3 mil mexicanos sofrem golpe com bot de negociação cripto
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Segundo a mídia mexicana, mais de 3 mil pessoas das regiões de Tehuacán e Puebla, no México, ficaram no prejuízo devido a um golpe envolvendo bots de negociação de criptomoedas.
De acordo com os veículos Milenio e Moto Red Tehuacán, o foco das denúncias é uma “empresa de criptomoedas” chamada AMG GPT.
Bot de negociação de criptos prometia retornos garantidos
De acordo com as informações divulgadas, a empresa afirmava ter escritórios em Tehuacán e Puebla. No entanto, ambos parecem ter fechado nos últimos dias. Os “clientes” da AMG alegaram que haviam investido em bots de negociação de criptomoedas devido a promessas de pagamentos diários.
No entanto, diversas fontes disseram aos jornais mexicanos que não estão mais conseguindo realizar saques na plataforma da empresa.
Além disso, essas pessoas alegaram que, inicialmente, chegaram a ganhar dinheiro com a AMG. Inclusive, teria havido vários eventos promocionais da empresa nas regiões em questão. Ela teria realizado sorteios onde oferecia dólares, iPhones e carros da Tesla. No entanto, não é certo que entregava esses prêmios.
Uma das fontes do jornal Milenio citou até mesmo patrocínios oficiais por parte dos golpistas:
“No começo foi tudo muito legal, consegui fazer quatro ou cinco saques, todos caíram para mim. Os últimos foram de 7.000, 9.000 pesos, e, bom, estavam patrocinando um lutador, La Bonita Sánchez, e isso também deu confiança.”
Mas esses pagamentos parecem ter “secado” rapidamente. Segundo as possíveis vítimas, os funcionários da empresa teriam dito a elas que seria preciso pagar “taxas de verificação” se quisessem fazer saques.
Por isso, os clientes da AMG decidiram registrar queixas e tentaram visitar os escritórios da empresa em busca de respostas. No entanto, segundo a jornalista do Milenio Carolina Espinosa River:
“Os escritórios em Tehuacán desapareceram completamente, com as instalações ficando vazias. Além disso, embora alguns supostos líderes tenham sido identificados, eles também alegaram ser vítimas de golpe. Eles disseram que não sabem quem é o responsável pelo esquema.”
Nossos pagamentos atrasaram, dizem investidores
Os alvos do esquema teriam sido convidados a pagar por bots de negociação de criptomoedas por um período de tempo definido. No entanto, muitos deles acabaram notando que seus pagamentos em dinheiro estavam sujeitos a atrasos constantes.
Em seguida, no início de novembro, a empresa teria emitido uma declaração alegando que os clientes precisavam agora “solicitar um cartão de crédito especial” com o nome de “Crypto-VISA”. Segundo a empresa, esse cartão ofereceria pagamentos “garantidos” em troca de investimentos com valor mais alto.
O Moto Red Tehuacán afirma que a empresa tinha escritórios nas ruas 3 Oriente, 2 Sur e 3 Poniente, em Tehuacán. Além disso, havia uma operação na rua 3 Poniente de Ciudad, no centro de Puebla. No entanto, todos os quatro escritórios parecem abandonados atualmente.
Cerca de 100 pessoas assinaram uma queixa oficial que foi apresentada ao Ministério Público. Na última declaração oficial, a AMG GPT alegou que os atrasos nos saques de dinheiro ocorreram devido a um evento com o nome de “Shopping Festival”. Esse evento ainda forneceria “recompensas generosas”.
No entanto, segundo os investidores, essa declaração teria causado ainda “mais confusão, em vez de tranquilizar os “clientes” da “empresa”.
Novos usuários derrubaram esquema
Os investidores da AMG GPT disseram que um fluxo repentino de novos usuários pode ter causado a “queda da pirâmide”. Afinal, segundo os clientes da empresa, a situação “começou a piorar quando pessoas que já haviam se beneficiado do programa de bots começaram a convidar mais gente para participar”.
Essas pessoas teriam sido atraídas pelas promessas de retornos que chegariam ao dobro — ou mesmo o triplo — do que investiram inicialmente.
No entanto, essas afirmações parecem contradizer a lógica de um esquema de pirâmide tradicional. Afinal, eles costumam se manter “em pé” justamente enquanto há novos “investidores” entrando na jogada.
Portanto, não se sabe qual teria sido o fator que motivou a AMG a dar um fim ao golpe e sumir com o dinheiro que já havia arrecadado.
Escritórios e grupos do WhatsApp encerrados
A empresa disse em seu comunicado que seu “departamento financeiro” estaria “revisando as contas de funcionários e de alguns usuários”. Além disso, acrescentou que agora estava “cooperando com as autoridades fiscais para esclarecer o que ocorreu”.
No entanto, os clientes disseram que todos os canais de retirada foram congelados. Também se encontram fechados os grupos do WhatsApp e outros canais de comunicação que a AMG mantinha inicialmente.
Os usuários disseram esperar “que a justiça seja feita”. Além disso, estariam em busca do reembolso do dinheiro que investiram na esperança de obter retornos honestos.
BTC e DOGE serviram como iscas
Os meios de comunicação mexicanos publicaram fotos de eventos de marketing da AMG. Nos materiais, ficam claras as referências ao Bitcoin (BTC) e ao Dogecoin (DOGE).
Além disso, o golpe teria envolvido o uso da imagem de Elon Musk, assim como a marca da gigante de criptomoedas Binance. Até mesmo o logotipo da Crypto.com estaria sendo usado pelos fraudadores.
As vítimas da AMG disseram que os novos investidores entregavam grandes somas de dinheiro, em torno de US$ 1.000, na esperança de ganhar dinheiro rápido.
A notícia vem logo após os acontecimentos na Argentina no mês passado. Na ocasião, supostos golpistas de criptomoedas teriam contratado atores pouco conhecidos para promover um esquema de pirâmide.
Segundo advogados argentinos, até 20 mil residentes em San Pedro, Buenos Aires, teriam sido vítimas desse golpe envolvendo USDT.
Assim como ocorreu no suporto golpe mexicano, os idealizadores dessa fraude na Argentina garantiram aos investidores pagamentos diários sobre suas participações.
Golpe envolvendo bots também ocorreu no Brasil
Golpes semelhantes com o que ocorreu no México também são frequentes no Brasil. E costumam enganar muitas pessoas devido à promessa de retorno elevado com criptomoedas.
Por exemplo, a menção ao uso de bots costuma servir para convencer os usuários de que eles terão retornos garantidos. Afinal, esse recurso serviria para fazer “copy” de aplicações de outros investidores.
No entanto, na maioria dos casos, essas operações não ocorrem efetivamente. Em vez disso, as vítimas de golpe veem os criminosos sumirem com seu dinheiro depois de algum tempo. Geralmente, isso ocorre após eles terem conquistado a confiança dos “clientes” com alguns pagamentos, que reforçam a confiança e levam essas pessoas a investirem mais.
Em agosto deste ano, o golpe do “Príncipe do Bitcoin” levou à prisão de mãe e filha envolvidas no esquema — o pai já havia sido preso também. O caso foi semelhante ao do “Faraó dos Bitcoins”, referente a um golpe bilionário comandado por Glaidson Acácio dos Santos.
Todas essas fraudes tinham características de esquemas de pirâmide. Afinal, cresceram à medida que novas vítimas eram atraídas e permitiam a realização de repasses para outros usuários, fazendo com que o golpe se mantivesse mais tempo de pé.

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