Bitso, Foxbit, MB e Cainvest lançarão stablecoin pareada em real
Por mais de uma década, o Cryptonews cobre a indústria de criptomoedas, com o objetivo de fornecer insights informativos aos nossos leitores. Nossos jornalistas e analistas possuem vasta experiência em análise de mercado e tecnologias de blockchain. Nossa equipe se esforça diariamente para manter altos padrões editoriais, focando na precisão factual e na reportagem equilibrada em todas as áreas - desde criptomoedas e projetos de blockchain, até eventos da indústria, produtos e desenvolvimentos tecnológicos. Nossa presença contínua na indústria reflete nosso compromisso em fornecer informações relevantes no mundo em evolução dos ativos digitais. Leia mais sobre o Cryptonews.

Bitso, Foxbit, MB e Cainvest se uniram para lançar a BRL1, uma stablecoin pareada ao real. As quatro gigantes do mercado nacional de criptomoedas anunciaram a novidade nesta segunda-feira (7).
O consórcio que reúne as quatro empresas deve lançar o novo criptoativo ainda este ano. O objetivo é facilitar as transações entre as exchanges que integram o grupo. Além disso, elas esperam oferecer uma experiência mais fluida para seus usuários.
A expectativa das empresas participantes é lançar o BRL1 ainda este ano.
Plataformas uniram esforços em projeto de nova stablecoin
O grupo que está por trás da BRL1 inclui três das principais plataformas de criptomoedas do Brasil: Bitso, Foxbit e Mercado Bitcoin (MB).
No entanto, mesmo que essas exchanges sejam concorrentes naturais, devem colher frutos ao promover o crescimento do ecossistema local de criptoativos. Pelo menos, é isso que defende Fabrício Tota, Diretor de Novos Negócios do MB:
“Nossa prioridade é desenvolver o mercado de ativos digitais no Brasil, e acreditamos que a colaboração é a chave para alcançar esse objetivo.”
A Cainvest, quarta empresa integrante do consórcio, é líder em serviços financeiros no mercado bancário das Ilhas Cayman. Também é a principal provedora de liquidez para o mercado institucional de criptos do Brasil.
Ela terá um papel importante no projeto do BRL1. Afinal, graças ao seu know-how bancário e capacidade operacional, deverá fornecer liquidez para os pares com BTC e ETH, que as plataformas listarão contra a BRL1. Futuramente, ela deve fazer o mesmo com outros pares que envolvam a nova stablecoin.
Segundo Charles Aboulafia, CEO da Cainvest:
“Estamos totalmente comprometidos em desenvolver a infraestrutura necessária para o mercado cripto brasileiro, e a criação desta stablecoin por meio de um consórcio é um passo importante nesta jornada.”
Ricardo Dantas, CEO da Foxbit, ressaltou a importância de um projeto como o da BRL1 em um cenário desafiador, com fricção entre o ecossistema cripto e o sistema financeiro tradicional.
“Essa stablecoin tem o potencial de ser o principal catalisador e redutor dessa fricção (…) A criação conjunta do BRL1 é um passo natural em um ambiente cripto maduro como o brasileiro.”
Consórcio espera 100 milhões de BRL1 em um ano
A expectativa do consórcio é atingir uma emissão de 100 milhões de BRL1 no primeiro ano. Para que isso ocorra, segundo Dantas, será necessária uma cooperação com outros projetos, incluindo o Drex.
Inicialmente, a stablecoins será implementada nas redes Ethereum e Polygon, com lastro em reais e em títulos do governo. Já a primeira emissão prevista será no valor de R$ 10 milhões.
Segundo Bárbara Espir, diretora da Bitso no Brasil, esse modelo servirá para garantir a estabilidade do sistema:
“Essa configuração proporciona uma camada extra de segurança e estabilidade para nossa stablecoin, algo que ainda não fora atingido por iniciativas similares. Estamos construindo todos os detalhes deste projeto com muito cuidado para que a BRL1 beneficie o máximo de pessoas e empresas que operam no Brasil e explore o potencial das stablecoins em promover transações locais e pagamentos internacionais mais baratos, rápidos e transparentes.”
Além disso, o consórcio terá o apoio de parceiros como a Fireblocks. Ela irá prover tecnologia para a tokenização e custódia da stablecoin, como explica Michael Shaulov, CEO e cofundador da empresa:
“Estamos orgulhosos de apoiar a criação do BRL1, fornecendo a infraestrutura de tecnologia segura de tokenização e de custódia (…) Esta colaboração é um marco significativo na evolução do mercado de ativos digitais brasileiro, e estamos entusiasmados em contribuir para o desenvolvimento de um ecossistema de ativos digitais estável, transparente e eficiente, ao mesmo tempo que promove maior confiança e inovação no espaço.”
A Fireblocks já auxiliou em projetos de tokenização em países como a Austrália, Colômbia, EUA, Japão e México. Também vem se envolvendo em vários projetos de moeda digital do banco central (CBDC) pelo mundo.
Além disso, participa do projeto o escritório Pinheiro Neto Advogados, uma referência no universo cripto. Nesse caso, o objetivo é garantir a conformidade regulatória nas diferentes etapas.
Como deverá funcionar a BRL1
Com a opção de BRL1, compras e vendas entre diferentes plataformas poderão ocorrer diretamente. Ou seja, não haverá a necessidade de intermediação do banco no qual o investidor tem conta corrente. Atualmente, isso ocorre por meio de pagamentos via Pix, por exemplo. No entanto, geram a necessidade de uma transação adicional.
Atualmente, já existem diversas stablecoins pareadas com o dólar. Devido à força da moeda americana, esse tipo de ativo está entre os mais negociados do mundo no universo cripto.
A principal opção para os usuários é o Tether (USDT). Afinal sua capitalização de mercado já chegou a US$ 120 bilhões. Esse valor o coloca atrás apenas do Bitcoin (BTC) e do Ethereum (ETH) em capitalização.
No entanto, segundo Fabrício Tota, diretor de Novos Negócios do MB, o impacto desse tipo de stablecoin ainda é restrito. Afinal, os usos possíveis não influenciam tanto a vida dos usuários em suas atividades diárias.
“Os casos de uso de stablecoin de dólar são muito nichados, como pagamentos transfronteiriços, exposição a dólar, utilização em finanças descentralizadas, mas que não impactam tanto no usuário comum, que tem conta em reais, usa reais no dia a dia, mas que ainda não tinha uma opção de ter reais numa forma digital fora do sistema financeiro tradicional.”
Como costuma ocorrer com stablecoins, cada BRL1 será equivalente a R$ 1. Além disso, as reservas passarão por auditorias e terão divulgação com toda a transparência para os usuários do sistema.
De acordo com Aboulafia, da Cainvest, a BRL1 poderá aparecer em exchanges internacionais. Afinal, já haveria empresas estrangeiras interessadas na stablecoin — os nomes delas serão divulgadas posteriormente.
Stablecoins podem reduzir custos de empresas
A Circle, gestora da stablecoin USDC, divulgou em setembro que os usuários no Brasil poderão usar Pix para adquirir a moeda no país. Esse é um avanço importante, já que permitirá o acesso mais fácil e prático ao “dólar digital”.
A diferença, no caso, é que os interessados não precisam pagar em dólares americanos pelos valores em USDC. Isso facilita bastante o processo não apenas pela redução do custo nesse tipo de transação, mas também pelo ganho de tempo.
Afinal, anteriormente, operações como essas poderiam demorar até mais de um dia para serem concluídas. Agora, tudo deve ocorrer em questão de minutos, gerando mais liquidez e facilitando a vida dos usuários das plataformas.
A mesma novidade chegou ao mercado mexicano. Segundo a Coinbase, a adoção de USDC em sistemas de pagamento do Brasil e do México reflete o interesse crescente das instituições financeiras tradicionais nas vantagens da tecnologia blockchain.
Além disso, segundo a Circle, a fusão entre o setor financeiro tradicional e a tecnologia da blockchain deve se ampliar. Portanto, é possível que novas integrações surjam em diversos outros mercados globais.

Leia mais:






