Até R$ 245 bilhões em Bitcoin estão esquecidos no Reino Unido

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Além disso, o relatório citou dados da World Population Review, segundo os quais o Reino Unido detém 18% das criptomoedas do mundo.
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Flavio Aguilar
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Marta Stephens
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Os residentes do Reino Unido podem ter bilhões de reais da principal criptomoeda do mundo abandonados em suas contas, de acordo com a plataforma CoinPoker. Um estudo da empresa aponta que os britânicos têm até £ 34 bilhões em Bitcoin (BTC) não contabilizados. Isso equivale a cerca de R$ 245 bilhões pela cotação atual.

O valor se refere a um total de 720.000 BTC apenas no Reino Unido. Além disso, o relatório citou dados da World Population Review, segundo os quais o Reino Unido detém 18% das criptomoedas do mundo, atualmente. Esses fundos são formados principalmente pelos ativos mais populares.

“Algumas das moedas populares no Reino Unido incluem Litecoin, Ethereum e Bitcoin.”

Parte do valor pode ser esquecida para sempre no Reino Unido

O analista David Bartram destacou que o papel importante do país no mercado de criptoativos sugere que uma parte grande dos fundos já está inacessível.

“Com uma grande parte do fornecimento mundial de Bitcoin pertencendo a residentes do Reino Unido, certamente há uma enorme quantidade de dinheiro não contabilizado.”

Com base nos números desse mercado, o relatório chegou a diversas conclusões:

  • Há entre 540.000 e 720.000 BTC não contabilizados no Reino Unido;
  • Isso corresponde a um valor entre £ 25 bilhões e £ 34 bilhões em BTC inacessíveis;
  • Portanto, ao considerar a taxa de câmbio atual, dezenas de bilhões de libras em BTC acabam deixadas de fora da economia britânica.

A CoinPoker fez uma conclusão irônica sobre essa descoberta, relacionando-a ao contexto econômico atual do Reino Unido:

“Enquanto o custo de vida continua a subir, alguns britânicos podem estar sem acesso a uma pequena fortuna.”

Além disso, Bartram observou que parte dessa fortuna pode nunca vir a ser recuperada. No entanto, segundo ele:

“Certamente vale a pena que as pessoas verifiquem seus dispositivos antigos e tentem recordar suas senhas, caso já tenham possuído Bitcoin.”

Valor esquecido no mundo pode chegar a 4 milhões de BTC

Não é apenas no Reino Unido que valores expressivos em Bitcoin acabam em um “buraco negro” com o passar do tempo.

Globalmente, o valor esquecido em BTC pode chegar a cerca de 3 milhões — ou mesmo 4 milhões de BTC. Essas moedas podem estar em diferentes lugares, como uma carteira com a senha esquecida, em hardware destruído ou mesmo em um endereço errado.

Portanto, há grandes chances de que muitas dessas moedas não tenham mais salvação. Em 2020, a empresa de análise de blockchain Chainalysis já estimava a perda de cerca de 3,7 milhões de moedas.

Da mesma forma, uma análise anterior da Unchained havia apontado algo entre 3 e 3,8 milhões de BTC perdidos pelos seus detentores. Aliás, isso representa entre 14% e 20% do fornecimento total da moeda.

Um dos exemplos mais conhecidos é o de James Howells, um engenheiro de informática de Newport, no Reino Unido. Ele diz que durante uma limpeza em casa, em 2013, jogou fora por acidente um disco rígido contendo um valor impressionante: entre 7.500 e 8.000 BTC. Ao tomar como base os preços atuais, isso equivale a algo entre R$ 2,6 bilhões e R$ 2,8 bilhões.

Howells fez inúmeros pleitos junto ao conselho de Newport, que administra o aterro sanitário para onde o disco rígido teria ido, pedindo para escavar o local. No entanto, o órgão negou todas as solicitações, alegando preocupações ambientais e outros impeditivos.

Atualmente, a capitalização total de mercado, considerando todas as criptomoedas, é de US$ 2,36 trilhões. Por isso, o valor global das criptomoedas abandonadas provavelmente é bem maior do que se estima, segundo Bartram:

“Talvez nunca saibamos exatamente o quanto está perdido por aí.”´

1.000.000 BTC em carteiras não reclamadas de Satoshi

Outro volume expressivo de Bitcoin permanece em repouso nas carteiras associadas ao criador da criptomoeda, o enigmático Satoshi Nakamoto. Afinal, há aproximadamente um milhão de BTC nessas carteiras. E ninguém as acessou até hoje. Aliás, é difícil imaginar quando e como isso pode vir a ocorrer.

Seja qual for o destino dessas carteiras, o que se sabe é que elas representam 4,8% de todo o BTC existente. Isso porque existe um total de 21 milhões de Bitcoins no mundo, atualmente.

Dupla recuperou R$ 16 milhões depois de 11 anos

Nem todas as histórias são tristes como as do Reino Unido, quando falamos em pessoas que perderam o acesso às suas carteiras. Pelo menos uma história que contamos aqui mostrou que a esperança pode renascer mesmo depois de muitos anos.

No final de maio, uma dupla de especialistas ajudou o proprietário de uma carteira de criptomoedas que havia perdido o acesso a seus ativos há 11 anos. O engenheiro de software Joe Grand e seu amigo Bruno, um hacker especialista no assunto, usou engenharia reversa para reaver a senha da carteira e o BTC que ela continha. Aliás, esse valor correspondia a US$ 3 milhões — ou R$ 16 milhões pela cotação da época.

A dupla combinou seus conhecimentos para realizar a engenharia reversa no RoboForm, um gerador de senhas que o proprietário da carteira havia utilizado.

Em 2013, Michael (nome fictício) guardou seus fundos em Bitcoin em uma carteira protegida com senha. Em seguida, gerou uma senha usando o RoboForm. Por fim, ele a criptografou com uma ferramenta chamada True Crypto.

No entanto, em algum momento, esse arquivo criptografado acabou corrompido. Como não tinha feito backup nem mesmo em seu gerenciador de senhas, Michael acabou ficando sem acesso à senha, que tinha 20 caracteres. Isso se estendeu até 2022, quando ele fez o primeiro contato com Grand.

Após tratativas que se arrastaram até 2023, o hacker finalmente aceitou o trabalho e chamou Bruno para ajudar. Aliás, Grand já era famoso por recuperar senhas com procedimentos complexos. Então, o convite certamente não foi algo surpreendente.

Após cogitarem diversas estratégias para obter a senha, eles acabaram optando por um caminho que se provou certeiro: a engenharia reversa do programa usado para a geração da senha. Então, encontraram uma falha na versão de 2013 do software, que deu brecha para a resolução do problema.

As moedas digitais ficaram em quarto lugar entre os produtos mais visados pelo público alvo da pesquisa.

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