Bolívia pretende recorrer a stablecoins para diminuir dependência do dólar
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O presidente da Bolívia, Luís Arce, anunciou diversas medidas econômicas para encarar a situação econômica do país. E o uso de stablecoins está entre elas. Arce fez o anúncio em um discurso em homenagem aos 199 anos da independência da Bolívia. Durante sua fala, ele elencou cinco medidas ao todo.
O plano de adotar stablecoins é o que mais chamou a atenção. No entanto, o presidente também citou o uso de plataforma de pagamentos digitais. Além disso, há medidas importantes para a exportação, oferta de crédito e aumento da produtividade.
Disseminação de stablecoins é alternativa para a Bolívia
O uso de stablecoins é uma opção para enfrentar a baixa oferta de dólar no país. Além disso, Arce foi específico ao mencionar criptos com lastro em metais.
Segundo afirmou o presidente, “será promovida a maior disseminação de criptoativos lastreados em ouro, lítio e metais tecnológicos, como o Alloy (aUSDT) da Tether”.
Por fim, ele explicou que as plataformas de pagamento serão uma forma de os clientes realizarem operações com conforto e segurança. Afinal, os serviços online de transações digitais seriam a maneira de usar criptos nesse cenário.
Pagamentos digitais para enfrentar a escassez do dólar
O governo da Bolívia também habilitou o uso de pagamentos digitais com o objetivo fortalecer as atividades financeiras e comerciais diante da escassez do dólar.
Afinal, como diz Arce:
“Essa medida impulsionará o fluxo de divisas para o país e aprofundará o sistema de pagamentos para compras no exterior. Portanto, beneficiará quem realiza transações em moeda estrangeira com o resto do mundo.”
Além disso, o presidente afirmou que essa medida monetária poderá responder de forma imediata “à conjuntura global adversa que enfrentamos”.
Outras medidas anunciadas
Além dessas medidas, Luis Arce anunciou uma liberação de exportações, junto a um plano de abastecimento interno quinquenal.
Segundo o mandatário, esse novo plano vai ajudar os produtores agrícolas a planejar seu investimento a longo prazo. Além disso, o plano visa aumentar a produtividade e o fluxo de produção, por meio do aumento das exportações e da chegada de divisas.
Outra medida anunciada foi o incentivo ao investimento para ajudar a aumentar a produção e produtividade. Isso ocorreria por meio da redução da taxa de imposto de repatriamento de lucros para o exterior.
No entanto, essa medida também prevê a obrigação de reinvestimento no setor. Afinal, Arce afirmou que o objetivo é assegurar que as divisas permaneçam na economia nacional.
Além disso, o presidente anunciou um programa de crédito para jovens empreendedores. Os empréstimos terão uma taxa mais baixa, de 7,5%, no Banco de Desenvolvimento Produtivo (BDP).
O fundo inicial para esse programa é de 150 milhões de Bolivianos (moeda local). A expectativa é que essa iniciativa gere 3,2 mil empregos diretos e mil empregos indiretos nos primeiros 18 meses.
Por fim, a última das cinco medidas do governo é o incentivo à produção de biodiesel. O programa tem como objetivo aplicar tecnologia que aumente a produtividade da soja e de outras plantas.
Para que isso ocorra, haveria tarifa zero dentro do programa. Portanto, a iniciativa seria um complemento ao atual conjunto de impostos zero nas importações de máquinas e equipamentos para fábricas de biodiesel.
Criptos deixaram de ser ilegais no país
Há pouco tempo, a Bolívia era um dos poucos países que ainda proibia o uso de criptomoedas, inclusive no contexto da América do Sul.
Afinal, o Banco Central da Bolívia (BCB) considerava ativos como o Bitcoin um produto de alto risco para os investidores. Isso porque eles poderiam se tornar vítimas de fraudes cibernéticas, segundo a instituição.
No entanto, isso mudou em julho deste ano, quando o BCB revogou a proibição de pagamentos em criptomoedas. Portanto, o órgão passou a permitir que as entidades financeiras realizem transações utilizando ativos digitais.
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