Como os modelos DePIN inovam a indústria automotiva

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Segundo estudo da Moody’s Ratings, o mercado de DePIN tem potencial de atingir US$ 3 trilhões até 2030.
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Daniela de Lacerda
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Marta Stephens
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As indústrias intensivas de infraestrutura estão passando por grandes transformações para se adaptar às inovações digitais, e os modelos DePIN estão ganhando força nesse contexto.

Esse setor passou a incorporar tecnologias emergentes como, por exemplo, inteligência artificial (IA), blockchain e internet das coisa (IoT). Agora, também vai agregando modelos descentralizados, como as redes de infraestruturas físicas descentralizadas (DePIN).

DePIN significa unir a infraestrutura física à tecnologia blockchain, descentralizando esses recursos de infraestrutura. Segundo estudo da Moody’s Ratings, o mercado de DePIN tem potencial de atingir US$ 3 trilhões até 2030. No ano passado, o setor foi avaliado em US$ 2,2 trilhões.

Em sintonia com essas projeções, o setor automotivo vem caminhando nessa direção, mostrando a natureza transformadora desses modelos. Entenda como.

Benefícios na prática

Em resumo, proprietário de carros assumem o controle dos seus dados e têm formas de ganhar com isso, ao decidirem compartilhar informações pessoais.

Uma referência é a blockchain Dimo, que desenvolveu uma rede DePIN para melhorar a experiência dos donos de carros. De acordo com Rob Solomon, cofundador da Dimo, a plataforma pretende transformar todos os carros em veículos inteligentes e programáveis, ao proporcionar a cada um deles uma identidade on-chain.

Em primeiro lugar, os usuários “cunham” seu veículo on-chain, criando um gêmeo digital do carro. Em seguida, o carro digital se conecta à plataforma Dimo por meio de uma ID de veículo.

Os dados gerados pelo usuário do carro ficam registrados off-chain (como, por exemplo, velocidade, localização e informações afins). Porém, se desejarem, os proprietários podem compartilhar dados com a Dimo e, dessa forma, ganhar tokens DIMO como recompensa.

Qualquer pessoa que conectar seu carro conosco automaticamente recebe tokens DIMO semanalmente, como recompensa básica. Caso queiram compartilhar seus dados, os usuários podem receber recompensas adicionais, que caem diretamente na wallet Dimo, explicou Rob Solomon, cofundador da Dimo.

Dados x recompensas

Imagem: Unsplash

Ao passo que os proprietários dos carros podem receber rendimento passivo ao conectar seus carros à Dimo, os dados gerados a partir daí podem agilizar processos da indústria automotiva. Ou seja, seria um ganha-ganha.

Como exemplo, Solomon cita a possibilidade de parcerias com empresas que trabalham com seguros para carros. Ao ter acesso aos dados compartilhados na plataforma, essas organizações obtêm informações importantes sobre os motoristas e seus veículos, e podem desenvolver uma melhor conexão com seus clientes.

Outra referência do uso de modelos DePIN na indústria automotiva vem da Hivermapper Network. Nesse caso, os motoristas podem ajudar a construir mapas digitais, ao coletar imagens de alta qualidade das ruas, por meio de câmeras de painel conectados aos seus veículos.

Soluções tradicionais para mapas sempre encontram dificuldades de manter os dados atualizados. Principalmente em áreas que rapidamente mudam. Hivermapper é uma abordagem descentralizada, que permite atualizações em tempo real. Dessa forma, os dados dos mapas estão sempre atuais e efetivamente refletem a realidade “on-the-ground”, explicou Ariel Seidman, cofundador da organização.

Segundo Seidman, a Hivemapper já tem uma cobertura de mais de 10 milhões de milhas, e consegue atualizar esses dados cinco vezes mais rápido do que o Google Street View, por exemplo.

“Com indivíduos e frotas contribuindo para os mapas, a Hivemapper assegura uma cobertura mais abrangente, que pode atender às mais diversas necessidades dos usuários em determinadas regiões”, acrescentou.

A busca por mapas precisos e atualizados vem crescendo por conta da evolução de veículos autônomos, avançados modelos de logística e tecnologia emergentes que dependem de informação geoespacial acurada.

Similarmente ao que ocorre na Dimo, os usuários da Hivemapper também ganham recompensas pelas imagens compartilhadas, que contribuem para a constante atualização dos mapas. No caso, os usuários recebem tokens HONEY.

Além disso, como outros modelos DePIN, a rede é totalmente descentralizada. De acordo com Seidman, junto com membros engajados na comunidade, a Hivemapper Foundation vai ajudar a manter redes de mapeamento descentralizadas e contribuir para o ecossistema de código aberto.

Desafios e perspectivas de futuro

Apesar de os modelos DePIN representarem um importante uso da blockchain, ainda há desafios a vencer até serem adotados de forma mainstream, por vários setores. A regulação é um deles.

Segundo relatório da Moody’s Ratings, no campo das indústrias intensivas de infraestruturas, normas rigorosas regem as principais operações, de acordo com cada jurisdição, incluindo a proteção de dados.

Um modelo infraestrutura descentralizada, portanto, teria de ser capaz de navegar esses cenários complexos e respeitar essas normas, mantendo, ao mesmo tempo, flexibilidade operacional e escalabilidade.

Isso, entretanto, ainda exige tempo. Segundo Josh Benaron, fundador e CEO da Irys, data chain de camada 1, players da tradicional infraestrutura física veem os modelos DePIN com ceticismo e falta de confiança.

Além disso, ainda é difícil para essas companhias integrarem essa tecnologia às suas operações. Por isso mesmo, Benaron argumenta que o setor DePIN precisa desenvolver uma maneira prática e funcional de melhorar a interoperabilidade.

Analogamente, deve construir ferramentas que impulsionem a transparência e a eficiência, para usuários dos mais diversos setores, a fim de remover resistências à adoção dos modelos DePIN.

Outro desafio, apontado pelo relatório da Moody’s Rating, é a escalabilidade e sustentabilidade. Isso porque implantar e manter infraestruturas físicas descentralizadas, em determinadores setores, exige um investimento financeiro significativo, assim como expertise técnica.

Apesar disso, Benaron apresentou otimismo com relação ao potencial desse setor e destacou o acelerado crescimento dos protocolos DePIN nas principais blockchains. “Inovações em andamento nas blockchains devem resultar em projetos DePIN mais eficientes e escaláveis, impulsionando a usabilidade no mundo real e atraindo mais investimentos”, afirmou.

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