Coinbase é acusada por investidores de manipular o preço do Bitcoin

Com ampla atuação nos Estados Unidos, a Coinbase está sendo acusada de movimentar indevidamente o mercado, visando alterar o preço do BTC. O atual CEO da corretora já se manifestou sobre o assunto.
Um grupo de investidores usou as redes sociais para fazer uma acusação grave referente à atuação da corretora Coinbase. Eles afirmam que a exchange está manipulando o preço do BTC e interferindo na movimentação normal do mercado. Diante das alegações, o CEO da corretora se manifestou, negando as acusações. Contudo, as manifestações acabaram ganhando uma certa repercussão.
Continue lendo para saber mais sobre essa polêmica envolvendo a Coinbase e a atual dinâmica de preços do Bitcoin.
As alegações de manipulação levam em conta a compra de tokens BTC
Além de ser uma corretora com ampla aceitação no mercado norte-americano, a Coinbase ainda oferece outros ativos para seus clientes. Esse foi justamente o ponto levantado pelos investidores na internet. A corretora é usada frequentemente por gestoras de ETFs. Em razão dessa parceria, as corporações de gestão realizam a movimentação de compra, venda e demais processos de custódia desses ativos.
Segundo as denúncias, as compras de BTC feitas por essas gestoras dentro da plataforma Coinbase são irregulares. Isso porque não são devidamente registradas nas blockchains. Com isso, há uma brecha para que a exchange opere com reservas fracionárias de propriedade dos investidores. Além disso, a falta de registro indica que a corretora está agindo para manipular o mercado.
Algumas contas da rede social X, antigo Twitter, acusam a exchange de emitir IOUs de BTC para a BlackRock. Além do que outros usuários afirmaram que já vinham denunciando essa prática há meses. Ainda mais contas acabaram dando sua opinião e afirmando que as corretoras têm interesse em deixar o preço dos ativos baixo a fim de favorecer a circulação de ETFs.

Embora se trate de uma acusação considerada bastante grave, caso seja provada, as manifestações têm poucos fundamentos. Afinal, não seria interessante para nenhuma corretora manter o preço do BTC baixo, uma vez que isso afeta diretamente a movimentação de todos os ativos. As próprias exchanges poderiam deixar de ganhar dinheiro.

Mesmo assim, alguns usuários do X relembraram o antigo envolvimento da corretora em um caso de insider trading. Em 2022, Ishan Wahi, ex-gerente de produtos da Coinbase, foi preso por repassar informações privilegiadas para seu irmão e amigos. Assim, os envolvidos compraram os ativos antecipadamente e depois lucraram com os retornos.
Token nativo da Coinbase também é alvo de críticas
Essas não são as únicas controvérsias apontadas por investidores. O token da corretora, o cbBTC, funciona como uma espécie de BTC sintético dentro da blockchain Base. Assim, o ativo não tem prova de reserva, podendo ser congelado a qualquer momento, impedindo os investidores de sacar seus ativos.
Alguns investidores apontam que, eventual problema com esse token, pode resultar no bloqueio de Bitcoin dos investidores. Portanto, os traders estariam assumindo riscos velados e desnecessários ao optar por negociar com a Coinbase.
Alguns desenvolvedores de criptomoedas apontam para a necessidade de atenção ao token cbBTC. O fundador da criptomoeda Tron, Justin Sun, manifestou-se também através da rede social X sobre o assunto. Ele afirma que integrar o token às finanças DeFi pode transformar toda a descentralização em uma piada.
Contudo, vale lembrar que Tron é uma concorrente da Base. Portanto, é natural que os desenvolvedores acabem fazendo análises pouco favoráveis de criptomoedas que podem vir a representar ameaças para seus próprios projetos.
A Coinbase rebate as acusações e afirma não saber do que se tratam as acusações
Também usando suas redes sociais, o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, rebateu as denúncias. No entanto, a sua manifestação não pode mais ser encontrada na rede, pois já foi deletada. Naquela oportunidade, Armstrong aproveitou para defender a corretora e também as operações feitas com ETF na plataforma. Na ocasião, ele disse que não sabia do que se tratavam as acusações.
O post afirmava que todos os ETFs emitidos e vendidos na plataforma eram liquidados na blockchain. Além disso, os clientes institucionais poderiam optar por financiamentos, negociações e OTC, tudo registrado na rede da corretora.
Em outro ponto da manifestação, Brian afirmou que está em dia com as auditorias. Segundo ele, a empresa Deloitte promove a certificação todos os anos, pois a Coinbase é uma empresa pública. Além disso, a corporação tem interesse de que bastante dinheiro flua para o BTC.
Já com relação ao cbBTC, Armstrong afirmou que a corretora sempre foi transparente com seus investidores. Portanto, caso opte por comprar os tokens, está confiando em um custodiante centralizado e deve armazenar BTC também.
Acusações surgem em um momento de baixa do BTC
Depois de alcançar seu preço máximo este ano, o Bitcoin está em um período de pouca estabilidade e níveis de resistência mais baixos. Passado mais de um mês no vermelho, finalmente o ativo voltou a subir e está sendo vendido por um pouco mais de US$ 60 mil.
Essa recuperação tem impulsionado algumas projeções bastante contraditórias. Alguns especialistas apostam no aumento de preço ainda para este ano, especialmente se houver uma vitória de Donald Trump na corrida presidencial. Já outros acreditam que não há esperança de crescimento em breve.
No momento, vários fatores influenciam os investidores. Crise econômica, taxa de juros alta nos Estados Unidos, mudanças climáticas e também a escolha de um novo presidente. Acusações feitas acerca da atividade de grandes corretoras, como é o caso da Coinbase, podem descredibilizar ainda mais o mercado digital e aumentar a baixa do mercado.

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