Criador da Cardano fala em criar rede social para substituir o X
Charles Hoskinson, criador da blockchain Cardano, deu a entender em uma publicação no X (antigo Twitter) que poderia lançar uma rede social descentralizada para os usuários brasileiros. A declaração veio após a derrubada do X no Brasil. A plataforma foi bloqueada no país por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) após se recusar a designar um representante no país.
Hoskinson expressou seu apoio ao X e criticou a decisão da justiça brasileira. Portanto, o objetivo com uma nova plataforma poderia ser dar prosseguimento à abordagem que a empresa vem tendo em relação à moderação de conteúdo.
Apesar disso, Hoskinson não deu mais detalhes sobre a ideia. Então, ainda é cedo para contar com um “novo X” ou algo do tipo.
Hoskinson vê censura na decisão do STF
A declaração do fundador da Cardano foi dada em um post no X, no dia 31 de agosto. Portanto, ocorreu no mesmo dia em que a plataforma começou a ser bloqueada no país.
O post foi uma resposta a Mauro Andreoli, embaixador da blockchain no Brasil, que havia divulgado um workshop da Cardano no Brasil. Hoskinson disse que espera recrutar brasileiros para a ideia de uma nova plataforma:
“As consequências da censura mostram por que a descentralização importa. Embora o Brasil tenha silenciado nossos irmãos e irmãs do X, seu trabalho permanece e continuará importante para todos nós. Encontraremos seus delegados na convenção, e mal posso esperar para recrutar muitos brasileiros para nos ajudar a construir uma rede social descentralizada.”
Hoskinson também perguntou a um usuário, que havia questionado sua publicação original, porque ele não deveria apoiar a “liberdade de expressão” nesse caso.
No mesmo dia, Hoskinson compartilhou uma longa publicação de Brendan Carr, comissário da Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos. Em uma série de “tweets”, Carr teceu uma série de críticas à atuação do STF, ressoando muitos dos argumentos usados pelos apoiadores de Elon Musk para criticar o órgão.
“No fundo, essa decisão faz parte de um debate vivo, contínuo e global entre liberdade de expressão e censura, entre liberdade e controle. É imperativo que a liberdade de expressão e a liberdade prevaleçam.”
Aliás, assim como Musk, Carr personifica as decisões na figura do ministro Alexandre de Moraes. Afinal, partiram de Moraes as decisões polêmicas contra o X nas últimas semanas. Não à toa, o embate entre o ministro do STF e Musk virou notícia em todo o mundo nos últimos dias.
Bloqueio do X afeta a comunidade cripto
O X é considerado uma das principais fontes de informações da comunidade cripto, não apenas no Brasil como em outros países. Por isso, há a possibilidade de que os usuários brasileiros fiquem desmotivados devido à lacuna de comunicação e o atraso em relação às novidades do setor.
Por exemplo, a proibição pode interromper o fluxo de notícias sobre criptomoedas e dificultar a comunicação entre traders e investidores na região. E isso ocorreria em um momento no qual o interesse por ativos digitais vem crescendo no país.
Isso se torna especialmente sério devido à multa imposta por Alexandre de Moraes a quem usar uma rede privada virtual (Virtual Private Network) para acessar o X. É incerto o alcance prático dessa medida para os usuários comuns. No entanto, muitas pessoas não estão dispostas a correr o risco de arcar com uma multa de R$50 mil por dia.
O Brasil é um mercado essencial para o X, com cerca de 40 milhões de usuários brasileiros interagindo com a plataforma a cada mês. Apesar disso, desde que Musk adquiriu a plataforma em 2022, ela vem enfrentando muitos desafios. Por exemplo, houve uma queda acentuada na receita de publicidade.
Bluesky bate 1 milhão de novos usuários
Apesar de muitos ainda esperarem um possível retorno do X ao Brasil, há usuários que já buscam alternativas. Não há um substituto claro que tenha conquistado o coração dos brasileiros. Mas o Bluesky parece ganhar força enquanto a “promessa” de Hoskinson não sai do campo das ideias.
Recentemente, no dia 31 de agosto, a plataforma anunciou em seu perfil no X que havia atingido a marca de 1 milhão de novos usuários em apenas 3 dias.
Aliás, é possível que esse número já seja bem maior. Afinal, desde o dia 31, o bloqueio ao X se manteve ativo. Então, tudo indica que mais usuários procuraram alternativas desde então.
O Bluesky foi criado em 2019 pelo próprio X (então conhecido como Twitter), antes de Elon Musk entrar na jogada. A intenção era criar uma rede social descentralizada, e o Bluesky se tornou uma empresa independente em 2021.
Inicialmente, o acesso à plataforma era restrito, com os interessados precisando esperar em uma “fila de espera”, mas isso mudou em fevereiro deste ano. Afinal, agora, qualquer pessoa pode criar uma conta e começar a usar esse substituto potencial do X
Outra opção no horizonte é o Threads, lançado em 2023. Essa rede social pertence à Meta, empresa de Mark Zuckerberg, que também é dona do Instagram, Facebook e WhatsApp.
Apesar de todo esse “parentesco”, o Threads ainda não atingiu o mesmo nível de sucesso. No entanto, já atrai parte dos usuários do X no país. Para criar uma conta no Threads, é necessário ter um perfil no Instagram.
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