Brasil lidera investimentos em BTC na América Latina, diz estudo

A empresa líder em serviços financeiros com tecnologia cripto na América Latina Bitso lançou a segunda edição do relatório “Panorama Cripto na América Latina”. O estudo mostra que o Brasil tem a maior proporção de Bitcoin da região.
O objetivo do estudo foi mostrar o aumento da importância do uso da tecnologia blockchain e da criptomoeda na América Latina. Portanto, ele dá prosseguimento à promessa que veio na primeira edição, ano passado, de publicar relatórios semestralmente.
O novo relatório explora o contexto de adoção e tendências para a criptoeconomia no primeiro semestre de 2024. Aliás, ele também indica que o Brasil tem, em média, 60% das carteiras e dos altcoins da região.
Brasileiros têm estratégia de longo prazo e ganhos maiores
Outro dado relevante do estudo diz respeito ao crescimento da posse de memecoins. Por exemplo, o Pepe (PEPE) nem aparecia no ranking do segundo semestre de 2023. Mas, neste último, a memecoin chegou à segunda posição nas preferências de investidores.
Além disso, o relatório mostra que os investidores estão, de forma geral, cada vez mais integrando as criptomoedas em suas estratégias financeiras. Aliás, eles fazem isso antecipando a data de compra para a época em que recebem seus salários.
Por fim, o CEO da Bitso Brasil, Thales Freitas, comentou sobre o comportamento do investidor brasileiro:
“No Brasil, a pouca diversificação das carteiras em torno a ativos mais líquidos, como moeda fiat e stablecoins, e a alta concentração em Bitcoin e altcoins nos sinaliza uma estratégia patrimonial voltada a ganhos maiores no longo prazo. É possível que fenômenos importantes que aconteceram no semestre passado, como o halving do Bitcoin, tenham contribuído para reforçar esse comportamento.”
Eventos como o halving ajudaram no crescimento
Outro dado importante que o estudo revelou foi o crescimento da indústria cripto como um todo. Afinal, após o difícil momento vivido em 2023, a Bitso registrou um aumento entre +15% e +18% da base de clientes na região no primeiro semestre de 2024.
Aliás, analisando os indicadores, fica claro que alguns eventos ajudaram bastante a sustentar esse crescimento. Por exemplo, o halving do Bitcoin cooperou para uma máxima histórica de preço em março, que levou a mais inversões na moeda.
Além disso, a aprovação de fundos cotados na bolsa (os ETFs) de Bitcoin, bem como o mesmo produto para Ether (ETH), estimularam a indústria.
Drex pode ajudar a aumentar a adoção de Bitcoin no Brasil
Thales Freitas também falou sobre como o Drex pode ajudar no crescimento da adoção de criptos pelos brasileiros. Segundo ele, a criptomoeda brasileira pode ajudar as pessoas e empresas a se familiarizar mais com a tecnologia e a ter acesso a novas possibilidades.
Portanto, a entrada para o ecossistema cripto pode se tornar menos difícil. Além disso, o Drex facilitaria uma maior adoção das criptomoedas e a integração de soluções financeiras seguras e acessíveis ao dia a dia das pessoas. Por fim, Thales conclui que:
“O Drex tem potencial para aumentar o acesso, democratização e inclusão financeira da população, e possibilitar negócios onde hoje muitas empresas e empreendedores não alcançam. Acreditamos que os casos de tokenização, stablecoins privadas e até transferências internacionais instantâneas por blockchain vão dar uma alavancada significativa com a chegada do Drex.”
Brasil tem a maior concentração de altcoins
O estudo também mostrou que o Bitcoin continua dominante nas carteiras cripto na América Latina. Afinal, ainda é a criptomoeda mais popular entre os usuários da região. Como já vimos, o Brasil se destaca nesse quesito, com a maior adoção entre todos os países.
Aqui, a adoção do criptoativo aumentou 2% em relação ao semestre anterior. Portanto, no país, o Bitcoin representa 60% do portfólio médio. Aliás, isso mostra que o brasileiro segue percebendo o BTC como uma reserva de valor consolidada.
Além disso, o relatório mostra que a aquisição de altcoins e memecoins teve uma tendência de crescimento na América Latina. O Brasil também se destaca como tendo a maior concentração de altcoins, representando 18% das carteiras.
Na região como um todo, a Solana (SOL) aumentou sua popularidade. Não apenas para a realização de operações, por causa da sua rapidez e baixas comissões, mas também para investimentos. Por fim, tokens como o PEPE também ganharam força.
Estudo aponta mudança de comportamento dos investidores
Uma conclusão relevante do estudo da Bitso para a América Latina é que o comportamento dos investidores vem passando por uma importante transformação. Afinal, hoje em dia, as criptomoedas já são parte do planejamento financeiro regular de muitos investidores.
Portanto, houve uma mudança em relação à época em que criptos eram vistas como uma aposta para recursos excedentes.
Além disso, o relatório mostra que, na maioria dos países, incluindo o Brasil, o maior volume de compra se dá justamente na primeira semana de cada mês. Portanto, isso indica uma correlação entre esse investimento e a época mais comum para o pagamento dos salários.
Para o CEO da Bitso no país, essa mudança de comportamento mostra um desligamento da “visão especulativa” do passado. Portanto, os investidores se aproximam mais de “uma mentalidade mais estratégica”. Afinal, como diz o executivo:
“A inclusão de criptoativos no portfólio já não é vista como uma simples aposta de risco, mas sim como uma oportunidade de diversificação e potencialização dos retornos.”
Por fim, Thales falou sobre a análise dos dias de compra e horários de trading. A partir disso, é possível notar que muitos investidores usam estratégias de conversão automática. Eles deixam suas operações pré-agendadas, além de programarem suas compras ou vendas para quando o preço atinge determinado valor. Portanto, ele conclui:
“Conforme essas práticas vão se tornando mais comuns, os padrões de negociação tendem a se estabilizar e as transações ficam mais consistentes.”
BTC também cresceu na Argentina e no México
O relatório da Bitso analisou o comportamento da base de investidores da sua plataforma, com mais de 8 milhões de usuários. O processo se deu durante o primeiro semestre de 2024, com foco nos países onde a corretora opera: Argentina, Brasil, Colômbia e México.
Além do Brasil, os outros países onde o BTC cresceu +2% foram Argentina e México. Os argentinos também consumiram +3% a mais de altcoins. Por outro lado, no México, a XRP teve uma queda de -3%. Por fim, na Colômbia, as altcoins subiram +3%, enquanto as stablecoins caíram -5%.
O relatório também mostra que o México tem o portfólio mais diversificado da região. Afinal, em média, um terço das carteiras incluem 3 tokens. Por outro lado, na Argentina, seis em cada dez compras foram de stablecoins atreladas ao dólar (USDC e USDT). Já na Colômbia, as criptomoedas alternativas ao Bitcoin já correspondem a 17% dos portfólios.
Mulheres têm maior participação na Argentina e no México
Além disso, o relatório mostra o crescimento de usuários na plataforma da Bitso em cada país. O Brasil lidera nesse aspecto, com um aumento de +18% em relação ao ano anterior. Em seguida, vêm a Colômbia, com +17%, a Argentina, com +16%, e o México, com +15% de crescimento.
Por fim, o estudo trouxe números sobre a participação das mulheres na economia cripto. Nesse aspecto, quem lidera é a Argentina, com 30% de usuárias, contra 70% de homens. Em seguida, vem o México, onde a participação feminina cresceu +2% e chegou a 27%.
Por outro lado, no Brasil e na Colômbia, houve uma queda na participação das mulheres como usuárias de criptomoedas. A queda na Colômbia foi maior, passando de 33% para 26% na comparação com o semestre anterior. Já no Brasil, a participação feminina caiu -6% e chegou a 25%.
Portfólios se diversificaram na região
Os dados gerais da América Latina mostram que o Bitcoin representa 53% dos portfólios da região. No entanto, a criptomoeda correspondeu a apenas 28% das compras. Portanto, isso mostra o impacto do holding.
Além disso, os portfólios se diversificaram nesses países. Afinal, no relatório deste ano, 21% das pessoas têm dois ativos e 36% têm três ou mais. Por outro lado, 43% das pessoas têm apenas um ativo.
Por fim, em relação ao trading, a memecoin Pepe mostrou um crescimento expressivo. Afinal, passou de 1% a 7% do volume total. Além disso, a Solana teve um aumento, embora não tão grande, na preferência de compra dos usuários: de 3% passou para 4%.

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