Escândalo na Colômbia: legisladores receberam suborno em criptomoedas

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Segundo o jornal local El Colombiano, a Suprema Corte da Colômbia iniciou uma investigação sobre caso de corrupção com criptomoedas.
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Flavio Aguilar
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Marta Stephens
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Relatório do FBI aponta que maiores vítimas de fraude são os detentores de criptomoedas

Um homem no centro do atual escândalo da UNGRD na Colômbia afirma que usou criptomoedas para entregar cerca de US$ 1 milhão em propinas a legisladores importantes.

Segundo o jornal local El Colombiano, a Suprema Corte do país iniciou uma investigação sobre a dupla — os dois são ex-líderes da assembleia. Afinal, ambos enfrentam a acusação de aceitar propinas em troca de apoio a reformas governamentais.

Suborno em criptomoedas no escândalo da UNGRD

Os promotores dizem que o ex-presidente do Senado Iván Name e o ex-líder da Câmara Andrés Calle receberam ilegalmente fundos da Unidade Nacional de Gestão de Riscos de Desastres (UNGRD).

O UNGRD é um fundo de assistência a desastres. Portanto, fornece ajuda humanitária às vítimas de emergências naturais. No entanto, segundo as acusações, seu caixa foi explorado para outros fins. O caso está em andamento há boa parte do ano. Mas esta é a primeira vez que os antigos executivos da UNGRD, que estão no centro do caso, confessam que usaram criptoativos.

O El Colombiano citou Sneyder Pinilla, ex-diretor adjunto da UNGRD, como um dos envolvidos. Afinal, ele teria afirmado que converteu um suborno de cerca de 1 bilhão de pesos em criptomoedas. O objetivo com isso, segundo Pinilla, seria “evitar suspeitas”.

O meio de comunicação colombiano divulgou um comentário de Pinilla sobre o esquema:

“O dinheiro era transportado de um lugar para outro usando criptomoedas. Eu entreguei 1 bilhão de pesos aqui. E eles me entregaram 1 bilhão de pesos em Montería (…) Porque você não pode levar 1 bilhão de pesos em um avião para Montería.”

Calle mora em Montería, uma cidade no norte colombiano, a cerca de 780 km da capital Bogotá. Pinilla ainda teria dado mais detalhes sobre a forma como o esquema operou:

“Eu tinha que encontrar uma maneira de levar o dinheiro para Montería. E qual a melhor maneira? Por meio de criptomoedas. Por quê? Porque você leva para um lugar e, no dia seguinte, eles entregam para você em outro.”

“Você não pode levar todo esse dinheiro em um avião”

Pinilla disse que comprou as criptomoedas em meados de outubro do ano passado. Em seguida, entregou o dinheiro no apartamento de um dos legisladores. Essa entrega teria ocorrido em 14 de outubro de 2023.

O tribunal ainda não se debruçou sobre os comentários de Pinilla. No entanto, os meios de comunicação já estão compartilhando informações sobre o que seria um caso de corrupção em grande escala. Pinilla diz que deu a Name cerca de US$ 667 mil. Além disso, teria entregado cerca de US$ 222 mil a Calle. Na época, eles lideravam, respectivamente, o Senado e a Câmara de Representantes da Colômbia.

Pinilla e o ex-diretor do UNGRD, Olmedo Lopez, alegaram que os legisladores se comprometeram a dar o apoio necessário à proposta de orçamento de 2024 do presidente Gustavo Petro. Além disso, segundo os promotores do caso, Name e Calle aparentemente planejavam usar o dinheiro para financiar suas campanhas nas próximas eleições.

Legisladores negam as acusações

Name e Calle negaram ter recebido dinheiro de funcionários do UNGRD. Por outro lado, Pinilla e Lopez estão enfrentando um julgamento por outras acusações, após supostamente terem recebido propinas de um contratante do governo. Pinilla alegou ter agido sob ordens de Lopez.

A mídia local reportou ainda que Name e Calle devem ser convocados para interrogatório nos próximos dias.

No entanto, o caso parece estar se tornando cada vez mais complexo. Afinal, há rumores de que existe um acordo judicial entre a promotoria e os ex-executivos do UNGRD.

Os meios de comunicação colombianos dizem que esse acordo poderia ajudar Lopez e Pinilla a receber sentenças reduzidas. Isso porque os promotores estariam acenando com a possibilidade de uma delação premiada.

Pinilla não especificou qual tipo de cripto que ele teria usado. Também não explicou se teria usado uma exchange de criptomoedas do “mainstream” ou um serviço clandestino.

O caso é um duro golpe no mandato presidencial de Gustavo Petro. O político de esquerda tem enfrentado problemas à frente do país. Segundo um levantamento recente, seu desempenho tem 51,2% de desaprovação e 40,2% de aprovação.

O presidente colombiano enfrenta acusações de fraudes durante a campanha que o levou ao poder na última eleição. Aliás, recentemente, houve a abertura de uma investigação sobre o caso pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Petro assumiu o poder em agosto de 2022. Já as próximas eleições devem ocorrer em 2026. Portanto, qualquer assunto que relacione seu governo com corrupção pode ter um efeito explosivo sobre sua sucessão — ele não poderá concorrer à reeleição, pelas regras do país.

Mercado de criptoativos colombiano passa por regulamentação

O momento dessa notícia não poderia ser pior para a comunidade cripto colombiana. Afinal, no início deste ano, o governo havia anunciado planos para regulamentar a indústria, que passa por um rápido crescimento no país.

Durante o Fórum Econômico Mundial, em janeiro deste ano, o Ministro das Finanças, Ricardo Bonilla, afirmou que:

“Há muito o que falar e muito o que regular quando se trata de criptoativos.”

A Colômbia ocupa atualmente o 5º lugar em adoção de criptomoedas na América Latina, segundo estudo da empresa de análise de blockchain Chainalysis.

Atualmente, o mercado cripto não é regulamentado na Colômbia. No entanto, isso pode mudar em breve, com a introdução de regras para o setor. Por enquanto, a visão do Banco da República indica que as criptomoedas “não são moedas porque carecem de apoio estatal, embora criptoativos como o Bitcoin tenham sido reconhecidos como moeda legal libertadora (ou seja, as pessoas têm o direito de pagar suas obrigações em Bitcoin)”.

Apesar disso, muitos cidadãos colombianos já negociam criptos. Uma das preocupações do país, atualmente, é com a ocorrência de golpes com esse tipo de ativo.

Para muitos especialistas, os casos de fraudes são uma razão para regulamentar o setor na Colômbia.

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