Bitcoin derrete e chega a US$ 49 mil devido à aversão ao risco no mundo todo
O mercado de criptomoedas enfrenta um período de forte pessimismo. Nesta segunda-feira (05/08), o Bitcoin (BTC) sofreu uma queda significativa, ultrapassando 15%, negociado a pouco mais de US$ 49 mil, o que representa o seu valor mais baixo desde fevereiro, quando era cotado em torno desse valor.
Por sua vez, o Ethereum (ETH), a segunda maior criptomoeda em termos de capitalização de mercado, registrou uma queda ainda maior, aproximadamente 22%, com seu valor reduzido para US$ 2.281. Este é o menor nível desde janeiro e a maior queda desde maio de 2021.
De acordo com informações da CoinGecko, a capitalização de mercado das criptomoedas teve uma redução drástica, caindo para US$ 1,94 trilhão, o que representa uma diminuição de mais de 13% nas últimas 24 horas.
Mercado de criptomoedas reage à aversão ao risco global
José Artur Ribeiro, CEO da Coinext, atribui o desempenho negativo recente do mercado de criptomoedas à crescente aversão ao risco por parte dos investidores internacionais.
Ele aponta que a decisão do Banco Central do Japão de elevar as taxas de juros de 0% ou 0,1% para 0,25%, além da indicação de futuros aumentos, trouxe surpresa aos mercados, adotando uma postura mais restritiva.
Ribeiro comenta que os eventos recentes tiveram um impacto direto no mercado de criptomoedas. Ele explica que o aumento das taxas de juros influencia diretamente a liquidez global e a tendência dos investidores a assumirem riscos.
Esse contexto econômico contribuiu para que o índice Nikkei 225, principal indicador da bolsa japonesa, registrasse quedas em três pregões consecutivos. No primeiro dia de negociações de agosto, o índice sofreu uma desvalorização de 2,49%.
Essas perdas se intensificaram, culminando em uma redução de 5,8% na sexta-feira (02/08). Mais recentemente, o Nikkei 225 teve outra queda acentuada de 12,40%.
Possível corte dos juros americanos em setembro traz uma luz no fim do túnel
O cenário econômico dos Estados Unidos alimenta o pessimismo, especialmente após os últimos dados do relatório de emprego (payroll) de julho ficarem abaixo das expectativas do mercado.
Conforme divulgado pelo Departamento do Trabalho do país nesta sexta-feira, adicionaram-se apenas 114 mil novos empregos no último mês. Este é um número que alimentou a preocupação de uma possível recessão econômica e diminuiu o apetite por risco entre os investidores.
No entanto, existe um lado positivo diante das incertezas sobre o futuro da maior economia do mundo. As expectativas de uma redução na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, já em setembro, aumentaram consideravelmente, algo que era desejado pelo mercado há algumas semanas.
Se esse corte de juros realmente ocorrer, poderá ser vantajoso não só para o Bitcoin mas também para outras criptomoedas. Por fim, Ribeiro complementa que a situação atual indica um cenário de alerta, que historicamente antecede crises. Além disso, o analista sugere que o possível corte de juros pode ser até maior do que o esperado.
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