Estudo avalia como a riqueza cripto reconfigura a cidadania global

Estudo recém-publicado pela Henley & Partners revela que uma nova classe de milionários cripto vêm emergindo, e que isso está impactando a cidadania global.
Segundo o relatório Crypto Wealth Report 2024, lançado no fim do mês de agosto, há um crescente grupo de nômades digitais, enriquecidos com a indústria cripto, que buscam residência ou cidadania alternativas.
Na mira dessa turma, estão não apenas países que oferecem melhores impostos. Mas também jurisdições que abracem a inovação cripto e ofereçam ambientes regulatórios em sintonia com suas aspirações com relação à descentralização financeira.
Isso passa, antes de tudo, pelo desenvolvimento significativo da indústria cripto e da consequente riqueza gerada para alguns indivíduos. O estudo destaca que o crescimento do valor do Bitcoin e os aguardados ETFs nos Estados Unidos, por exemplo, impulsionaram bastante essa economia em 2024.
Isso levou a uma nova era de adoção das criptomoedas, em que os ativos digitais impactam diretamente as finanças tradicionais e a mobilidade global.
Elite cripto emerge
O estudo destaca que, na medida em que as criptomoedas solidificam seu espaço no zeitgeist financeiro, surge uma nova classe de pessoas com elevado patrimônio líquido.
Segundo o relatório, houve um aumento de 95% no volume de criptomilionários, em apenas um ano. Em outras palavras, isso quer dizer que existem, atualmente, cerca de 172 mil indivíduos que possuem mais de 1 milhão de dólares em ativos digitais.
Como resultado, a Henley & Partners associou esse movimento a uma crescente busca, entre a “elite cripto”, por países que oferecem residência ou cidadania por meio de programas de investimento e condições mais “simpáticas” à indústria cripto.
Novos paradigmas de investimento

O estudo avaliou programas de investimento cripto associados à migração, considerando, nos países-destino, fatores como infraestrutura, inovação e tecnologia voltadas para esse setor. Além disso, também levou em conta ecossistema regulatório, fatores econômicos e impostos.
Diante disso, chegou ao Crypto Adoption Index, ferramenta proprietária que funciona como um serviço para os investidores interessados em associar cidadania e riqueza cripto. O índice avalia países amigáveis à indústria cripto, que oferecem programas de investimentos associados à migração, com base na adoção e integração de criptomoedas e blockchain.
Cingapura lidera índice
A região da Ásia-Pacífico emerge como um potente destino para investidores cripto. O levantamento mostra que Cingapura é líder do ranking, seguida por Hong Kong e Emirados Árabes Unidos.
O relatório destaca Cingapura, particularmente, por sua estrutura regulatória para stablecoins. Já Hong Kong se diferencia pela aprovação de ETFs (que também estão se tornando disponíveis em Cingapura). São exemplos, segundo o estudo, que mostram a abordagem proativa para integrar ativos digitais e finanças tradicionais.
O índice aponta os Emirados Árabes Unidos também no topo do ranking pelo imposto zero sobre ganhos de capital e regulamentações progressivas, entre outros fatores. O estudo destaca, por exemplo, a permissão de Dubai para que os residentes negociem criptomoedas diretamente com suas contas bancárias. O que representa, segundo a consultoria, um passo significativo em direção à adoção generalizada.
Europa & Américas
Na Europa, o levantamento ressalta Malta e Chipre como países que oferecem robustos programas para investidores cripto, com abordagem inovadora com relação aos ativo digitais, inclusive no que se refere à legislação.
A Suíça marca presença com o chamado Crypto Valley, em Zug, conhecido por sua favorável postura aos ativos digitais e desenvolvido ecossistema blockchain.
No que diz respeito às Américas, o índice aponta que o Panamá tem se posicionado como “crypto-friendly” e que nações caribenhas também estão se adaptando à “onda cripto”.
Com relação aos Estado Unidos, o relatório destaca o ganho recente para o setor cripto com a aprovação de ETFs de Bitcoin.
Quando cidadania e cripto convergem
Segundo a consultoria, os milionários do setor cripto em 2024 buscam mais mobilidade global. E há uma certa disputa entre determinadas nações para atrair essa nova onda de riqueza digital.
Desse modo, os programas de investimento associados à migração devem evoluir, a fim de atender às demandas dessa elite cripto.
Em resumo, a Henley & Partners declara que a interseção entre criptomoedas e migração vai exercer um papel expressivo na reconfiguração do futuro da riqueza e da mobilidade globais.

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