Rússia usa criptomoedas para negociar petróleo com China e Índia

A Rússia começou a utilizar Bitcoin, Ethereum e stablecoins como o USDT em transações de petróleo com China e Índia, informou a Reuters em 14 de março, citando fontes próximas ao assunto.
A estratégia visa driblar as sanções ocidentais, facilitando a conversão de Yuan chinês e Rúpias indianas em Rublos russos, permitindo que as operações comerciais ocorram sem interferências do sistema financeiro tradicional.
Rússia vem regulamentando o setor de ativos digitais
Em suma, o processo de pagamento envolve compradores chineses depositando Yuan em contas offshore administradas por intermediários.
Em seguida, os fundos são convertidos em criptomoedas e transferidos por diversas carteiras antes de chegarem à Rússia, onde são trocados por Rublos.
Essas transações já movimentam dezenas de milhões de dólares por mês.
Embora ainda limitada, a adoção de cripto no comércio de petróleo faz parte de uma tendência maior. Nos últimos anos, a Rússia implementou novas regulamentações para mineração, tributação e uso de ativos digitais no comércio exterior.
As sanções ocidentais, impostas após a invasão da Ucrânia, aceleraram esse movimento. No entanto, fontes do setor indicam que as empresas petrolíferas podem continuar utilizando criptomoedas mesmo que as restrições sejam suspensas, devido à eficiência e rapidez das transações.
Projeto do Rublo Digital ainda enfrenta obstáculos
Enquanto a Rússia expande o uso de criptomoedas no comércio internacional, o projeto de sua Moeda Digital do Banco Central (CBDC) enfrenta dificuldades.
No mês passado, a governadora do Banco Central, Elvira Nabiullina, anunciou um adiamento indefinido do lançamento do rublo digital. Segundo ela, a decisão foi tomada para garantir que a moeda atenda às necessidades de todos os envolvidos.
No entanto, uma pesquisa recente sugere que o verdadeiro motivo do atraso é a infraestrutura inadequada dos bancos que seriam responsáveis pelo suporte à CBDC.
O levantamento aponta que 30% das instituições financeiras ainda não estão prontas para operar com o rublo digital, necessitando de atualizações em seus sistemas de TI para lidar com o aumento no volume de transações.
Além disso, apenas 20% dos especialistas em TI bancária consideram seus sistemas totalmente preparados para operar com o rublo digital.
Outros 50% afirmam estar parcialmente prontos, mas ainda precisam de atualizações para garantir um funcionamento adequado. Além disso, 14% dos entrevistados demonstraram preocupação com possíveis riscos de segurança da informação associados à CBDC.

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