ETFs de Bitcoin perdem US$ 1 bilhão com recorde de retiradas
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Os fundos de índice com Bitcoin à vista (ETFs) registraram recorde no volume diário de resgates na terça-feira (25/02) nos Estados Unidos. Os saques totalizaram US$ 1,01 bilhão, segundo dados da SoSoValue. Esse valor exclui as informações do ARKB da Ark Invest.
Dentre os 12 ETFs de Bitcoin à vista que existem no mercado, 10 apresentaram saídas líquidas. O movimento reflete um recuo expressivo dos investidores diante da instabilidade do mercado.
ETFs de Bitcoin abandonados por investidores
O Fidelity Wise Origin Bitcoin Fund (FBTC) sofreu a maior retirada de investidores, com US$ 344,6 milhões em resgates em um único dia. Em seguida, o iShares Bitcoin Trust (IBIT), da BlackRock, registrou saídas que totalizam US$ 164,3 milhões.
Outros fundos também tiveram perdas consideráveis nesse mesmo período, incluindo US$ 100 milhões no BRRR da Valkyrie. Enquanto isso, o ETF de Bitcoin da BITB da Bitwise perdeu US$ 88,3 milhões e o Mini Bitcoin Trust da Grayscale foi reduzido em US$ 85 milhões.
Os ETFs da Franklin Templeton (EZBC), Grayscale (GBTC) e Invesco (BTCO) também registraram saídas substanciais.
Até o momento desta publicação, a Ark Invest e a 21Shares ainda não haviam divulgado seus números.
As retiradas recordes superaram o pico anterior de US$ 671,9 milhões, registrado em 19 de dezembro. Naquele momento, o Bitcoin sofreu uma forte queda após atingir um topo de aproximadamente US$ 108 mil.
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Investidores com cautela – Perde o Bitcoin
Nos últimos seis dias consecutivos de negociação, os ETFs de Bitcoin à vista acumularam mais de US$ 2 bilhões em saídas líquidas. Dessa forma, isso demonstra um aumento na cautela dos investidores.
A movimentação da terça (25/02) refletiu a queda geral do mercado cripto. O preço do Bitcoin, por exemplo, atingiu uma mínima anual de aproximadamente US$ 88 mil.
Outras criptomoedas de grande porte, como Ether (ETH), XRP e Solana (SOL), registraram perdas ainda mais acentuadas. Isso ampliou o sentimento negativo no setor de ativos digitais.
Comentando sobre essa tendência, Nate Geraci, presidente da ETF Store, expressou surpresa com o ceticismo persistente das instituições financeiras tradicionais em relação às criptomoedas.
“Ainda fico impressionado com o quanto o setor financeiro tradicional odeia Bitcoin e cripto”, publicou Geraci no X (antigo Twitter) no dia 26 de fevereiro.
“Longo prazo” é minoria entre investidores de ETFs com BTC
Conforme mostra o relatório da 10x Research, grande parte dos aportes nos ETFs de Bitcoin à vista nos EUA defendem estratégias de curto prazo, ao invés de investimentos de longo prazo.
Assim, desde o lançamento dos ETFs de Bitcoin à vista em janeiro de 2024 esses produtos atraíram aproximadamente US$ 39 bilhões em entradas líquidas.
No entanto, apenas US$ 17,5 bilhões, cerca de 44%, representam compras genuínas para o longo prazo, disse Markus Thielen, chefe de pesquisa da 10x Research.
Por outro lado, a maior parte dos aportes, cerca de 56%, está associada a estratégias de arbitragem, principalmente ao chamado “carry trade”.
Esse método envolve a compra de Bitcoin à vista por meio de ETFs, enquanto os investidores simultaneamente vendem contratos futuros de Bitcoin para lucrar com a diferença de preço entre os dois mercados.
“Isso indica que a demanda real por Bitcoin como ativo de longo prazo em portfólios multiativos é significativamente menor do que os relatórios da mídia sugerem”, explicou Thielen.
Recentemente, a gestora de ativos 21Shares apresentou um pedido oficial à SEC para lançar um ETF de Polkadot à vista.
Da mesma forma, a Tuttle Capital Management entrou com solicitações para dez ETFs alavancados baseados em criptomoedas. Os pedidos incluem fundos atrelados a meme coins populares no mercado.
Analistas sugerem que essas solicitações fazem parte de uma estratégia mais ampla para testar os limites da SEC sob reguladores pró-cripto da era Trump.

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