Taxa Selic elevada, porém inflação continua acima da meta — Especialistas explicam o porquê

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A meta de inflação foi definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3% para 2024.
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Pedro Augusto
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Marta Stephens
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Entre setembro de 2023 e abril de 2024, o Brasil se deparou com uma queda na inflação acumulada em 12 meses. Esta foi uma resposta direta às medidas contracionistas do Banco Central, que manteve a taxa Selic em patamares superiores a 10% ao ano.

Apesar dessa tendência de baixa, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) começou a escalar novamente após esse período, permanecendo acima do centro da meta estabelecida para a inflação. Contudo, os dados de agosto trouxeram um certo alívio com a ocorrência de deflação.

Em suma, a meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), foi estipulada em 3% para o ano corrente. Esta possui um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, estabelecendo o limite inferior em 1,5% e o superior em 4,5%.

De acordo com José Carlos de Souza Filho, professor da FIA Business School, existem alguns fatores que podem estar contribuindo para os receios de uma elevação da inflação atual, apesar da recente queda.

O primeiro fator é o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima do esperado. Este sinaliza um vigor excessivo na atividade econômica e pode levar a desequilíbrios. O segundo fator é a redução do desemprego, que, ao aumentar a renda disponível, estimula o consumo e, consequentemente, exerce pressão sobre os preços.

Para os próximos meses, Souza Filho aponta preocupações que podem impactar o cenário econômico do país. A escassez de chuvas e a seca severa em diversas regiões estão entre os principais fatores que ameaçam a produção agrícola.

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Fonte: IBGE

Deflação registrada em agosto pode fazer a Selic subir menos que o esperado

O professor da FIA Business School também observou que as variações mensais dos índices de inflação, como o IPCA e o IPCA-15, não têm apresentado mudanças significativas, indicando uma resistência à queda acentuada dos índices.

Ele comenta que, por conta dessa estabilidade, o Banco Central adota uma postura conservadora em sua política de redução de juros, pensando no longo prazo. Além disso, o Banco Central continua a monitorar outros fatores, como a desvalorização do câmbio. Este eleva os custos de muitos insumos e as incertezas relacionadas à política fiscal.

Apesar dessas preocupações, Souza Filho acredita que não ocorrerá um aumento excessivo da taxa de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Na reunião, que ocorrerá nos dias 17 e 18 de setembro, espera-se que a Selic suba para 10,75%.

Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, aponta que a deflação observada em agosto aliviou as expectativas de um aumento mais acentuado da taxa de juros, previsto anteriormente em 0,50 pontos percentuais.

Ela considera que a deflação do mês foi um evento isolado, resultante de ajustes de eventos ocorridos em julho. Por fim, ela sugere que, embora os dados atuais mostrem uma situação favorável, as perspectivas futuras ainda são incertas.

“Não adianta manter a taxa de juros alta e continuar com ritmo de gastos forte”

Segundo a análise de Souza Filho, a expectativa de inflação futura é um fator significativo no comportamento do mercado, levando agentes econômicos a adotarem medidas preventivas.

Além disso, o desequilíbrio fiscal é apontado como um influenciador importante, visto que obriga o governo a manter uma alta rolagem da sua dívida. Esta, por sua vez, acaba pressionando a taxa básica de juros.

Um exemplo claro dessa dinâmica ocorreu no primeiro semestre deste ano, conforme salienta Andréa Angelo.

Não adianta nada a gente ir com uma taxa de juros muito alta, mas com o fiscal desajustado, com um ritmo de gastos muito forte.

Ela ressalta que, com uma política fiscal flexível e incentivos de renda, a economia tende a não perder ritmo, mantendo, assim, a inflação elevada.

Para haver um controle efetivo da inflação, é essencial a implementação de políticas fiscais mais sólidas e a manutenção adequada das expectativas inflacionárias.

Por fim, um crescimento econômico equilibrado e uma produção agrícola robusta, que não sofra os impactos negativos de uma estiagem, também são vistos como elementos fundamentais para o equilíbrio da economia, de acordo com Souza Filho.

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