Reservas em Bitcoin no Brasil, compra maciça de BTCs pela MicroStrategy e outros destaques da semana
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A semana trouxe movimentações importantes no mercado de criptomoedas e blockchain. A WisdomTree registrou um ETF de XRP nos EUA, enquanto a MicroStrategy fez mais uma aquisição histórica de Bitcoin, agora acumulando 386.700 BTC.
Na Índia, o Banco Central busca expandir o uso da rupia digital para pagamentos internacionais, e no Brasil, um deputado propôs uma reserva estratégica em Bitcoin, gerando debates.
Por fim, o Banco Central brasileiro anunciou consulta pública para regulamentar stablecoins, alinhando o país às tendências globais.
- ETF de XRP em breve? Gestora de investimentos americana WisdomTree registra solicitação
- MicroStrategy realiza outra compra maciça de US$ 5,4 bilhões em Bitcoin
- Índia explora CBDCs e pagamentos mobile com outros países
- Deputado propõe reservas em Bitcoin no Brasil
- Banco Central anuncia consulta pública para stablecoins
ETF de XRP em breve? Gestora de investimentos americana WisdomTree registra solicitação
A WisdomTree, gestora de ativos com sede em Nova York e mais de US$ 100 bilhões sob gestão, deu início ao registro de um ETF de XRP em Delaware, marcando um passo pioneiro para o mercado dos Estados Unidos.
O “WisdomTree XRP Fund” foi registrado em 25 de novembro, com expectativa de pedido oficial junto à SEC em breve. A iniciativa segue o exemplo de empresas como a 21Shares, que também busca introduzir ETFs de XRP no mercado americano.
A movimentação ocorreu em um momento de alta do token XRP, que registrou aumento de mais de 7% na segunda-feira (25/11). A alta foi impulsionada por grandes investidores, que acumularam 250 milhões de tokens no final de semana, gerando pressão de compra significativa. Além disso, o mercado de derivativos de XRP mostra um crescimento robusto, com o interesse aberto total atingindo um recorde de US$ 2,5 bilhões.
Paralelamente, a Ripple, administradora do XRP, lançou um fundo tokenizado na Ledger XRP, ampliando a aplicação da criptomoeda. Analistas preveem que o XRP pode atingir até US$ 2 nos próximos dias, reforçando o otimismo em torno do ativo, que já demonstra um cenário promissor de valorização contínua.
MicroStrategy realiza outra compra maciça de US$ 5,4 bilhões em Bitcoin
A MicroStrategy reforçou sua posição como maior empresa pública detentora de Bitcoin ao adquirir mais 55.500 BTC entre os dias 18 e 24 de novembro.
O investimento de US$ 5,4 bilhões ocorreu a um preço médio de US$ 97.862 por unidade, elevando o total da empresa para 386.700 BTC, adquiridos por US$ 21,9 bilhões, com um preço médio de US$ 56.761. A empresa reportou rendimentos de 35,2% no trimestre e 59,3% no ano, destacando o sucesso de sua estratégia agressiva de acumular criptomoedas.
Com este volume, a MicroStrategy se consolida como o quarto maior detentor de Bitcoin do mundo, atrás apenas de Satoshi Nakamoto, Binance e BlackRock. Sua principal concorrente, a MARA Holdings, anunciou recentemente a compra de 5.771 BTC, mas ainda está muito atrás com um total de 33.875 BTC.
As ações da MicroStrategy, listadas como MSTR, reagiram positivamente ao anúncio, registrando alta de quase 4% no pré-mercado e mais de 6% na semana.
A empresa, que busca inclusão no índice Nasdaq 100 em dezembro, continua sendo uma referência no mercado financeiro pela adoção da “Estratégia Bitcoin”, implementada por Michael Saylor desde 2020.
Índia explora CBDCs e pagamentos mobile com outros países
A Índia intensificou esforços para integrar sua rupia digital (CBDC) ao ecossistema financeiro e expandir parcerias para pagamentos internacionais.
O Banco Central da Índia (RBI) firmou acordos com Sri Lanka, Butão e Nepal, e negocia com países da ASEAN para criar uma plataforma regional de pagamento instantâneo até 2026, baseada em sua Interface Unificada de Pagamento (UPI). Essa iniciativa visa melhorar liquidações internacionais e reduzir custos para expatriados.
Embora o piloto da rupia digital tenha atingido 5 milhões de usuários desde 2022, o RBI adota uma abordagem cautelosa para avaliar impactos na política monetária antes de uma implementação mais ampla. O objetivo é modernizar o sistema financeiro, garantir inclusão digital em áreas rurais e oferecer uma alternativa segura às criptomoedas privadas.
No entanto, autoridades indianas discutem proibir ativos como Bitcoin e Ether, argumentando que CBDCs oferecem benefícios semelhantes sem os riscos de volatilidade e segurança.
Um grupo interministerial, incluindo o RBI e o SEBI, avalia políticas rigorosas, com um relatório esperado em breve. A Índia, com histórico de políticas contraditórias sobre criptomoedas, busca equilibrar inovação financeira e estabilidade econômica, impactando potencialmente o cenário global de ativos digitais.
Deputado propõe reservas em Bitcoin no Brasil
O deputado federal Eros Biondini (PL-MG) propôs a criação de uma reserva nacional de Bitcoin no Brasil, denominada Reserva Estratégica Soberana de Bitcoins (RESBit).
A proposta prevê que até 5% das reservas internacionais brasileiras, atualmente avaliadas em US$ 372 bilhões, sejam alocadas em Bitcoin, sob gestão do Banco Central e do Ministério da Fazenda. O objetivo é diversificar ativos, proteger a economia contra flutuações cambiais e fomentar o uso de tecnologias blockchain.
O projeto inclui medidas de segurança, como armazenamento em carteiras frias e relatórios semestrais ao Congresso, além de sugerir que o Drex, o real digital, seja lastreado em Bitcoin. No entanto, a proposta deve enfrentar resistência, pois fere a autonomia do Banco Central, garantida pela Lei Complementar nº 179/2021.
A iniciativa brasileira segue uma tendência global, com países como El Salvador adotando Bitcoin como moeda legal e legisladores dos EUA e Polônia propondo reservas estratégicas de BTC.
O presidente eleito Donald Trump também defendeu a ideia durante sua campanha, intensificando o debate sobre o papel do Bitcoin nas finanças públicas. A RESBit representa um movimento inovador, mas esbarra em desafios políticos e técnicos para sua aprovação e implementação.
Banco Central anuncia consulta pública para stablecoins
O Banco Central do Brasil (BC) anunciou que abrirá uma consulta pública sobre a regulamentação de stablecoins, com possíveis mudanças significativas no setor. Pedro Henrique da Silva, responsável pela regulação no BC, revelou que as operações com stablecoins podem ser tratadas como câmbio, incluindo a cobrança de IOF.
A proposta se baseia em princípios do MiCa, regulamento europeu para criptoativos, e visa adaptar regras ao mercado brasileiro, onde stablecoins são amplamente usadas como ponte para adquirir outros ativos digitais.
O BC planeja criar permissões específicas para exchanges e dividir os prestadores de serviços em categorias. Intermediários precisarão de um capital mínimo de R$ 1 milhão, enquanto custodiantes e exchanges deverão dispor de R$ 2 milhões e R$ 3 milhões, respectivamente. Além disso, será exigida a oferta de contas de pagamento para reduzir riscos.
A supervisão será rigorosa, segundo Otávio Damaso, diretor de regulação do BC, que destacou que nenhuma plataforma ficará fora do controle. As mudanças, previstas para 2025, visam aumentar, sobretudo, a segurança e a transparência, alinhando o Brasil às tendências globais.
Por fim, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que o objetivo é equilibrar inovação com proteção, promovendo um ambiente mais seguro para empresas e investidores no mercado de criptomoedas.
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