Banco Central da Malásia pretende apoiar tokenização de ativos

O Banco Central da Malásia anunciou planos para explorar a tokenização de ativos e tecnologias do mercado cripto. A instituição enfatizou a colaboração com o setor privado e apresentou possíveis usos de depósitos tokenizados e moedas digitais de banco central (CBDCs).
O Bank Negara Malaysia (BNM) detalhou em seu relatório anual mais recente que, em 2025, estudará mecanismos de tokenização de ativos e tecnologias emergentes como a blockchain.
Assim, essa iniciativa ocorrerá em paralelo a pesquisas sobre CBDCs para transações domésticas e internacionais, além de outras tecnologias financeiras.
Tokenização e Sandbox na Malásia
De acordo com o relatório, o BNM está analisando como a tokenização de ativos pode impulsionar a inovação no setor financeiro da Malásia. Essa iniciativa faz parte do plano estratégico para o setor financeiro entre os anos de 2022 a 2026.
Dessa forma, o banco acredita que os depósitos tokenizados podem ser um ativo confiável para liquidação on-chain, complementando o uso de CBDCs no atacado. O BNM também estuda outras aplicações, como pagamentos programáveis, financiamento da cadeia de suprimentos e gestão de tesouraria.
O BNM pretende publicar um documento para discussão sobre o assunto ainda em 2025. A ideia é apresentar princípios gerais e casos de uso, orientando o setor na abordagem da tokenização de ativos.

Portanto, para incentivar a inovação, o Sandbox Regulatório do BNM permitirá a testagem de soluções baseadas em tecnologia de registro distribuído (DLT).
Ou seja, o objetivo é avaliar a viabilidade e os riscos da tokenização em um ambiente controlado, garantindo que a estabilidade financeira permaneça protegida.
O BNM também ressaltou que a colaboração com o setor privado será essencial para maximizar os benefícios da tokenização e reduzir os riscos associados.
Tokenização impulsiona mercado financeiro
Mesmo com o crescente interesse por ativos digitais, a Malásia mantém uma postura cautelosa em relação às criptomoedas.
O banco central local enfatizou que criptomoedas não são reconhecidas como moeda de curso legal. Ou seja, para a instituição, elas não são meios de pagamento regulamentados devido à volatilidade dos preços e fatores de risco.
Segundo o relatório do BNM, o mercado cripto na Malásia ainda é pequeno, representando menos de 1% dos depósitos totais do sistema bancário em 2024.
No entanto, o volume de negociação de criptomoedas aumentou de MYR 5,4 bilhões (US$ 1,22 bilhão) em 2023, para MYR 13,9 bilhões (US$ 3,14 bilhões) em 2024.
Dessa forma, para proteger os investidores dos riscos associados às criptomoedas, a Securities Commission Malaysia (SCM) vem reprimindo exchanges estrangeiras que oferecem negociação cripto para cidadãos malaios.
Em dezembro de 2024, a Bybit foi ordenada a desativar seu site e aplicativos móveis por operar sem registro adequado.
Por outro lado, uma medida semelhante foi aplicada à Huobi Global Limited em 2023, forçando a exchange a encerrar suas operações no país.
Golpes cripto na Malásia
Apesar dos esforços regulatórios, a Malásia registra um crescimento acelerado em golpes financeiros ligados a criptomoedas.
Dessa forma, um relatório recente revelou que profissionais e investidores seniores acima de 60 anos são os principais alvos de esquemas fraudulentos que prometem altos retornos em ativos voláteis.
Portanto, as autoridades recomendam fortemente que investidores realizem transações apenas por meio de exchanges registradas oficialmente, para minimizar riscos.

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