BlackRock se torna a maior detentora coletiva de ativos on-chain – Sinal de otimismo do mercado?

A BlackRock superou a Grayscale como maior detentora coletiva de ativos on-chain, por meio de seus ETFs (fundos negociados em bolsa). Trata-se de um sinal da crescente confiança de investidores institucionais em ativos digitais como Bitcoin e Ethereum, impulsionada pelas recentes aprovações de ETFs.
Na sexta-feira (16/08), holdings da BlackRock em ETFs IBIT e ETHA atingiram a impressionante marca de US$ 21,22 bilhões. Esse valor ultrapassou os US$ 21,20 bilhões referentes à combinação de holdings da Grayscale em GBTC, BTC Mini, ETHE e ETH Mini funds, segundo relatório da Arkham Intelligence.
Grayscale mantém liderança no balanço geral
No entanto, apesar dessa recente conquista da BlackRock, a Grayscale ainda detém a liderança no balanço geral. Isso se deve, principalmente, ao seu fundo GDLC, que gerencia cerca de US$ 460 milhões em ativos.
Ao contrário dos ETFs da Blackrock, o fundo GDLC não se trata de um ETF, o que permite à Grayscale manter uma maior participação no mercado.
Entretanto, a rápida ascensão da Blackrock, particularmente a partir do lançamento de seus ETFs de Bitcoin em janeiro, posiciona a companhia como uma forte concorrente no universo cripto.
Segundo Eric Balchunas, analista de ETFs na Bloomberg, se a atual tendência de crescimento se mantiver, o ETF IBIT da BlackRock pode superar, até 2025, as holdings de Bitcoin de Satoshi Nakamoto.
Dados recentes sobre esse mercado refletem o crescente interesse nos produtos cripto da BlackRock. Na semana passada, o fluxo de investimentos em ativos digitais chegou a US$ 176 milhões, e apenas os ETFs da Blackrock atraíram US$ 408 milhões.
Por outro lado, os ETFs da Grayscale viram investimentos migrarem para outros destinos, com essas saídas chegando a US$ 552 milhões. Isso demonstra, portanto, uma mudança na preferência dos investidores.
Grandes instituições financeiras preferem ETFs da BlackRock
A crescente atração exercida pelos ETFs da BlackRock é evidenciada, ainda, pela movimentação de grandes instituições financeiras, a exemplo de Capula Management, Goldman Sachs e DRW Capital, entre outras. São empresas que têm aumentado suas holdings em IBIT.
Esse cenário contrasta com a situação da Grayscale, que luta para resgatar clientes em meio à concorrência cada vez maior de ETF spots de Bitcoin e Ethereum. Um fator crucial para as dificuldades da Grayscale, nesse sentido, é sua estrutura de taxas altas. Por exemplo, há fees de 2,5%, bem maiores do que a média de 0,25% observada nessa indústria.
Isso levou a empresa a introduzir seu novo Mini ETF ETH, com taxas mais baixas, a fim de conter as saídas de seu fundo principal ETHE. Esse movimento reflete uma tendência mais ampla, na medida em que o Bitcoin Trust da Grayscale também enfrenta significativos outflows.
CEO da BlackRock reconhece Bitcoin como “ouro digital”

Ao reforçar essa perspectiva, o CEO da BlackRock, Larry Fink, recentemente reconheceu sua mudança de posicionamento com relação ao Bitcoin. Em uma entrevista, ele descreveu o ativo descentralizado como “digital gold“ e um “legítimo instrumento financeiro”.
Fink também destacou o potencial do Bitcoin como investimento no sentido de oferecer rendimentos não relacionados. Algo particularmente atrativo em um momento de incerteza econômica e desvalorização de moedas devido a déficits em alguns países.
“Trata-se de um instrumento financeiro legítimo, que permite que você obtenha tipos de rendimentos não correlacionados. Acredito, no entanto, que é um instrumento em que você investe quando está mais assustado”, afirmou.

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