Governo revisa para cima PIB e inflação em 2024

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O governo decidiu revisar de +3,2% para +3,3% a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024.
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Flavio Aguilar
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Marta Stephens
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Governo revisa para cima PIB e inflação em 2024

O Ministério da Fazenda decidiu revisar de +3,2% para +3,3% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. A projeção está no Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE), que foi divulgado nesta segunda-feira (18/11) pelo governo.

Por outro lado, o órgão também passou a projetar uma inflação maior este ano. Segundo o governo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em +4,4% — a previsão anterior era de +4,25%.

Os dados seguem uma tendência observada nos últimos meses, com a economia brasileira aquecida, mas preocupações relativas ao aumento dos preços. Por isso, a equipe econômica tenta equilibrar o discurso otimista com ações que acalmem o mercado.

Essa foi a última edição do Boletim Macrofiscal a ser lançada em 2024. Afinal, o próximo tem divulgação prevista apenas em 2025.

Projeção para o PIB supera expectativas

A nova projeção do Ministério da Fazenda para o PIB brasileiro em 2024 reforça algo que vem ocorrendo desde o ano anterior. Afinal, tanto o governo quanto o mercado financeiro têm revisado frequentemente para cima sua previsão para as medições.

Por exemplo, no início deste ano, o próprio governo previa um aumento de +2,2% no PIB.

Segundo o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, as perspectivas agora são outras devido à força do mercado de trabalho e à melhora do crédito — mesmo com juros ainda elevados.

“As expectativas do mercado para o PIB de 2024 cresceram ao longo do ano, e os mercados de trabalho e de crédito seguiram aquecidos. Os indicadores coincidentes sugerem crescimento no terceiro trimestre, ainda que em ritmo inferior ao do segundo trimestre, mas um crescimento bastante sustentado e robusto.”

Já a subsecretária de Política Macroeconômica do governo, Raquel Nadal, não descarta novas revisões para cima. Afinal, de acordo com ela, o PIB brasileiro segue com viés de alta:

“Vale notar que essa estimativa de crescimento tem claro viés de alta, quando consideradas também as informações que se tornaram disponíveis apenas após o fechamento da grade de parâmetros. Isso porque o vigor da absorção doméstica segue surpreendendo positivamente no segundo semestre, mesmo com os menores estímulos fiscais e monetários.”

Por outro lado, a equipe econômica manteve a projeção de crescimento de 2,5% do PIB para 2025. Portanto, ainda há cautela em relação à capacidade de a economia brasileira manter o mesmo ritmo no próximo ano.

Agropecuária é destaque negativo

A perspectiva otimista se mantém apesar da previsão de queda para o PIB da agropecuária, que é importante para a economia brasileira.

Segundo o boletim mais recente do Ministério da Fazenda, a agropecuária deve ter um resultado negativo de -1,7% em 2024. Apesar de ruim, esse desempenho é melhor que o de -1,9% apontado pelo relatório anterior.

Os números ruins da agropecuária estão sendo compensados pelo desempenho positivo nas outras duas divisões do PIB: indústria e serviços.

Segundo Nadal, a indústria vem se beneficiando, ao longo do ano, do crescimento na produção de bens de capital intermediários e de consumo duráveis. Além disso, houve uma expansão do segmento da construção.

Por outro lado, o avanço em serviços se deve ao dinamismo dos serviços prestados às famílias e ao segmento de informação e comunicação:

“O ritmo de crescimento da produção industrial, do volume de serviços e das vendas no varejo acelerou na passagem do segundo para o terceiro trimestre. Esses dados evidenciam que o crescimento seguiu ainda bastante resiliente no trimestre encerrado em setembro, mais do que esperávamos.”

Como resultado disso, a projeção é de uma alta de +7,2% no PIB nominal em 2024. Considerando o deflator implícito de 3,8%, chega-se a um crescimento real de +3,3%.

O PIB deverá atingir um valor nominal de R$ 11,6 trilhões. Quanto ao PIB per capita, a previsão é de que ele cresça +2,6% em 2024, um resultado superior ao de +2,2% registrado no ano anterior.

Projeção de inflação também cresceu

A última edição do Boletim Macrofiscal também traz uma estimativa de inflação mais elevada. Afinal, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) seria de +4,40% ao final do ano, contra uma projeção de +4,25% conforme a divulgação de setembro.

A projeção agora está mais próxima do teto da meta de inflação para 2024, que é de até +4,5%. No Boletim, a equipe econômica menciona a perspectiva de que os preços desacelerem ainda este ano:

“Até o final do ano, deverá haver desaceleração nos preços de monitorados, repercutindo, principalmente, mudanças esperadas nas bandeiras tarifárias de energia elétrica. Os preços livres, no entanto, devem seguir em aceleração”.

Além disso, Mello afirmou que a inflação está sob controle, apesar de “algumas pressões pontuais” sobre os preços. Segundo ele, essas pressões estariam ocorrendo por fatores climáticos e questões cambiais.

A Fazenda também aponta o aquecimento do mercado de trabalho como um dos pontos de pressão inflacionária. Aliás, a estimativa de inflação para 2025 também subiu, passando de +3,4%, na projeção anterior, para +3,6% no relatório mais recente. Para 2026, a previsão é de uma inflação de +3,10%, enquanto em 2027 ela ficaria em +3,00%.

Ao considerar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que serve como referência para reajuste de aposentadorias e recomposições salariais, também houve um aumento da previsão de inflação. Agora, o governo estima que ele ficará em +4,4% este ano, acima dos +4,1% previstos em setembro.

Portanto, o cenário deve ser desafiador nos dois próximos anos do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Afinal, ele precisará lidar com o dilema entre uma economia aquecida e a necessidade de controlar a inflação.

Questão fiscal movimenta governo

A atuação do governo federal tem sido vista como um fator importante para que a economia brasileira se mantenha aquecida. Afinal, políticas como a valorização do salário mínimo e a renegociação de dívidas vêm ajudando na retomada econômica.

No entanto, essa atuação também vem sendo alvo de críticas. Isso porque o governo federal vem enfrentando dificuldades para controlar os gastos, que vêm aumentando desde 2022. Agora o governo busca formas de cumprir o arcabouço fiscal e evitar problemas legais.

Ao mesmo tempo, devido à baixa perspectiva de um superávit até 2025, o mercado vem atualizando para cima as projeções de inflação. Isso acaba gerando uma cadeia de notícias ruins para o governo. Afinal, também pressiona o Banco Central (BC) a aumentar a Selic, que é a taxa de juros básica da economia.

Atualmente, o governo está negociando um pacote fiscal que pode envolver diferentes ministérios. As Forças Armadas também devem fazer parte desses esforços.

Além disso, recentemente, Haddad foi a público criticar as empresas que recebem benefícios do governo e, depois, posicionam-se a favor de “sacrifícios” de benefícios para as camadas mais pobres da população.

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