Euro digital será lançado até outubro, confirma BCE
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O Banco Central Europeu (BCE) planeja lançar o euro digital após o final da fase de testes, em outubro deste ano.
A equipe da presidente do BCE, Christine Lagarde, vem trabalhando com as partes interessadas para levar o projeto adiante, apesar das preocupações dos legisladores e do público.
Euro digital a caminho ainda em 2025
No dia 06/03, Lagarde confirmou em uma coletiva de imprensa que o BCE pretende concluir a fase de preparação até outubro.
Essa fase teve início em novembro de 2023, envolvendo testes e discussões com as partes interessadas. Também prevê a criação de um conjunto de regras para a moeda digital.
Segundo Lagarde:
“A União Europeia planeja lançar o euro digital, nossa moeda digital do banco central (CBDC), até outubro deste ano (…) Estamos trabalhando para garantir que o euro digital coexista com o dinheiro tradicional, resolvendo questões de privacidade ao torná-lo pseudônimo e semelhante ao dinheiro em sua natureza.”
O ECB acredita que o euro digital irá melhorar a eficiência dos pagamentos e fornecerá uma alternativa segura aos métodos de pagamento digitais privados.
Os membros do conselho Fabio Panetta e Piero Cipollone estão liderando esforços para garantir o apoio do Parlamento Europeu, do Conselho Europeu e da Comissão Europeia.
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Ceticismo e preocupações dos legisladores
Apesar do otimismo de Lagarde, muitos eurodeputados seguem com dúvidas sobre o projeto. Afinal, segundo a Reuters, eles questionam a viabilidade e a necessidade de uma CBDC.
Além disso, há preocupações com o excesso de atuação do governo, a privacidade de dados e o desafio de integrar o euro digital ao sistema financeiro.
Aliás, recentemente, uma interrupção no sistema de pagamento Target 2 (T2) do BCE reforçou essas dúvidas.
Afinal, o T2, que processa grandes transações, falhou por mais de 2 horas no dia 27 de fevereiro. Por isso, alguns legisladores temem que problemas técnicos semelhantes minem a confiança no euro digital.
Autoridades do BCE garantem que o euro digital funcionaria o TIPS, sistema de pagamentos instantâneos já existente. Portanto, ele operaria 24h por dia, mas processando transações menores.
Medo de controle do governo
Os críticos ao CBDC da União Europeia (UE) temem que o euro digital permita aos governos rastrear e controlar as transações. Eles argumentam que a autonomia financeira e a privacidade estão em risco. Aliás, chegam a chamar o euro digital de “ditadura”.
Por outro lado, Lagarde insiste que o euro digital não substituirá o dinheiro. Segundo ela, a moeda serviria como uma opção adicional, com soluções de privacidade para evitar o monitoramento pelo governo:
“Acho que isso é extremamente importante e, para os agnósticos ou céticos, agora parece ainda mais relevante e mais imperativo do que nunca, tanto no atacado quanto no varejo.”
CBDCs no centro das atenções em outros países
Os países vêm adotando abordagens bastante diferentes para as moedas digitais. Por exemplo, como já vimos, a União Europeia apoia uma moeda digital centralizada.
Por outro lado, o presidente dos EUA, Donald Trump, se opõe fortemente às CBDCs, devido a preocupações sobre um possível controle governamental.
Além disso, há países como o Brasil, que já lançaram pilotos de CBDC. No entanto, preocupações com segurança e privacidade ainda existem por aqui, atrasando o seguimento dos trabalhos com o Drex.
Em 2023, o Banco Central do Brasil (BCB) divulgou o código-fonte de seu CBDC. No entanto, especialistas encontraram mecanismos que permitiam às autoridades congelar ou reduzir os fundos dos usuários.
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