América Latina se destaca no mercado de criptomoedas – Veja quem são os investidores

A América Latina tem se destacado no mercado de criptomoedas pelo crescimento e rápida aceitação dos ativos. Pensando em aprimorar a atuação na região, uma grande exchange promoveu uma pesquisa para mostrar quem são os investidores latino-americanos.
Os dados do estudo foram analisados e disponibilizados pela Binance. Hoje, essa empresa é referência em gestão de criptomoedas no mundo todo. Para saber mais sobre o perfil dos investidores, foram ouvidos cerca de 10 mil usuários da plataforma. Os investidores estão espalhados pela Colômbia, México, Brasil e Argentina.
O principal objetivo da corretora era entender como os investidores da região se comportam. Além disso, a Binance quis saber como é a relação deles com os investimentos e com os ecossistemas da Web3.
A pesquisa aponta para investidores com anseios para o futuro do mercado
A Binance conseguiu entender um pouco mais do perfil dos investidores da América Latina. O estudo conduzido pela corretora apontou para um tipo de investidor mais preocupado com o futuro. Assim, 50% dos investidores (cinco para cada dez entrevistados) estão abertos para investimentos com retornos de longo prazo. Ou seja, buscam um lucro maior com rendimentos mais altos, não apenas moedas especulativas.

Além disso, parte dos investidores entrevistados (50,3%) são novos no mercado. Eles estão há pouco mais de um ano apostando nos ativos digitais. Ao contrário disso, cerca de 18,8% apostam em retornos rápidos, fazendo o que é chamado pelos especialistas de day trade.
Já os motivos para comprar criptomoedas variam. Isso porque 20,3% dos entrevistados afirmou ter comprado os ativos pela perspectiva de altos retornos em breve. Outros 15,2% alegam estar pensando na tão sonhada liberdade financeira.
Com relação ao uso recorrente das criptomoedas, os ecossistemas têm atrativos específicos. Pelo menos 8,4% dos investidores indicaram os benefícios das transações peer-to-peer como pontos positivos para o uso das moedas digitais. A possibilidade de pagamentos de despesas diárias também é um dos benefícios indicados (4,9%). Outro ponto positivo destacado pelos investidores é a possibilidade de fazer remessas de criptomoedas sem o uso de métodos centralizados.

Os dados levantados pela Binance e pela Triple-A constatam que a América Latina tem quase 55 milhões de investidores em criptomoedas. Essa quantidade corresponde a quase 10% do total de investidores do mundo. Isso faz da região um lugar bastante promissor e que tem a atenção de grandes empresas, como a Binance.

Binance aposta na América Latina para expandir negócios
Em um dos fundamentos do estudo, Guilherme Nazer, presidente regional da Binance na região, se mostrou empolgado com os andamentos dos negócios aqui. O executivo afirma que a América Latina é bastante importante para Binance, e que a corretora deve atuar de forma estratégica daqui para frente.
Isso porque há muito espaço para um crescimento, especialmente com relação ao número de adotantes de criptomoedas. Além disso, a empresa deve focar em demandas específicas de cada um dos países, aumentando a qualidade dos serviços.
Outro fundamento para o estudo foi a aposta em um raio X das expectativas dos usuários. Assim, foi possível apurar o atual estado do crescimento das criptomoedas e apostar de maneira mais acurada no desenvolvimento de produtos. Assim, a corretora conseguiu averiguar qual o nível de aptidão com a Web3 e dirimir eventuais dificuldades.
Dessa maneira, a Binance deve aumentar seus lucros com os latinos-americanos e também contribuir para o crescimento dos mercados. Isso porque a atuação vai levar em conta as necessidades reais do mercado e o desempenho da exchange para manter sua posição de referência no futuro.
Brasil deve liderar o mercado na América Latina
O Brasil é destaque no mercado de ativos digitais há algum tempo. Não é para menos, pois o país conta com dimensões continentais e está progredindo no processo de tokenização. Com relação aos ETFs, por exemplo, já foi atingida uma posição relevante. Enquanto vários países registraram saídas consideráveis, o Brasil fechou a última semana de agosto com números positivos.
Além disso, o Brasil é o primeiro país da América Latina a trabalhar com prazos reais para proceder à regulamentação do mercado. Existe um Marco Legal das Criptomoedas, que entrou em vigor ainda sob a presidência de Jair Bolsonaro. Por outro lado, o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, nunca se mostrou contente com o Marco.
Assim, desde o começo de 2023, existem grupos de trabalho tentando adequar a legislação. Ao que parece, o segundo semestre deve ser bastante movimentado no setor. O Banco Central deve promover algumas consultas públicas para melhor atuar na fiscalização das corretoras. Do mesmo modo, a Comissão de Valores Mobiliários deve dar andamentos aos procedimentos para buscar uma forma de regular a sua atuação.
Contudo, o Congresso Nacional fica com a missão mais aguardada. Debater a segregação patrimonial. Esse é um tema que gera discussão, especialmente depois de alguns furtos de criptomoedas. A previsão é de que o projeto de lei termine ainda esse ano e encaminhado para aprovação no começo de 2025.
Os processos de tokenização
De todo modo, a preocupação do Brasil com o mercado de criptomoedas e o processo de tokenização deve ser motivo de atenção. As discussões em curso têm o potencial de colocar o país em um local de ainda maior destaque no radar das grandes empresas, como a Binance, o que contribui para o aumento da aceitação das criptomoedas.
Prova disso são os números apresentados pela CoinShares recentemente. Os fundos tiveram saídas líquidas de mais de US$ 305 milhões desde o final do mês até agora. Neste cenário, o Brasil foi um ponto fora da curva. O país apresentou entradas líquidas de mais de US$ 2,8 milhões no mesmo período. Na lista de países com boas entradas, estão também Suíça, Hong Kong e Austrália.
Isso indica que ainda há chances de aceitação dos ativos. Especialmente para ETFs ligados a criptomoedas em ascensão, justamente como é o caso de Solana. Isso porque se percebe que os investidores não querem apenas produtos baseados em BTC. Resta maior celeridade por parte dos órgãos reguladores, a exemplo do que fez a Comissão de Valores Mobiliários no Brasil.

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