Ações da Méliuz disparam 150% com aprovação de acionistas para investir em Bitcoin

O Méliuz (CASH3) conquistou na terça-feira, 6 de maio, o apoio necessário dos acionistas para oficializar sua Estratégia Bitcoin, tornando-se a primeira empresa listada na B3 a incorporar esse modelo de alocação de capital em seu estatuto social. De acordo com a empresa, a proposta recebeu 59,26% dos votos do capital total.
O quórum atingido permite a realização da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para aprovar a alteração do objeto social. Assim, caso não haja participação suficiente até o fim do dia, o Méliuz já convocou uma nova AGE para 15 de maio, quando a aprovação poderá ocorrer sem quórum mínimo.
A mudança autoriza a empresa a investir recursos diretamente em Bitcoin e outros ativos ligados à criptoeconomia. Para isso, o conselho propôs alterações no artigo 4º do estatuto, permitindo aplicações em BTC, e no artigo 16, dando mais flexibilidade à diretoria para captar recursos no mercado financeiro.
Méliuz aprova compra de Bitcoin

Desde março, quando o Méliuz anunciou a compra de 45,72 BTC por US$ 4,1 milhões, suas ações dispararam 122%, superando o desempenho do próprio Bitcoin, que subiu apenas 3,8% no mesmo período. Dessa forma, no acumulado de 2025, a ação valorizou 150%, puxada pela empolgação do mercado com a iniciativa inédita no Brasil.
Salmen celebrou o momento ao destacar que as ações fecharam a semana acima do valor registrado no IPO em novembro de 2020. Além disso, ele ainda publicou uma foto ao lado de Michael Saylor, da Strategy (ex-MicroStrategy), que inspirou o movimento do Méliuz com sua própria política de compra agressiva de Bitcoin.
Além do Bitcoin, moedas recém-lançadas também podem ter altas impressionantes.
A mudança estatutária não altera o modelo de negócios do Méliuz, que continuará focado em cashback. Segundo comunicado da empresa, a geração de caixa das operações será justamente a base para ampliar a exposição ao Bitcoin. A administração ainda incluiu mecanismos para mitigar riscos, como testes periódicos de impairment que podem registrar perdas contábeis em caso de queda no preço da criptomoeda.
Estratégia não é consenso
Especialistas, porém, divergem sobre os impactos da nova política. A XP Investimentos criticou a estratégia, considerando-a desalinhada com as atividades principais da empresa. Já a QR Asset Management apontou ganhos em marketing, diferenciação da marca e potencial de novos negócios com exchanges e carteiras digitais.
Além disso, a QR destacou o possível ‘prêmio de adoção institucional’ caso o Bitcoin entre em novo ciclo de valorização.
O movimento do Méliuz se insere em uma tendência global de investimentos corporativos em Bitcoin, iniciada pela Strategy.
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