Ativos digitais batem recorde de atração de investimentos
Os produtos de investimento em ativos digitais atraíram US$ 1,98 bilhão na semana passada. Com isso, marcaram a quinta semana consecutiva de entradas e ajudaram o setor a bater o recorde no ano, até o momento, em atração de investimentos.
Afinal, esse influxo elevou o número acumulado ao longo de 2024 para um recorde de US$ 31,3 bilhões, segundo um relatório recente da CoinShares. Além disso, o aumento nos investimentos levou os ativos digitais sob gestão a um novo pico de US$ 116 bilhões, a nível global.
Volume de negociação atinge US$ 20 bilhões
Apesar de não representar um novo recorde, os volumes de negociação também foram um destaque recente. Afinal, atingiram seu maior nível desde abril, chegando a US$ 20 bilhões.
A maioria dessas entradas se concentrou nos EUA. Mas também houve contribuições substanciais vindas da Europa, especialmente da Suíça e da Alemanha. Esses países registraram entradas de US$ 23 milhões e US$ 20 milhões, respectivamente.
O Bitcoin (BTC) foi responsável por liderar esse movimento com entradas, totalizando US$ 1,8 bilhão. No entanto, a raiz desse aumento da demanda, tanto por BTC quanto por outros criptoativos, é o contexto dos EUA.
Afinal, formou-se um ambiente macroeconômico favorável à valorização do mercado. Além disso, as recentes mudanças políticas nos EUA, com a eleição de Donald Trump, ajudaram a puxar para cima o otimismo do setor.
Outro fator importante é a atuação do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA. Desde o corte da taxa de juros em setembro — o primeiro deste ciclo — o BTC registrou um total de US$ 9 bilhões em entradas.
Chama a atenção, também, a entrada significativa em ETFs de Bitcoin à vista nos Estados Unidos. Elas vêm ocorrendo desde o início de novembro. Com o dinheiro de investidores corporativos, o BTC acabou se valorizando ainda mais ao longo do mês.
A principal entrada líquida diária ocorreu no dia 7 de novembro, com US$ 1,38 bilhão, um recorde para o período. Em 6 de novembro, um dia depois da eleição de Trump, os ativos digitais já haviam atraído US$ 621,90 milhões.
No entanto, o mercado já estava aquecido no final do mês anterior. Afinal, registrou US$ 893,21 milhões no dia 30 de outubro e US$ 870,02 milhões em 29 de outubro.
Bitcoin sobe para US$ 82 mil com otimismo do mercado
Nesta segunda-feira (11), o Bitcoin atingiu uma nova máxima histórica, passando dos US$ 82 mil.
Isso ocorreu devido ao crescente otimismo com os resultados das eleições nos EUA. Afinal, além de Trump, diversos outros candidatos pró-criptomoedas chegaram ao poder. Isso aponta para a possibilidade de uma regulamentação mais amigável para o setor nos próximos anos.
A alta também refletiu em uma atividade significativa nos mercados futuros. Por exemplo, o interesse aberto por BTC ultrapassou os US$ 90.000 na bolsa Deribit, ultrapassando US$ 2,8 bilhões.
Além disso, o mercado de opções revelou uma tendência de alta contínua. As opções de compra, que apostam em aumentos de preços, passaram a pagar prêmio em relação às opções de venda.
Vetle Lunde, chefe de pesquisa da K33 Research, afirmou à CNBC que as opções atraíram mais interesse aberto, refletindo o sentimento otimista do mercado com as criptomoedas.
Já a bolsa de derivativos CME, a preferida dos investidores institucionais nos EUA, viu prêmios maiores para contratos futuros de BTC e ETH.
Os prêmios para esses contratos foram em média de 14% e 14,5%, respectivamente. Portanto, representam um aumento significativo em relação aos níveis pré-eleitorais, de cerca de 7%. Segundo Lunde, essa mudança também destaca os fluxos de alta que impulsionam o mercado.
Além disso, os rendimentos crescentes nos mercados de derivativos offshore sugerem que os tomadores de risco estão se posicionando para ganhos contínuos. Isso porque a alavancagem vem aumentando e gerando rendimentos com dois dígitos de forma estável.
De acordo com Velde:
“Além do crescimento da alavancagem, vimos o primeiro exemplo significativo de rendimentos crescentes em derivativos offshore, indicando que o movimento está sendo liderado por tomadores de risco determinados e sinalizando para novas valorizações.”
Outros ativos também se beneficiam
Um fator transversal ao momento de alta do mercado é o corte de juros na economia norte-americana. Afinal, o Federal Reserve (Fed) confirmou uma nova redução de 25 pontos-base da taxa oficial.
Combinados os dois fatores — eleição de Trump e juros mais baixos — formou-se um contexto de otimismo para quem deseja lucrar com criptoativos. E isso vale não apenas para dentro, mas também para fora dos EUA, inclusive no Brasil.
Apesar de saídas ocasionais, como os US$ 541,07 milhões negativos no dia 4 de novembro, a tendência de alta reflete a confiança crescente no Bitcoin.
O Ethereum também mostrou sinais de recuperação, registrando seu maior fluxo de entrada desde o lançamento do ETF em julho, com US$ 157 milhões na semana passada.
Também uma variedade de altcoins, incluindo Solana, Uniswap e Tron, teve entradas notáveis. Além disso, as ações de blockchain atraíram US$ 61 milhões, indicando uma base crescente de confiança dos investidores em todo o espectro de ativos digitais.
Por fim, vale destacar o mercado de memecoins. A grande estrela dessa categoria, Dogecoin (DOGE), teve uma valorização expressiva após se desenhar a vitória de Donald Trump para a presidência dos EUA.
E a razão para isso é mesmo, em grande parte, política. Afinal, o principal “padrinho” da DOGE, o magnata Elon Musk, envolveu-se ativamente na campanha de Trump. Portanto, muitos investidores cultivam a expectativa de que ele tenha influência no próximo mandato do político republicano.
A possibilidade de ganhos expressivos em pouco tempo é o que move muitos investidores para as moedas meme. Então, em um mercado bullish como o que se desenha atualmente, essa pode se tornar uma boa alternativa para quem deseja ir além do BTC e das altcoins.
Recorde da Solana expressa momento positivo das meme coins
Nesta segunda-feira, a Solana (SOL) passou dos US$ 100 milhões em capitalização, quebrando outro recorde expressivo no mercado de criptos nos últimos dias.
A Solana é, atualmente, a quarta cripto mais valorizada do mercado. E sua valorização está associada, em grande parte, às mesmas razões que impulsionam outros ativos atualmente.
No entanto, há ainda outro fator importante por trás do aumento do preço da SOL: sua associação a moedas meme. Afinal, sua plataforma é utilizada para muitos projetos de memecoins que vêm fazendo sucesso atualmente.
A adesão à rede vem se mostrando impressionante, com um aumento de 42% na quantidade de endereços únicos, que já chegaram a mais de 100 milhões. Além disso, a rede Solana abocanhou 90,6% de todos os tokens com lançamento na semana de 21 de outubro.
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