Bitcoin segue sazonalidade baixista de setembro e abre o mês na faixa dos US$ 58 mil

O Bitcoin (BTC) continua a oscilar na faixa dos US$ 58 mil, enfrentando dificuldades para ultrapassar a marca dos US$ 60 mil, um desafio persistente desde a semana passada. Esse cenário reforça a tensão no mercado de criptomoedas, especialmente porque entramos em um período que historicamente tende a ser mais fraco para ativos.
Nesta segunda-feira pela manhã, o BTC negociava a US$ 58.396, representando uma leve alta de 1% no dia, embora as perdas semanais tenham alcançado 8,4%. Em termos locais, no Brasil, o aumento foi de 0,4%, com o preço chegando a R$ 330.521, de acordo com o Índice de Preço do Bitcoin (IPB).
Dentre as principais criptomoedas do mercado, todas registraram perdas ao longo da semana, com destaque para Solana, que despencou 18%, e Dogecoin, que caiu 11,2%. Porém, hoje, a maioria desses ativos teve uma recuperação moderada junto ao Bitcoin.
Ethereum, por exemplo, avançou 2%, alcançando US$ 2.524, enquanto Solana teve uma valorização de 1,1%. Em contraste, Dogecoin e Toncoin tiveram quedas de 1,3% e 1,7%, respectivamente.
Retiradas de ETFs de Bitcoin marcam semana de cautela no mercado
Recentemente, os ETFs de criptomoedas negociados nos EUA têm mostrado uma redução nas captações, sinalizando um período de consolidação no mercado cripto.
Na última sexta-feira (30/08), por exemplo, os ETFs de Bitcoin registraram saídas líquidas significativas, totalizando US$ 175 milhões. Esse foi o quarto dia seguido de retiradas, indicando uma tendência de cautela entre os investidores.
O que chamou a atenção foi a saída de recursos do ETF IBIT da BlackRock, a primeira desde maio, o que gerou certa preocupação no mercado. No entanto, Brett Singer, analista da Glassnode, ofereceu uma visão mais tranquila, minimizando a importância dessas retiradas.
Segundo ele, o ETF ainda apresenta um crescimento consistente e as quantias retiradas são relativamente pequenas, o que não representa um motivo de alarme.
Por outro lado, os ETFs de Ethereum se mantiveram estáveis, sem registrar movimentações significativas de entrada ou saída de recursos.
Espera-se que o ambiente no mercado americano continue calmo no início desta semana, especialmente porque as bolsas estão fechadas na segunda-feira. Isto se deve ao Labor Day, o feriado do Dia do Trabalhador nos Estados Unidos.
Bitcoin caiu em 6 dos últimos 7 anos no mês de setembro
De acordo com alguns especialistas, a recente estagnação do Bitcoin parece ser consistente com a típica tendência de queda que se observa em setembro. Contudo, eles destacam que uma possível redução das taxas de juros pelo Federal Reserve americano poderia impulsionar positivamente as criptomoedas.
Innokenty Isers, da exchange Paybis, mencionou em um e-mail que foi amplamente divulgado pelo CoinDesk que setembro é um mês tradicionalmente desfavorável para o Bitcoin. Historicamente, o mês registra uma depreciação média de 6,56%.
Ele sugere que, se o Fed decidir por um corte nas taxas de juros neste mês, isso poderia mitigar essa tendência negativa. Reduções de juros tendem a resultar em um aumento de dólares circulando na economia, o que reforçaria o papel do Bitcoin como um ativo de reserva de valor.
A equipe de analistas da QCP Capital também concorda que setembro geralmente apresenta um desempenho baixista para o Bitcoin, com quedas registradas em seis dos últimos sete anos no mês.
Eles observam que, apesar das turbulências vistas em agosto, é esperado que o Bitcoin encontre um suporte sólido na faixa dos US$ 54 mil. Este nível já serviu de base para uma recuperação em julho, antes da criptomoeda alcançar os US$ 70 mil.
Além disso, eles pontuam que os próximos dados de emprego nos EUA, que serão divulgados na quinta e sexta-feira, devem ser monitorados pelos investidores. Contudo, eles não preveem grandes surpresas, dada a recente tendência de os dados macroeconômicos impactarem cada vez menos o mercado de criptomoedas.
Em suma, apesar do momento de estagnação, existem indícios consistentes de uma tendência de alta no médio prazo para o Bitcoin, segundo analistas.

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