Lavagem de dinheiro: Estados Unidos e Reino Unido detêm rede que ajudava elites russas
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Autoridades dos Estados Unidos e do Reino Unido executaram uma série de ações contra uma rede de lavagem de dinheiro, acusada de ajudar elites russas a driblar sanções internacionais. Para tanto, o grupo recorria a transações com criptomoedas, particularmente a stablecoin Tether.
Segundo reportagem do Wall Street Journal, uma das figuras centrais do caso é Ekaterina Zhdanova, empresária russa conhecida por seu envolvimento no crescimento do Tether no “submundo financeiro”.
Conforme o jornal, Zhdanova liderava uma organização chamada Smart Group, que, supostamente, facilitava a conversão de volumosas somas de dinheiro em criptomoedas, para clientes VIP.
Autoridades já tinham detido Zhdanova na Franca, no final de 2023, por conta de uma outra investigação sobre lavagem de dinheiro.
Operações envolviam carteiras controladas por Zhdanova
Além disso, o Wall Street Journal afirmou que membros da rede transferiam Tether para wallets controladas por Zhdanova. A informação veio do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos (U.S. Treasury Department).
De acordo com as autoridades, as acusações contra Zhdanova incluem, ainda, manobras para ajudar um cliente a esconder a origem de fundos usados para comprar propriedades no Reino Unido.
Bradley Smith, que atua no setor de inteligência financeira e contra o terrorismo no U.S. Treasury, afirmou que “elites russas exploravam os ativos digitais para driblar sanções internacionais e dos Estados Unidos”. Dessa forma, segundo ele, os próprios envolvidos enriqueciam e, paralelamente, também enriqueciam o Kremlin.
Grupo é acusado de financiar espiões russos
A U.K.’s National Crime Agency (agência nacional contra o crime no Reino Unido) colaborou com o Tesouro dos Estados Unidos na investigação e acusou o Smart Group de financiar espiões russos.
Além disso, também acusou a organização de lavar dinheiro para entidades criminosas, incluindo o cartel irlandês Kinahan. Uma rede baseada em Londres, supostamente liderada por Zhdanova, teria lavado cerca de US$ 19 milhões, por meio de transferências de dinheiro na Grã-Bretanha.
A National Crime Agency (NCA) identificou que transações com criptomoedas se seguiam, quase que imediatamente, a entregas em dinheiro. E, também, em valor equivalente.
Gangues criminosas usariam os fundos para comprar drogas e armas, sem mover dinheiro físico entre fronteiras. Cerca de 84 pessoas teriam sido presas nesse caso.
Na semana passada, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou uma lei federal introduzindo uma nova regra tributária para a mineração cripto. Putin também reconheceu legalmente as moedas digitais como propriedade.
E a Tether Holdings, no meio de tudo isso?
Tether é uma stablecoin atrelada ao dólar dos Estados Unidos. Porém, ao contrário do que acontece com moedas regulamentadas pelo governo, as transações com Tether costumam ocorrer fora da supervisão financeira tradicional.
Em suma, a investigação não implicou diretamente emissora da criptomoeda, Tether Holdings. Entretanto, autoridades dos Estados Unidos estão investigando separadamente a empresa por possíveis violações das leis contra crimes financeiros.
Segundo mensagens da conta do Telegram de Zhdanova, investigadas pelas autoridades, ela teria organizado transações substanciais de rublo (moeda oficial da Rússia) para Tether. Inclusive, com carteiras digitais vinculadas a ela movimentando mais de US$ 350 milhões.

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