Circle fecha parceria com BTG para distribuir stablecoin no Brasil
A Circle, empresa emissora da stablecoin USDC, anunciou uma parceria com o BTG Pactual para a distribuição da moeda digital para bancos e empresas locais.O anúncio foi feito na última quarta-feira (29), durante o Circle Forum, em São Paulo, que marcou a entrada da empresa no Brasil.Além disso, outras empresas que atuam no mercado de criptoativos no país também anunciaram parceria com a Circle para impulsionar o USDC no Brasil. Entre elas, o Nubank e o Mercado Bitcoin.
Clientes poderão emitir e receber USDC “quase instantaneamente” no Brasil
No caso do BTG, o banco será um parceiro direto, fornecendo USDC aos seus clientes institucionais e de varejo. Além disso, ele vai integrar novos clientes que desejam acessar a stablecoin.Segundo Jeremy Allaire, co-fundador e CEO da Circle, o banco atuará no processo de liquidez direta para a cunhagem de USDC sete dias por semana e 24 horas por dia:
“Isso significa que em um nível de varejo e institucional, empresas e investidores poderão, quase instantaneamente, emitir e receber USDC no Brasil usando o real no sistema bancário local.”
O chefe de ativos digitais do BTG, André Portilho, também explicou sobre a atuação do banco. Segundo ele, qualquer empresa que queira usar o USDC pode entrar em contato com o BTG. Então, o banco fará a criação e queima de tokens conforme a demanda.Além disso, Portilho explicou que o banco e a Circle vão construir juntos a tecnologia para que esse processo aconteça de forma automática.
Parceria mostra importância do Brasil no mercado fintech
O CEO da Circle, Jeremy Allaire, também explicou que a empresa está comprometida em causar um impacto positivo no mercado brasileiro. Segundo ele:
“Existem muitas oportunidades poderosas no horizonte quando o ecossistema fintech do Brasil converge com a plataforma de dólar mais acessível do mundo.”
Além disso, segundo a Circle, o objetivo é fazer parceria com os principais stakeholders para capacitar outras empresas a participar da economia global. Por fim, André Portilho lembrou que o BTG está participando do espaço cripto desde 2017. Portanto, o banco já se coloca na vanguarda das inovações do mercado financeiro. Ele também afirmou:
“Estamos orgulhosos de ser o primeiro banco a emitir um token de valor mobiliário (ReitzBZ) e uma stablecoin em dólares no mundo e também o primeiro fundo de Bitcoin por uma instituição financeira no Brasil. Nossa parceria com a Circle é um testemunho de nossa crença de que a tecnologia blockchain formará a nova infraestrutura da indústria financeira. Esses marcos ressaltam nossa dedicação em ultrapassar limites e moldar o futuro dos ativos digitais.”
“Dolarização de forma mais fácil e barata”
O foco da parceria serão empresas que buscam uma forma mais simples e barata de adquirir dólares. Afinal, o USDC é uma criptomoeda com a cotação sempre equivalente a US$ 1.A Circle consegue fazer isso porque mantém reservas em dólares e outros ativos seguros denominados em dólares na mesma proporção das moedas digitais que ela mantém em circulação.André Portilho explicou que a demanda crescerá conforme as pessoas forem tomando conhecimento dessa nova solução:
“Vamos mostrar para as empresas como podemos usar este novo instrumento para fazer a dolarização de forma mais fácil e barata.”
Para o chefe de ativos digitais do BTC, a maior revolução do mercado cripto é que você pode adquirir dólares a qualquer momento do dia.Além disso, as pessoas podem fazer isso sem precisar pagar taxas do mercado tradicional.Por fim, outra vantagem é que não se sofre com as limitações de liquidez que existem atualmente.
Blockchain mais simples, rápido e eficiente
Portilho também defendeu que a tokenização de ativos financeiros é o futuro do mercado global. Além disso, ele explicou que para a liquidação das operações é preciso ter moedas tokenizadas.Por fim, ele marcou a posição do BTG Pactual nesse novo cenário:
“No BTG vemos como uma oportunidade de negócios de longo prazo a mudança dos trilhos do sistema financeiro. O blockchain é mais simples, rápido e eficiente do que os trilhos tradicionais.”
Mercado Bitcoin usará USDC para transferência de ativo de RFD
Além do BTG Pactual, a exchange Mercado Bitcoin (MB) anunciou parceria com a Circle no evento da última quarta. Afinal, a empresa usará o USDC para a transferência de ativo de Renda Fixa Digital (RFD) da carteira da exchange para outras carteiras.No entanto, segundo a MB, os clientes que quiserem usar esse serviço terão que passar por uma etapa de avaliação. Ela será feita a partir da aprovação da análise de risco e compliance.Além disso, esse serviço poderá ser uma opção para as pessoas que estão fora do Brasil. Afinal, as taxas de retorno locais são historicamente mais altas que os principais centros financeiros do mundo.Portanto, aqueles que quiserem uma exposição a essas taxas poderão comprar um token de RFD por meio de pagamento em USDC. Aliás, a transação é feita diretamente na carteira do cliente.
Objetivos em comum para o futuro do mercado financeiro
Roberto Dagnoni, CEO da 2TM, empresa que controla a MB, explicou que a nova funcionalidade fruto da parceria será um passo importante para as iniciativas de tokenização do Mercado Bitcoin:
“Estamos viabilizando a possibilidade do investidor de Renda Fixa Digital em transferi-la para uma carteira privada, transacionar em DeFi, vender para clientes do Brasil ou do exterior; são múltiplas as possibilidades.”
Além disso, Dagnoni afirmou que o objetivo da exchange é “implementar, de forma cada vez mais ampla e simplificada, o acesso à nova economia digital”.Por fim, Jeremy Allaire, CEO da Circle, pronunciou-se sobre a parceria com o MB. Segundo ele, as duas empresas estão alinhadas no propósito de modernizar o mercado financeiro:
“Temos por objetivo atuar de forma disruptiva, melhorando a forma como o dinheiro é utilizado e criando oportunidades em todo o mundo.”
Leia mais:






