Golpe em quem busca dinheiro esquecido inclui vídeo fake de Haddad
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O governo federal divulgou uma nota para explicar que é falso um vídeo que circula nas redes com uma suposta fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. No material em questão, Haddad estaria dando instruções para quem deseja recuperar o dinheiro que está esquecido nos bancos. No entanto, isso não passaria de um golpe.
Ao usarem a imagem do ministro, os golpistas estariam tentando convencer vítimas em potencial a pagarem uma taxa para sacar o valor. Mas não existe qualquer taxação do tipo por parte do governo. Portanto, é apenas uma forma de enganar os brasileiros.
Os contribuintes tinham um prazo para tentar sacar o dinheiro, mas ela se esgotou há mais de uma semana. Aliás, justamente pelo esgotamento do prazo, o tema virou notícia recentemente. Isso explica o interesse de muitas pessoas, que pode favorecer os golpistas.
Como funciona o golpe
Segundo informações do governo, o vídeo que vem sendo compartilhado em redes sociais tem um link para uma página falsa. Ela simula os sites oficiais do governo federal, o que acaba confundindo os usuários.
Afinal, após assistir ao vídeo fraudulento com a imagem de Haddad, a possível vítima pode clicar no link e achar que está acessando uma página legítima.
Então, o próximo passo no golpe é exigir o login e senha da plataforma gov.br. Em seguida, apareceria a opção de pagamento da taxa falsa. Isso é feito com a promessa de que a pessoa receberá um valor que teria esquecido em algum banco brasileiro.
Em nota oficial, o governo federal reforçou que não é preciso pagar taxa alguma para recuperar eventuais fundos de bancos:
“Trata-se de um golpe sofisticado e com potencial de enganar muita gente. A entrega de dados pessoais requisitados pela armadilha representa risco do uso do CPF e da senha da plataforma Gov.Br por criminosos. O próprio pagamento da taxa indevida cobrada pelos golpistas já representa conduta criminosa. O Sistema de Valores a Receber (SVR) é um serviço do Banco Central que é gratuito, sem taxas.”
Além disso, o governo orientou os brasileiros a não clicarem em links suspeitos. Afinal, segundo a nota, o melhor é sempre buscar informações diretamente no site gov.br. para não cair em um golpe.
“Se você receber algum link mencionando uma política pública ou ação do governo que a homepage não termine em “.br”, você pode estar diante de uma ameaça virtual.”
R$ 8,5 bilhões esquecidos vão para cofre do governo
Os brasileiros não podem mais solicitar o dinheiro esquecido nos bancos pelo sistema do governo. Afinal, o prazo para realizar o pedido já terminou.
Os valores ficaram disponíveis para saque até o dia 16 de outubro. No dia seguinte, os recursos restantes acabaram transferidos para a conta do Tesouro Nacional. Ou seja, o dinheiro teve como destino os cofres públicos.
O montante irá bancar uma medida que visa compensar a prorrogação da desoneração da folha de pagamento de empresas brasileiras. No total, 17 setores econômicos e 156 municípios se beneficiaram da medida aprovada pelo Congresso em setembro.
O valor transferido para a conta do governo chegou a R$ 8,5 bilhões. Portanto, será um reforço importante ao compor os R$ 55 bilhões que devem custear a extensão do benefício pelo governo.
O governo federal vem lutando para melhorar sua situação fiscal. No entanto, o foco está, em grande parte, em obter novas fontes de receitas, devido à dificuldade de cortar gastos. Aliás, Haddad teve uma derrota importante quando o Congresso decidiu prorrogar a desoneração da folha este ano.
Apesar disso, a expectativa da equipe do governo é de que os resultados melhorem, em grande parte, com um crescimento maior da economia. E os números recentes indicam que isso é possível.
Afinal, o governo federal bateu seu recorde de arrecadação para o mês de setembro, ao atingir R$203,2 bilhões. A Receita Federal divulgou essa informação na última terça-feira (22). O valor tem como origem impostos e contribuições.
Além disso, trata-se de um salto de 16,5% na comparação com setembro de 2023. Portanto, é uma alta expressiva e que gera otimismo na equipe econômica. Apesar disso, ainda há a previsão de anúncios de cortes de gastos após as eleições municipais.
Novo prazo para solicitar o dinheiro
Apesar da polêmica em torno da transferência do dinheiro esquecido em bancos para o tesouro nacional, ainda é possível tentar reavê-lo.
Segundo a Lei nº 14.973/2024, há um prazo de 6 meses para quem deseja alegar judicialmente que tem direito aos valores, caso haja o recolhimento.
O Ministério da Fazenda veio a público informar que não se trata de um confisco dos valores. Afinal, o dinheiro só migra para o orçamento do governo quando não há qualquer contestação. Portanto, a medida estaria em consonância com o sistema jurídico brasileiro.
Outro aspecto importante a se levar em consideração é que o governo atualiza a todo instante seu sistema com mais valores. Então, ainda é possível aguardar para ver entrar — ou não — fundos esquecidos para sua conta.
Para isso, basta acessar o site do Banco Central, que traz todas as instruções para a retirada de dinheiro.
Segundo informações do Banco Central, as devoluções para os contribuintes somaram apenas R$ 8 bilhões, enquanto havia prazo vigente. Ou seja, o valor é inferior aos R$ 8,6 milhões que seguiram disponíveis e acabaram tendo os cofres do governo como destino.
A maior parte desses R$ 8,6 milhões refere-se a valores de pessoas físicas (R$ 6,62 milhões). Além disso, outro R$ 1,97 bilhão estava em contas de empresas junto aos bancos brasileiros.
Governo também luta contra fake news
Esse tipo de golpe contra os contribuintes não são a única ameaça ao governo federal. Afinal, o Ministério do Trabalho e Emprego também vem tendo problemas nas redes sociais. No entanto, nesse caso, são as fake news sobre o governo que preocupam o órgão.
Por exemplo, segundo as informações falsas que circulam na internet, o governo estaria pensando em usar a multa do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para financiar o pagamento do seguro-desemprego.
No entanto, de acordo com fontes do governo, esse tema nunca esteve em pauta. Para que a posição oficial ficasse mais clara, o Ministério do Trabalho e Emprego publicou um esclarecimento em seu site no último dia 22 de outubro:
“A tese de “transformação da multa em imposto” é completamente infundada. A multa por demissão sem justa causa é um direito adquirido pelos trabalhadores brasileiros. A proposta vai contra a noção de segurança jurídica prevista no texto constitucional. De acordo com a lei que dispõe sobre o FGTS, as contas do Fundo vinculadas em nome dos trabalhadores são absolutamente impenhoráveis. Deste modo, o Governo Federal não pode destinar esses recursos para fins quaisquer.”
O governo continua insistindo que qualquer corte em programas sociais só terá como foco a fiscalização de possíveis fraudes. Ou seja, não deverá impactar quem realmente tem direito a esses benefícios.

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