Brasil contraria tendência global e registra entrada de R$ 16 milhões em ETFs

Segundo a CoinShares, o Brasil está na contramão de uma tendência global de saídas de ETFs de criptomoedas. Afinal, o país registrou um fluxo positivo nessa modalidade na última semana de agosto. Os dados estão na edição mais recente do Relatório Semanal de Fluxos de Fundos de Ativos Digitais, que a gestora divulgou nesta segunda-feira (02/09).
De acordo com a Coinshares, os fundos com exposição a criptomoedas tiveram saídas totais líquidas de US$ 305 milhões na última semana de agosto. Isso ocorreu após as entradas robustas de US$ 543 milhões na semana anterior.
No entanto, o Brasil contrariou essa tendência e manteve-se positivo. As entradas líquidas no país chegaram a US$ 2,8 milhões (R$ 15,7 milhões) no acumulado da última sexta-feira (30/08). O Brasil terminou o mês de agosto com o segundo melhor fluxo para fundos cripto. Afinal, a entrada total do mês chegou a US$ 42,4 milhões.
O Canadá puxou essa fila, com um total de entradas de US$ 60,7 milhões. Por outro lado, as entradas do país no relatório anterior da CoinShares haviam sido de US$ 13,2 milhões.
Outros países com bons resultados foram Suíça, Hong Kong e Austrália. Afinal, tiveram entradas líquidas de US$ 5,5 milhões, US$ 1,6 milhão e US$ 1,2 milhão, respectivamente.
Por fim, o pior resultado ficou com os Estados Unidos, que registrou saídas de US$ 65 milhões no mês de agosto. No entanto, no mundo todo, houve uma entrada de US$ 58 milhões no somatório do mês.
“Sentimento negativo generalizado” atingiu ETFs
Segundo o relatório, o desempenho negativo mensal dos EUA foi puxado principalmente pela performance na última semana do mês. Afinal, no acumulado do período, o total de saídas foi de US$ 318 milhões.
Além disso, segundo análise da própria CoinShares, o desempenho global dos ETFs foi puxado por um “sentimento negativo generalizado evidente em vários provedores e regiões”. Aliás, esse sentimento tem ligação com os dados recentes da economia americana, como explica o relatório:
“Acreditamos que isso foi motivado por dados econômicos mais fortes do que o esperado nos EUA, o que diminuiu a probabilidade de um corte de 50 pontos-base na taxa de juros. Continuamos esperando que a classe de ativos se torne cada vez mais sensível às expectativas de taxas de juros à medida que o FED se aproxima de um pivô.”
Bitcoin gerou resultados negativos
Segundo a gestora, o sentimento negativo global acabou se concentrando no Bitcoin. Afinal, a criptomoeda teve US$ 319 milhões em saídas líquidas na última semana de agosto. Por outro lado, os produtos de investimento vendidos em Bitcoin tiveram uma segunda semana consecutiva de entradas. Aliás, o total de US$ 4,4 milhões é o maior desde março.
Além disso, os fundos de Ethereum tiveram saídas de US$ 5,7 milhões no período. Já os volumes de negociação estagnaram, atingindo apenas 15% do que se viu na semana de lançamento de ETFs nos EUA. Portanto, chegou aos níveis de antes dos lançamentos.
Por fim, Solana viu US$ 7,6 milhões em entradas. Também as ações de Blockchain remaram contras as tendências globais. Afinal, as entradas foram de US$ 11 milhões, especialmente em produtos de investimentos específicos.
Produtos específicos foram mal
Entre os produtos específicos das gestoras, o iShares, ETF de Bitcoin à vista da BlackRock, foi o único com entradas líquidas, recebendo US$ 219 milhões na semana passada. Por outro lado, os piores resultados foram da ARK 21 Shares, com saídas líquidas no total de US$ 221 milhões.
Além disso, a Grayscale registrou uma saída de US$ 143 milhões, e a Fidelity viu US$ 63 milhões irem embora. Por fim, no mês de agosto, o ETF da Grayscale fechou com saídas de US$ 1,45 bilhão. Portanto, teve o pior resultado com alguma folga.
Por outro lado, o melhor desempenho foi do iShares, com entradas acumuladas de US$ 1,28 bilhão no mês.
Brasil se mantém em 6º lugar em aportes
Quanto aos Ativos sob Gestão (AuM, na sigla em inglês), houve um recuo global para US$ 82,54 bilhões. Aliás, o Brasil teve uma retração para US$ 856 milhões aportados. Mas o país ainda se manteve na sexta colocação em aportes.
Por fim, nessa área, os outros países relevantes foram os EUA, Suíça, Canadá, Alemanha e Suécia. Respectivamente, eles responderam por US$ 62,33 bilhões, US$ 4,44 bilhões, US$ 4,10 bilhões, US$ 3,49 bilhões e US$ 2,65 bilhões.

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