Banco Central eleva a previsão de alta do PIB em 2024

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A informação consta no Relatório Trimestral de Inflação desta quinta-feira (26).
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Flavio Aguilar
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Marta Stephens
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Revista internacional elege o Banco Central do Brasil como o melhor BC do mundo

O Banco Central (BC) melhorou a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 de +2,3% para +3,2%. A informação consta no Relatório Trimestral de Inflação desta quinta-feira (26).

A alteração se deu em relação ao relatório anterior, divulgado em junho. A nova previsão considera que houve um impacto abaixo do esperado das enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul no segundo trimestre.

Ao mesmo tempo em que elevou sua previsão para 2024, o BC revisou para baixo a projeção para 2025. Afinal, ela passou de +2,3%, no relatório de junho, para +2,0% ontem.

Surpresa positiva e expectativa de desaceleração do PIB

Segundo o documento do Banco Central, a perspectiva de um aumento maior do PIB brasileiro decorre da surpresa positiva com a economia no segundo trimestre deste ano.

“A atividade econômica brasileira manteve-se robusta no segundo trimestre, com crescimento outra vez acima do esperado, o que levou a uma nova rodada de revisão para cima nas projeções de crescimento para 2024. Os impactos econômicos das enchentes no Rio Grande do Sul foram menores do que o antecipado, o que explica parte da surpresa. No segundo trimestre, assim como no primeiro, destacaram-se as altas no consumo das famílias, nos investimentos e nos setores mais cíclicos da economia.”

Por outro lado, a autarquia espera que o ritmo de crescimento do PIB seja menor ao longo do segundo semestre.

Entre as razões que o BC alega para a desaceleração, estão:

“…expectativa de menor impulso fiscal, interrupção da flexibilização monetária iniciada em 2023, menor grau de ociosidade dos fatores de produção e ausência de forte impulso externo.”

Por isso, a autoridade monetária espera que a agropecuária termine 2024 com um recuo de -1,6%. Já a indústria teria um crescimento de +3,5%, enquanto a alta dos serviços chegaria a +3,2% ao final do ano.

Para 2025, o BC prevê que a agropecuária se recupere com uma alta de +2%. Por outro lado, o crescimento da indústria seria menor que em 2024, a +2,4%. E o mesmo ocorreria com os serviços, que devem crescer +1,9%.

Em seu relatório, a autarquia destaca a previsão de números próximos nos três setores em 2025:

“Para 2025, projeta-se crescimento de +2,0%, com variações nos componentes da oferta e da demanda razoavelmente homogêneas e, de modo geral, menores do que as esperadas para 2024.”

Perspectiva de inflação em alta

Com o crescimento acima do esperado este ano, o Banco Central também vê o risco de pressão sobre a inflação.

Afinal, a autarquia ressaltou no relatório que a atividade econômica continuou se expandindo em ritmo forte. Além disso, o mercado de trabalho está aquecido.

O BC subiu suas projeções de inflação para todo o horizonte do relatório, na comparação com o documento anterior, de junho. Por exemplo, a autarquia destacou que voltou a subir a inflação acumulada em 12 meses e, assim, também aumentam as expectativas de inflação no curto e médio prazos.

Portanto, a previsão é de uma taxa mais distante do centro da meta:

“O aumento da projeção de inflação no horizonte relevante resultou principalmente da atividade econômica mais forte que o esperado, que levou a uma elevação no hiato do produto estimado, da depreciação cambial e do aumento das expectativas de inflação.”

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o colegiado do BC já havia piorado suas projeções, prevendo inflação de +4,3% em 2024 e de +3,7% em 2025. Já o relatório desta quinta acrescentou a essas previsões uma estimativa de +3,3% para 2026.

Quanto à meta de inflação, o seu centro é de 3% para 2024 e os dois anos seguintes. No entanto, há uma tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima.

O BC elevou de 28% para 36% a probabilidade de a inflação romper o limite superior de tolerância da meta este ano. Além disso, em 2025, a probabilidade passou de 21% para 28%. Por fim, para 2026, o BC projeta uma probabilidade de 19%.

Alta dos juros ainda repercute

A decisão recente do Copom de aumentar a taxa Selic, o juro básico da economia brasileira, ainda repercute. Afinal, ela passou de 10,50% para 10,75%, e o BC ainda não havia realizado um aumento durante o governo Lula.

Durante a entrevista coletiva de apresentação do Relatório Trimestral de Inflação, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, voltou a falar sobre o tema. Aliás, ele aproveitou para comentar as razões da alta da Selic.

Segundo ele, a elevação da taxa em 0,25 ponto percentual não se deve à inflação de curto prazo medida recentemente. Na verdade, estaria relacionada ao aquecimento do mercado e da economia. Portanto, refletiria fatores que tendem a gerar uma pressão nos preços no horizonte futuro.

Segundo Campos Neto:

“Nossa decisão não é baseada em um número de curto prazo. A gente tenta olhar um conjunto de dados (…) Iniciamos o ciclo dizendo que entendemos que existe um mercado de trabalho apertado, com o crescimento revisado para cima, as expectativas de inflação que estão piorando, o hiato do produto positivo e as nossas projeções e o balanço de riscos que ficou assimétrico.”

O presidente do BC descartou que uma alta ainda maior, de 0,05 ponto percentual, tivesse sido pauta durante a reunião do Copom. De acordo com ele, nenhum dos integrantes do comitê aventou essa possibilidade.

Por outro lado, Campos Neto deixou em aberto o que pode ocorrer na próxima reunião do Copom. Afinal, a próxima decisão irá se basear em fatores que ainda não são plenamente conhecidos — especificamente, nos próximos números da economia.

“Tem alguns elementos que geram incertezas (…) A gente precisa de mais dados e mais tempo para entender como isso vai se dar mais para a frente.”

Haddad prevê PIB crescendo mais de +2,5% ao ano sob Lula

Um dia antes da divulgação do novo Relatório Trimestral de Inflação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez uma avaliação otimista sobre o desempenho da economia brasileira.

Segundo ele, a economia brasileira deverá crescer acima dos +2,5% ao ano durante o mandato atual do presidente Lula. A fala ocorreu durante uma palestra de Haddad na 3ª edição do J. Safra Brazil Conference 2024, em São Paulo.

Nas palavras do ministro:

“Não vejo razão para o Brasil crescer nem muito acima nem muito abaixo da média mundial. Penso que o Brasil tem todas as condições de crescer acima de +2,5% nos quatro anos do mandato.”

Em 2023, primeiro ano do governo, o PIB avançou +2,9%. Caso o resultado deste ano seja igual ao previsto pelo BC em seu último relatório de inflação, de +3,2%, o crescimento já estará acima da média de +3%.

No entanto, ainda haverá dois anos para a equipe econômica de Haddad manter esse desempenho. E a previsão do BC, de que o PIB crescerá +2% em 2025, não é um bom prenúncio nesse sentido.

Afinal, a elevação dos juros e a desconfiança do mercado com o lado fiscal podem minar o ritmo de crescimento econômico observado até agora.

Apesar disso, o ministro demonstra otimismo com o que virá. Aliás, na tentativa de trazer novos recursos para o Brasil, Haddad se reuniu recentemente com agências de risco nos EUA, na companhia de Lula. Na quarta (25), falou sobre essas conversas:

“Já tivemos as três agências de risco [Fitch, Moody’s e S&P] revisando a nossa nota de crédito. E há uma expectativa bem fundamentada de que isso vá continuar acontecendo no próximo ano.”

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