamente, poderiam usar o euro digital para todo tipo de pagamento na região europeia, incluindo nas compras online.
Para os comerciantes, essa inovação permitiria reduzir custos envolvidos em transações internacionais. Isso porque limitariam as taxas que pagam aos bancos para que processem os pagamentos.
Por fim, Cipollone apontou que os bancos contariam com uma nova fonte de receita. Adicionalmente, seriam responsáveis pela distribuição da moeda digital, servindo, portanto, como um ponto de contato para os usuários.
Em fase de preparação
Segundo Cipollone, o projeto do euro digital, que começou em 2021, está em fase de preparação, e deve levar cerca de mais um ano. A previsão da presidente do ECB, Christine Lagarde, é lançar a CBDC antes do fim de sua gestão, prevista para 2027.
Um dos pontos em que o Banco Central Europeu está trabalhando é em uma metodologia para determinar o limite máximo de holding de euros digitais por pessoa.
“Esses limites são importantes para assegurar estabilidade financeira e prevenir transferências de larga escala de depósito bancários para euros digitais, principalmente em momento de crise”, afirmou Cipollone.
Além disso, o banco também está trabalhando para finalizar o rulebook (ou seja, o regulamento) do euro digital, que vai estabelecer normas e padrões associados à CBDC.
Paralelamente, o Banco Central Europeu está selecionando possível provedores para desenvolver uma infraestrutura específica para CBDC. Por fim, o projeto está passando por rigorosos testes técnicos para checar privacidade e funcionalidade offline.
Em que pé anda o Drex

O lançamento da moeda digital do Banco Central do Brasil, o Drex, está previsto para algo em torno de 2025 e 2026. Entre os benefícios esperados estão transações mais eficientes e seguras, reduzindo custos operacionais e eliminando intermediários.
Por outro lado, análise recente da PwC Brasil sobre o tema também apontou alguns desafios que o projeto tem pela frente, incluindo questões relacionadas a infraestrutura, investimentos e preparação da força de trabalho.
Um dos caminhos para encarar alguns desses desafios é estabelecer parcerias estratégicas, colaborando com fintechs e startups tecnológicas para, assim, ter aceso a inovações e adaptá-la às necessidades do seu setor e de seus clientes. Saiba mais aqui.

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