49% dos CEOs planejam modernizar a estrutura de cibersegurança e 69% usarão IA generativa

Diante do aumento e da sofisticação de ataques cibernéticas, 49% dos CEOs de grandes empresas pretendem modernizar a infraestrutura de cibersegurança nos próximos 12 meses. Os dados são de pesquisa global da PwC, com base em entrevistas com 3.876 líderes corporativos.
O levantamento também mostrou que 45% colocam investimentos e otimização da atual tecnologia como prioridade, enquanto 40% destacam a importância de continuar a promover treinamentos na área de segurança.
Essas preocupações estão diretamente associadas ao aumento e à sofisticação dos ataques cibernéticos. Segundo o estudo, entre 2023 e 2024 o percentual de empresas que tiveram perdas acima de US$ 1 milhão por conta de vazamentos de dados passou de 27% para 36%.

Para os entrevistados, entre as maiores ameaças estão ataques à nuvem e a dispositivos conectados – duas tecnologias, destaca a Pwc, que estão no epicentro da transformação digital atualmente. Segundo o estudo, 47% dos CEO consideram o risco à segurança da nuvem como a maior preocupação nesse campo.
Não é à toa: cerca de 42% dos entrevistados afirmaram que suas empresas usam mais de uma rede. Porém, apenas metade dele estão satisfeitos com as capacidades tecnológicas de suas empresas no que diz respeito à segurança. E mais de 30% não seguem, consistentemente, práticas básicas de defesa contra ameaças cibernéticas.

O exemplo de quem largou na frente
Como se observa, ainda há muito a evoluir no campo da cibersegurança. E precisam se apressar. Como referência, o estudo identificou um grupo que representa 5% do total de empresas participantes do estudo (ou seja, 179 companhias).
Essas organizações sofrem menos vazamentos de dados, e mesmo quando são atacadas, as perdas não são altas. Isso porque essas companhais aceleraram a adoção de soluções de cibersegurança, incluindo tecnologias emergentes.
Aprenda com os early-adopters
A PwC comparou as práticas e estratégias das empresas que compõem esses 5% com o restante das companhias que participaram da pesquisa. Em resumo, o que se constatou foi que:
- 96% dessas companhias respondem rapidamente a ameaças (a média geral dos respondentes é de 30%).
- 94% incorporam recursos de privacidade e segurança de dados a produtos, serviços e relacionamento com parceiros (a média geral dos respondentes é de 25%).
- 96% implementam ferramentas de controle em toda a organização, para se prevenir contra graves riscos no campo da cibersegurança (a média geral dos respondentes é de 26%).
- 91% alocam recursos financeiros para lidar com riscos de cibersegurança como prioridade (a média geral dos respondentes é de 23%).
- 85% mantêm relações com o setor público em todos os níveis administrativos, para desenvolver resiliência (a média geral dos respondentes é de 21%).
- 88% colaboram com outras partes do negócio que afetam a cibersegurança da organização (ou seja, desenvolvimento de softwares, gestão de produtos, marketing etc. (a média geral dos respondentes é de 23%).
- 93% antecipam futuros riscos cibernéticos (a média geral dos respondentes é de 22%).
- 91% comunicam suas estratégicas e práticas cibernéticas de forma que ajude a organização a ganhar a confiança de clientes e parceiros de negócios (a média geral dos respondentes é de 24%.
- 84% aceleram inovações digitais e em outras áreas-chave da organização – como, por exemplo, agregando recursos de segurança e privacidade a novos produtos e serviço (a média geral dos respondentes é de 21%).
- 93% levam aos CEOs e aos conselhos de administração insights sobre exposição a ataques cibernéticos e medidas para mitigá-los (a média geral dos respondentes é de 23%).
IA generativa como recurso de defesa
A pesquisa da PwC revelou que cerca de 7 em cada 10 organizações afirmaram que vão usar a IA generativa na defesa cibernética.
Isso porque as ferramentas de GenAI podem ajudar a reduzir a desvantagem dos times que atuam nessa área, sobrecarregados pelo grande número e complexidade dos ataques liderados por humanos.
A necessidade, e o desafio, da regulação

Embora entendam que as infraestruturas de cibersegurança precisam evoluir rapidamente, os CEOs entrevistados pela PwC também sabem que esse é um campo ainda em desenvolvimento, que precisa amadurecer e ser devidamente regulado.
Cerca de um terço dos respondentes apontaram quatro tipos de regulação como os mais importantes para assegurar o crescimento futuro da organização: regulação da IA (37%), “harmonização” das leis cibernéticas e de proteção de dados (36%); relatórios obrigatórios sobre gestão, estratégica e governança de riscos cibernéticos (35%) e requisitos de resiliência operacional (32%).
Estratégias fundamentais para o C-Level
Diante do cenário apresentado pela pesquisa com relação às práticas e desafios das empresas no campo da cibersegurança, a PwC montou um roteiro-base para executivos do C-Level (em outras palavras, aqueles que ocupam os principais cargos de liderança nas empresas). Confira as principais dicas (a seguir). E, para saber mais, acesse o relatório completo no site da PwC.
1. Fale uma nova língua.
Em outras palavras, isso significa que é preciso superar a intimidação que alguns termos provocam. Fale de cibersegurança em sintonia com o “idioma” de cada setor da empresa e com o perfil de cliente e parceiros. Ou seja, converse sobre esse tema de maneira que informe e engage, e não que afaste.
2. Experimente novas e ousadas maneiras de gerenciar o risco cibernético.
Ou seja, recorra a abordagens mais sofisticadas nessa área, como, por exemplo, o monitoramento de ameaças a partir de fórmulas específicas para o setor, visão e estratégia da empresa. Além disso, pode-se criar incentivos atrelados a soluções no campo da cibersegurança, implantando uma “cultura de risco” na companhia.
3. Ajude a construir modelos.
Fale a linguagem da confiança, e não apenas do cumprimento da regulação. Procure influenciar novas normas que impulsionem o negócio, em vez de limitar. Lembre-se de que os reguladores podem se sentir tão confusos quanto qualquer outra pessoa com relação ao universo cibernético.
4. Dê liberdade criativa para seu time.
Um dos benefícios do uso da inteligência artificial e da automação é liberar os profissionais de tarefas braçais e entendiantes. Como resultado, sua equipe pode ter mais tempo para avaliar novas ameaças cibernéticas e desenvolver novas maneiras de impedir que elas evoluam.
5. Leve o tema para as reuniões.
A segurança está na base de toda a organização: finanças, desenvolvimento, pessoal, tecnologia e outras áreas do negócio que você provavelmente discutirá sempre que se reunir com sua equipe. Como estratégicas iniciativas nessa área estão impulsionando o negócio e o crescimento da receita?
6. Pense como dono do negócio.
Transformação do negócio é uma coisa. Transformação cibernética não é algo diferente disso. Ambas são a mesma coisa. Por isso, CISO e CEO juntos precisam abraçar o universo ciber como uma empreitada da empresa como um todo, se colocando no papel de donos. Os proprietários não gostariam que todo o aspecto do negócio deles fosse protegido como visualização ou uso indevido (registros financeiros, dados de clientes etc)? Eles não gostariam de proteger suas marcas? A segurança cibernética não poderia estimular inovações que economizassem dinheiro e ajudassem o negócio a crescer?

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