Bolívia libera Bitcoin e volume de negociação dobra

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Os bolivianos negociaram uma média mensal de US$ 15,6 milhões em ativos virtuais entre julho e setembro.
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Flavio Aguilar
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Marta Stephens
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Bolívia libera Bitcoin e vê o volume de negociação dobrar

O Banco Central da Bolívia (BCB) anunciou um aumento de 100% no volume de negociação mensal de ativos virtuais após liberar o Bitcoin no país no final de junho. Segundo a autoridade financeira do país, os bolivianos negociaram uma média mensal de US$ 15,6 milhões em ativos virtuais entre julho e setembro. Portanto, trata-se de um valor 105% maior do que o dos 18 meses anteriores.

Além disso, o total de US$ 48,6 milhões negociados nos últimos três meses superam o valor dos seis meses anteriores. Grande parte desse valor se deve a transações de stablecoins, de acordo com o BCB.

Mudanças na lei mexem com mercado de criptos da Bolívia

As informações vieram a público por meio de um comunicado nesta quinta-feira (26). A autarquia creditou o aumento do uso de ativos digitais ao fim da proibição aos pagamentos com Bitcoin e outras criptomoedas por bancos no país, que chegou a durar 42 meses.

Antes disso, em 2014, a Bolívia já havia banido totalmente o Bitcoin. Ou seja, vinha há bastante tempo em um movimento inverso ao de outros países da América Latina, como o Brasil, que têm atuado na via da regulamentação dos criptoativos.

Recentemente, o presidente do BCB, Edwin Rojas Ulo, abordou o tema das criptomoedas durante uma conferência de imprensa. Segundo ele:

“O BCB está preparando terreno para o uso de criptoativos na Bolívia. Nosso país está tomando passos enormes em direção a um futuro econômico com um uso maior de instrumentos digitais acessíveis.”

Outro dado que demonstra o crescimento desse mercado na Bolívia é o número de transações com criptomoedas nos últimos três meses. Afinal, ele aumentou 141%, na média mensal, quando comparado com os seis meses anteriores.

Esse crescimento vem junto com um aumento do número de instituições financeiras que oferecem ativos virtuais. Por exemplo, entre julho e agosto, seis novas empresas entraram no mercado boliviano. Ou seja, agora os bancos podem transacionar com criptomoedas por meio de canais eletrônicos legítimos.

Segundo Rojas Ulo:

“Desde que a regulamentação entrou em vigor, a população passou a ter um mecanismo alternativo para processar transferências do (e para o) exterior. Também tem meios de pagamento eletrônicos e outros recursos disponíveis.”

Da água para o vinho: BCB promove criptos

O presidente do BCB disse esperar que essa integração melhore a posição das empresas bolivianas no comércio internacional, essencial para a economia do país andino.

Após o fim da proibição, o banco central boliviano chegou até mesmo a incorporar o tema dos ativos virtuais a um programa educativo próprio. Além disso, já realizou 33 workshops a respeito do assunto, com a participação de mais de 3 mil pessoas.

Apesar do aumento do uso de criptos pelos bolivianos, as razões para essa maior adoção de criptomoedas parecem diferentes das encontradas em países como a Argentina. Afinal, diferentemente do país vizinho, a Bolívia não sofre com uma inflação elevada.

Dados do Banco Mundial mostram que a inflação dos preços ao consumidor chegou a +2,58% em 2023. Portanto, tem sido uma das mais baixas da América Latina. O Boliviano, moeda oficial do país, perdeu apenas 2,4% de seu poder de compra quando medido em relação ao dólar norte-americano nos últimos cinco anos.

Governo recorre às stablecoins contra dependência do dólar

A mudança regulatória na Bolívia tem muito a ver, também, com preocupações do governo em relação ao câmbio. Aliás, isso se deve em grande parte à falta de dólares no país, um problema antigo que o governo agora tenta enfrentar via stablecoins.

Em agosto, o presidente Luís Arce anunciou uma série de medidas econômicas para encarar a situação econômica do país. Durante um discurso em homenagem aos 199 anos da independência do país, ele elencou cinco medidas ao todo, e as criptomoedas estavam entre elas.

Arce foi bem específico, ainda, ao mencionar as criptomoedas com lastro em metais. Segundo ele:

“Será promovida a maior disseminação de criptoativos lastreados em ouro, lítio e metais tecnológicos, como o Alloy (aUSDT) da Tether”.

Também explicou que as plataformas de pagamento são uma forma de os clientes realizarem suas operações com conforto e segurança. Afinal, elas seriam a alternativa para os usuários adotarem cripto nesse cenário.

Por muitos anos, o BCB considerou ativos como o Bitcoin produtos de alto risco para os investidores. Na visão do órgão, os usuários poderiam se tornar vítimas de fraudes cibernéticas.

No entanto, isso começou a mudar em junho deste ano, quando a proibição de pagamentos em criptomoedas foi revogada. Com isso, o órgão passou a permitir que as entidades financeiras realizassem transações utilizando ativos digitais.

As moedas digitais ficaram em quarto lugar entre os produtos mais visados pelo público alvo da pesquisa.

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