Irã oferece recompensas para quem denunciar mineração ilegal

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A mineração ilegal de criptomoedas tornou-se um problema generalizado no Irã
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Flavio Aguilar
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Marta Stephens
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Máquinas para mineração cripto são apreendidas pela polícia do Paraná

O Irã está tomando medidas para combater a mineração ilegal de criptomoedas. Afinal, o país enfrenta escassez de energia, atualmente, que foi agravada por uma onda de calor severa.

Por isso, o governo está oferecendo incentivos financeiros aos cidadãos que denunciarem atividades de mineração de criptomoedas não autorizadas. A recompensa é de até 1 milhão de Toman (aproximadamente US$ 24) por denúncia, segundo o site Iran International.

O calor, com temperaturas chegando a 45 graus Celsius, leva a uma pressão considerável sobre a rede elétrica do Irã.

Mineradoras aumentam demanda por energia no Irã

Segundo Mostafa Rajabi Mashhadi, CEO da empresa estatal de eletricidade Tavanir, a situação no país tem como agravante as operações ilícitas de mineração de criptomoedas. Afinal, esses operadores exploram a eletricidade subsidiada e as redes públicas de energia sem a devida autorização. Por isso, segundo Mashhadi:

“A mineração não autorizada de criptomoedas levou a um aumento significativo no consumo de eletricidade, causando grandes interrupções na rede elétrica do país.”

Além disso, ele revelou que as autoridades descobriram 230 mil equipamentos de mineração de criptomoedas ilegais. Essas máquinas foram responsáveis por consumir até 900 megawatts de energia.

Para ficar mais claro o impacto dessa operação irregular, seu nível de consumo é comparável ao de uma província iraniana inteira com 1,4 milhão de habitantes. A mineração ilegal de criptomoedas tornou-se um problema generalizado no Irã, com muitas operações ocorrendo em escolas e mesquitas. Afinal, nesses casos, a eletricidade é gratuita ou tem subsídios do governo.

As autoridades iranianas anunciam com frequência a descoberta dessas atividades em meio a esforços para proteger a infraestrutura elétrica do país.

Atividade é conhecida pelo consumo intensivo de energia

A mineração de criptomoedas é um processo que requer um suprimento de energia considerável, devido ao poder computacional necessário para resolver problemas complexos.

Afinal, é a resolução desses “quebra-cabeças” que gera recompensas na forma de criptomoedas. Aliás, em muitos casos, são pagas em Bitcoin, a blockchain proof-of-work mais popular.

No entanto, o halving do Bitcoin em abril reduziu as recompensas de mineração em mais de 50%. Portanto, fez com que muitos mineradores passassem a lutar para continuar tendo lucros.

Em maio, a receita das operações ficou abaixo dos US$ 3 milhões. Para ilustrar a diferença, a queda drástica contrasta com os primeiros meses de 2024, quando a receita média diária chegava perto de US$ 6 milhões.

A longo prazo, a redução era considera inevitável. Afinal, fazia parte do plano para o Bitcoin. No entanto, segue trazendo preocupações aos mineradores que dependem desses ganhos.

Grandes empresas do ramo, como a Bitfarms, não ficaram de braços cruzados observando a redução nas receitas. Em vez disso, planejaram uma revisão em seus equipamentos para garantir que continuassem a operar de maneira lucrativa, mesmo em um período de incertezas no mercado.

Alguns desses operadores, especialmente nos Estados Unidos, chegaram a migrar para negócios envolvendo inteligência artificial. Afinal, essa passou a ser uma forma de obter retornos com suas instalações.

Também é importante mencionar que a Venezuela chegou a proibir recentemente a mineração de criptomoedas. Inclusive, o motivo exposto foi o de proteger a rede elétrica do país, devido ao consumo excessivo de energia pelos mineradores.

Participação do Irã na mineração cripto continua a cair

O governo iraniano reconheceu oficialmente a mineração de criptomoedas como uma atividade comercial legítima em 2019. Além disso, emitiu mais de mil licenças para essa atividade. O objetivo dessa medida era atrair capital para o país. Afinal, o Irã sofre com sanções econômicas pesadas por parte dos Estados Unidos e de outros países.

Os mineradores são obrigados a pagar impostos sobre a eletricidade que consomem. Além disso, precisam vender as criptomoedas que mineram para o banco central do país. Graças a esse sistema, o país tornou-se um dos maiores centros de mineração de Bitcoin. Afinal, aproveita a eletricidade subsidiada para sustentar um processo intensivo em energia.

No entanto, a participação global do Irã na mineração de Bitcoin vem caindo. Afinal, as quedas de energia recentes levaram o governo a interromper muitas dessas operações de mineração.

De acordo com o Cambridge Centre for Alternative Finance (CCAF), a mineração de Bitcoin no Irã representa atualmente apenas 0,2% do total da taxa de hash da moeda. Portanto, houve uma queda expressiva em relação aos 7% em 2021.

Ao mesmo tempo, o aumento dos casos de mineração ilegal de Bitcoin no Irã levou a uma maior fiscalização regulatória. Por exemplo, em junho de 2021, a polícia iraniana apreendeu 7 mil computadores de mineração em uma fazenda de criptomoedas ilegal, segundo a Reuters.

Polícia também combate a mineração ilegal no Brasil

Os casos de mineração ilegal de criptomoedas se tornaram frequentes em diversas partes do mundo, não apenas no Irã. Por exemplo, no Brasil, casos recentes chamaram a atenção para essa atividade no país.

Em julho deste ano, o Batalhão de Polícia Militar de Fronteira (BPFRON) apreendeu R$ 100 mil em equipamentos para mineradoras de criptomoedas em um carro. A apreensão ocorreu na cidade de Ubiratã, no Paraná.

Na ocasião, a polícia realizava a “Operação Protetor”, com foco no tráfico de drogas. No entanto, acabou encontrando as 10 máquinas de mineração de criptomoedas em um veículo GM Onix vermelho. O motorista foi detido e precisou prestar depoimento.

Um mês antes desse caso, em junho deste ano, um casal foi preso em Canela, no Rio Grande do Sul, sob a acusação de desvio de energia para mineradoras. Eles tinham duas centrais em endereços diferentes.

O consumo mensal de energia para a mineração nos dois locais teria chegado a R$ 100 mil, segundo estimativas da empresa de energia estadual (RGE). A polícia apreendeu 600 computadores, com valor total estimado em R$ 6 milhões.

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