Taxa de queima do Ethereum despenca: preço fará o mesmo?

Esse é o menor volume diário desde que o mecanismo de queima de taxas foi introduzido pela atualização EIP-1559. Implementada em 2021, a EIP-1559 simplificou as taxas de transação e passou a queimar a taxa base de cada operação, reduzindo a oferta de Ethereum no mercado.
Dessa forma, o declínio atual aponta para uma forte redução na demanda pelo espaço de bloco da rede.
Baixa atividade impede que o Ethereum se torne deflacionário
Em momentos de alta utilização, a EIP-1559 pode tornar o Ethereum deflacionário. No entanto, as condições atuais mostram o oposto.
Segundo dados recentes do site Ultrasound.money, a oferta de ETH deve crescer 0,76% ao ano. Essa expectativa está em linha com a queda nas atividades on-chain da rede.
Métricas como endereços ativos, criação de novas carteiras, número de transações e volume negociado despencaram nas últimas semanas. A média móvel de sete dias de endereços ativos caiu para o menor nível desde outubro de 2024.
Além disso, as taxas de transação da rede recuaram para os menores valores desde agosto.
Atualmente, transferir ETH custa em média apenas US$ 0,41 — uma queda expressiva em comparação aos US$ 15,21 registrados nos últimos dois anos. Apesar do momento ruim, esse movimento pode indicar um sentimento otimista para o preço do Ethereum no longo prazo.
Todavia, o cenário preocupa. O envolvimento dos usuários está em queda, enquanto redes de segunda camada (L2) e blockchains concorrentes ganham espaço com taxas menores e transações mais rápidas.
Previsões para o ETH são revisadas
Diante desse panorama do Ultrasound.money, o banco Standard Chartered revisou drasticamente sua previsão para o Ethereum em 2025. A projeção caiu de US$ 10.000 para US$ 4.000, principalmente por conta do crescimento das redes L2.
De acordo com Geoffrey Kendrick, chefe global de pesquisa de ativos digitais do banco, plataformas como a Base estão gerando lucros relevantes dentro do ecossistema Ethereum.
Isso, por sua vez, enfraquece o papel do ETH no mercado. Na prática, a adoção das L2 já reduziu em cerca de US$ 50 bilhões a capitalização de mercado da criptomoeda.
Para o banco, essa tendência deve continuar e diminuir ainda mais a influência da rede principal.
Tokenização mantém o Ethereum relevante
Apesar da queda na demanda, o Ethereum continua como principal plataforma de tokenização de ativos. Já são mais de US$ 3,3 bilhões em ativos tokenizados na rede.
Prova disso é o recente pedido da Fidelity Investments para registrar uma versão tokenizada de seu fundo do mercado monetário em dólar na blockchain do Ethereum.
Com esse movimento, a gestora de US$ 5,8 trilhões se junta a gigantes como BlackRock e Franklin Templeton, que também apostam na tokenização de ativos do mundo real (RWA).
Outro sinal positivo para o ETH é a queda no fornecimento de tokens nas corretoras. Atualmente, apenas 6,38% do total de ETH em circulação está em exchanges — o menor nível da história.
Esse dado sugere que investidores estão movendo seus tokens para carteiras frias, sinalizando intenção de manter os ativos por mais tempo.

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