Caso FTX – Ex-CEO condenada a 2 anos de prisão
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Caroline Ellison, ex-CEO da Alameda Research, foi condenada a dois anos de prisão nos Estados Unidos. A sentença diz respeito ao seu envolvimento no colapso da hoje extinta corretora de criptomoedas FTX.
A executiva recebeu a condenação no Distrito Sul de Nova York, nesta quarta-feira (24). Ela esteve presente perante o juiz Lewis Kaplan, do tribunal federal de Manhattan.
Juiz elogia cooperação de Ellison no caso FTX
Kaplan descreveu a cooperação de Ellison com os promotores do caso como “notável”. No entanto, afirmou que não se sentiria confortável se o remorso e a colaboração resultassem em uma “carta de saída da prisão” em um caso tão sério, segundo a Reuters.
Ellison mantinha uma relação pessoal com o fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, que foi condenado recentemente a 25 anos de prisão. Ele foi considerado culpado de desviar mais de US$ 8 bilhões de clientes da empresa.
Já a sentença de Ellison vem na esteira de um acordo judicial no qual ela aceitou as acusações de fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. Portanto, declarou-se culpada de ambas, em vez de negar as acusações.
Como parte de seu acordo de cooperação com os promotores, ela testemunhou contra Bankman-Fried. Aliás, ela entregou às autoridades detalhes cruciais sobre o funcionamento do esquema fraudulento.
Além da pena de prisão, Ellison perdeu bens cujo valor total ultrapassa os US$ 11 bilhões. E esse valor pode aumentar ainda mais se a justiça norte-americana vier a exigir mais restituições.
Ellison colaborou com condenação de Bankman-Fried
O testemunho de Caroline Ellison contra Bankman-Fried foi crítico para garantir a condenação do fundador da FTX, em março deste ano.
Na ocasião, ele foi considerado culpado de orquestrar uma fraude massiva contra investidores da exchange. Afinal, segundo o veredicto, Bankman-Fried se apropriou indevidamente de fundos dos clientes para realizar investimentos arriscados.
O executivo ia mais longe com o dinheiro dos usuários da plataforma. Por exemplo, teria financiado um estilo de vida luxuoso e feito até mesmo doações para campanhas políticas com fundos de clientes.
Antes do julgamento, Bankman-Fried tentou desacreditar Ellison como testemunha com a divulgação de páginas de seu diário pessoal ao The New York Times.
Além disso, no início deste mês, os advogados de Bankman-Fried entraram com um pedido de um novo julgamento. Eles alegaram que o réu não recebeu um tratamento justo durante as audiências.
No pedido que protocolaram no Tribunal de Apelações dos EUA, eles argumentaram que os promotores federais estavam mais focados em garantir manchetes rápidas do que em um julgamento justo.
FTX fechou acordo de US$ 12,7 para encerrar processo
As condenações de Caroline Ellison e Bankman-Fried não foram os únicos desdobramentos legais do caso FTX. Afinal, a própria exchange foi alvo de um processo nos Estados Unidos.
Em agosto deste ano, a corretora, que quebrou em 2022, fechou um acordo de US$ 12,7 bilhões para pagamento de credores. Aliás, o acerto se deu com a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês).
A aprovação do acordo também se deu no Distrito Sul de Nova York, onde ocorreram as condenações de Caroline Ellison e Bankman-Fried.
Inicialmente, a CFTC pedia US$ 52,2 bilhões para fechar o acordo. No entanto, ao longo dos meses, os representantes da FTX conseguiram reduzir significativamente o valor que a instituição cobrava no processo.
Finalmente, em julho deste ano, tanto a exchange quanto sua parceira Alameda aceitaram pagar os US$ 12,7 bilhões para se livrar do processo. Portanto, o que houve em agosto foi apenas a efetivação do acordo.
Como a própria FTX declarou na ocasião, o dinheiro teve como destino os bolsos (esvaziados) dos clientes. Afinal, segundo seu atual CEO, John Ray III, o objetivo era justamente ressarcir os credores e reembolsar os clientes que foram vítimas do colapso da exchange.
Ray III é um advogado especializado em reestruturação corporativa. Portanto, está à frente da FTX justamente para administrar sua falência.
Em nota, a empresa também comentou o acordo com a CFTC:
“Dado o comportamento, as confissões de culpa e as condenações dos executivos da FTX, os devedores enfrentam uma responsabilidade potencial muito substancial perante a CFTC.”
A FTX, assim como a Alameda Research, também ficaram proibidas de voltar a negociar ativos digitais. Isso vale para qualquer tipo de envolvimento com criptoativos, incluindo Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Tether (USDT) e outras moedas.

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