Exchanges da Coreia do Sul minimizam risco de delisting de tokens
Um conjunto de 20 exchanges de criptomoedas da Coreia do Sul tomou medidas para aliviar as preocupações sobre uma potencial remoção em massa de tokens de suas plataformas. Esse receio havia surgido devido às novas regulamentações de ativos digitais no país.As exchanges anunciaram que conduzirão uma revisão abrangente de 1.333 criptomoedas nos próximos seis meses. Então, esperam adequar sua oferta às novas leis de proteção aos usuários de criptoativos.Esse movimento visa minimizar a probabilidade de um evento repentino e extenso de remoção. A informação está em uma declaração da Digital Asset Exchange Alliance (DAXA) divulgada nesta quarta-feira (2).
Nova lei da Coreia do Sul exige que exchanges revisem tokens
O processo de revisão é um requisito obrigatório para todas as exchanges sul-coreanas. Portanto, inclui plataformas importantes como a Bithumb e a Upbit. Essa nova lei de proteção ao investidor entrará em vigor no dia 19 de julho.A DAXA destacou que a Lei de Proteção aos Usuários de Ativos Virtuais servirá como referência para avaliar novas listagens de tokens após a implementação das regulamentações.Para facilitar uma abordagem padronizada, a DAXA colaborou com as 20 exchanges participantes. Então, pôde desenvolver um conjunto de diretrizes de melhores práticas para revisar e descontinuar o suporte a criptomoedas.A DAXA também explicou que um “plano alternativo de triagem”, mais leniente, será aplicado a criptomoedas específicas. No entanto, abrangerá somente criptos com negociação ativa por mais de dois anos em mercados de ativos virtuais estrangeiros elegíveis. Além disso, considera apenas mercados com estruturas regulatórias robustas.A organização afirmou ainda que está conduzindo pesquisas e consultas com as exchanges para compilar uma lista específica de mercados estrangeiros elegíveis. Por exemplo, ela deve incluir aqueles reconhecidos pela Organização Internacional de Valores Mobiliários (IOSCO).A Coreia do Sul desempenha um papel significativo no mercado global de criptomoedas. Afinal, o won sul-coreano foi o par de moedas fiduciárias mais negociado no primeiro trimestre deste ano.O volume de negociação do won atingiu US$456 bilhões nas bolsas, superando por muito pouco os US$455 bilhões negociados em dólares americanos.A Upbit, maior exchange da Coreia do Sul, está entre as 20 principais bolsas com base no volume de negociação diário. Por exemplo, nas últimas 24 horas antes da publicação desta matéria, ela havia concentrado mais de US$ 1 bilhão em negociações, de acordo com dados do CoinGecko.
Sul-coreanos adotam criptomoedas em massa
Uma pesquisa recente revelou que a maioria dos jovens sul-coreanos está perdendo a fé no sistema nacional de pensões. Além disso, muitos afirmam que veem criptomoedas e ações como uma alternativa melhor.Segundo o estudo, mais de três quartos das pessoas com idades entre 20 e 39 anos “não confiam” no sistema de pensões estatal.Por isso, mais da metade dos entrevistados que disseram estar fazendo seus próprios planos de aposentadoria afirmaram que estão construindo seus fundos de aposentadoria com ações e criptomoedas.Curiosamente, até mesmo os candidatos a cargos políticos têm exposição a criptomoedas. Afinal, aproximadamente 7% deles possuem ativos digitais, de acordo com um relatório da Yonhap que analisou as divulgações de ativos de candidatos sul-coreanos.Isso ajuda a explicar por que a Coreia do Sul decidiu introduzir regulamentações mais rígidas para a listagem de tokens em bolsas, incluindo o bloqueio de tokens hackeados.
No Brasil, regulamentação mais ampla ficou para 2025
Enquanto países como a Coreia do Sul avançam na regulamentação do mercado de criptoativos, o Brasil posterga uma ação mais ampla nesse sentido.No início de junho, o diretor de Regulação do Banco Central (BC), Otavio Damaso, afirmou que a regulamentação das exchanges de criptomoedas está prevista para o início de 2025.Por outro lado, o diretor afirmou que haverá uma nova consulta pública sobre o tema em setembro deste ano. Portanto, as discussões seguem em andamento para uma revisão das regras para o setor.Assim como ocorre no caso das listagens em exchanges da Coreia do Sul, a segurança é um dos pontos principais no debate sobre as regras para criptoativos no Brasil.Segundo Nagel Lisanias Paulino, do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC, a principal função da regulamentação é coibir práticas inadequadas que se aproveitem dos ativos digitais:
“A regulamentação visa oferecer requerimentos mínimos para que os prestadores de serviços de ativos virtuais desempenhem as suas atividades, dedicando-se também a prover práticas adequadas ao lidar com seus clientes. A ideia é evoluir na construção dos atos normativos que tratarão dos prestadores de serviços de ativos virtuais, incluindo aspectos de negócio e de autorização.”
No entanto, enquanto não avança para um arcabouço regulatório mais completo, o BC vem atualizando seu regimento interno para dar conta de alguns aspectos mais urgentes.A autarquia definiu que o Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor) será responsável por regulamentar tanto a prestação de serviços de ativos virtuais quanto as prestadoras desses serviços. A alteração agora consta no artigo 117 do regimento do BC.Por outro lado, ainda não há informações sobre as regras que o BC adotará para a listagem (e delistagem) de criptos nas exchanges regularizadas no país. Portanto, não é possível afirmar se haverá restrições a algum tipo específico de ativo.
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