Nova atualização ERC-7786 vai deixar a rede Ethereum tão simples quanto fazer um PIX

A rede Ethereum está prestes a passar por mais uma atualização, o ERC-7786.

De acordo com especialistas como Josh Rudolf, esta implementação pode mudar totalmente as interações com o protocolo.

Assim, com a chegada do ERC-7786, interagir entre diferentes blockchains ficará tão simples quanto fazer um PIX no sistema bancário.

Dificuldades já conhecidas da rede Ethereum

Atualmente, quem usa Ethereum convive com um problema antigo: a dificuldade para transferir ativos e dados entre redes diferentes.

Isso acontece porque cada solução de segunda camada (L2) — como Arbitrum, Starknet ou zkSync — funciona praticamente de forma isolada.

Dessa forma, embora todas façam parte do ecossistema Ethereum, não existe comunicação direta entre elas.

É como se cada uma delas fosse uma intranet. Assim, sempre que alguém deseja transferir ativos de uma rede para outra, precisa recorrer a pontes (bridges) ou soluções específicas de comunicação.

Desse modo, isso gera custos, insegurança e uma experiência bem confusa.

Ou seja, não adianta ter USDT na carteira, você precisa ter USDT na rede X para comprar a moeda da rede X, e na rede Y para comprar a moeda da rede Y.

Foi justamente para resolver esse problema que surgiu o ERC-7786, uma proposta que estabelece um padrão universal de comunicação entre blockchains.

Dessa forma, na prática, ele permite que diferentes redes dentro do Ethereum — e até fora dele — conversem de forma nativa e direta.

ERC-7786, a nova era para o Ethereum

De acordo com Josh Rudolf, da Ethereum Foundation, essa padronização é fundamental para melhorar a experiência dos usuários e permitir que o Ethereum avance em direção a uma rede realmente unificada.
ERC-7786: O ‘PIX’ do mundo cripto.

O novo padrão funciona como uma espécie de ‘USB do blockchain’.

Assim como qualquer dispositivo funciona ao ser conectado via USB, qualquer rede compatível poderá enviar e receber informações de outras blockchains, usando o mesmo protocolo.

Dessa forma, isso significa que os aplicativos descentralizados (DApps) poderão operar em diversas redes simultaneamente, sem exigir que o usuário entenda ou se preocupe com isso.

De forma simples, o que hoje exige várias etapas, interfaces diferentes e altas taxas, passará a ser um processo automático, rápido e transparente.

O padrão foi desenvolvido com o apoio de gigantes do setor, como a própria Ethereum Foundation, além da OpenZeppelin e Axelar.

Juntas, essas organizações trabalham para transformar a proposta em um protocolo adotado globalmente.

Benefícios diretos para usuários e desenvolvedores

Assim, com a implementação do ERC-7786, desenvolvedores não precisarão mais criar códigos diferentes para cada protocolo ou rede.

Um único código será suficiente para que um aplicativo opere em qualquer blockchain compatível.

Do lado do usuário, a experiência será transformadora. Imagine não precisar mais abrir pontes, trocar de rede no Metamask ou se preocupar com qual blockchain você está usando.

Tudo acontecerá automaticamente, com um clique, como se você estivesse enviando um PIX.

Além disso, o padrão já prevê a possibilidade de ‘patrocínio de gas’, onde uma terceira parte pode pagar as taxas da transação.

Isso resolve outro problema antigo: as taxas variáveis e, muitas vezes, altas. A OpenBridge já adota o padrão.

A adoção já começou. No dia 13 de junho, a Interop Labs, em parceria com a OpenZeppelin, anunciou o lançamento do OpenBridge, um framework open-source que permite integrar vários protocolos de forma simples usando o ERC-7786.

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