Justiça aprova pedido de recuperação extrajudicial das Casas Bahia

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Flavio Aguilar
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A justiça de São Paulo aprovou, na segunda-feira (29/04), o pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia, com dívidas de R$ 4,1 bilhões. Um dia antes, havia sido divulgado um acordo da rede varejista com seus dois principais credores, Bradesco e Banco do Brasil. O pedido foi aprovado pela 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Após o anúncio da aprovação do pedido, as ações da Casa Bahia subiram mais de 34%. Afinal, os analistas viram na operação um alívio para o caixa da empresa. A XP Investimentos afirmou em relatório:

“Enxergamos o anúncio como um passo importante para a reestruturação da companhia, uma vez que a nova estrutura deixa a empresa em uma posição mais confortável para executar ajustes operacionais.”

Além disso, a empresa agora tem a chance de focar no seu planejamento “transformacional”.

Mais tempo para pagar…

O valor total da dívida citado no pedido é referente à emissão de quatro debêntures a mercado. Também inclui Cédulas de Crédito Bancário (CCBs) junto a instituições financeiras.

Quase todo esse valor venceria em 2027. No entanto, o acordo consolidou os papéis em uma nova debênture. Com isso, a empresa terá condições mais vantajosas para o pagamento da dívida.

Por exemplo, a rede varejista terá carência de 24 meses para o pagamento de juros e de 30 meses para o principal. Além disso, o prazo total da amortização da dívida será de 78 meses, enquanto o prazo médio será de 72 meses. Portanto, bem mais tempo do que os 22 meses originais.

Os pagamentos iniciarão em 2026, mas chegarão a volumes significativos apenas em 2026 e 2030. Além disso, os credores apoiadores poderão converter parte da dívida em participação nas Casas Bahia.

De acordo com a própria empresa, o plano de recuperação não envolve dívidas operacionais com fornecedores e parceiros. A renegociação também não vai impactar nos trabalhadores e clientes.

O presidente-executivo da Casas Bahia, Renato Franklin, disse que a expectativa é de que o plano seja homologado em até 40 dias. Afinal, a empresa tem o apoio de credores com cerca de 55% da dívida elencada no processo. Franklin explicou essa questão em uma apresentação para analistas, na segunda-feira (29).

…e mais dinheiro em caixa

Segundo a empresa, o acordo permitirá que ela preserve R$ 4,3 bilhões em caixa nos próximos 4 anos. Além disso, o aumento do prazo de pagamento de 22 para 72 meses, com redução de 1,5% no custo médio, representará uma economia de R$ 400 milhões ao longo do período.

Antes do acordo, a rede de varejo teria que pagar R$ 1,24 bilhões em amortizações e R$ 313 milhões em juros apenas neste ano. No entanto, agora retomará os pagamentos somente em 2026. Serão R$ 150 milhões em amortização e R$ 103 milhões em juros. Já em 2030, ela terá R$ 2,5 bilhões em amortizações e R$ 1,9 bilhões em juros.

Segundo analistas do Banco Safra, o acordo com os bancos é positivo em termos de fluxo de caixa. Afinal, ele reduz os desembolsos da empresa até 2026 em R$ 3,1 bilhões.

No entanto, apesar da redução no custo da dívida, no longo prazo, o pagamento total de juros crescerá consideravelmente. Esses juros passarão de R$ 971 milhões para R$ 2.4 bilhões, o que provocará um impacto significativo no fluxo de caixa futuro.

Casas Bahia ainda foca em plano “transformacional”

Segundo o presidente-executivo da Casas Bahia, Renato Franklin, a empresa deverá apresentar o balanço do 1º trimestre no dia 8 de maio. O executivo afirmou que o balanço apresentará “redução maciça de custos e redução de estoques”. No ano passado, houve o fechamento de 55 lojas, com 8,6 mil funcionários demitidos e a readequação de 4 centros de distribuição. Além disso, Franklin diz que a empresa ainda devolverá ou sublocará outros 10 centros de distribuição.

No entanto, segundo ele, o pedido de recuperação não mudará o foco da empresa no seu plano “transformacional”. Esse plano coloca o foco da empresa nas categorias de eletrodomésticos, celulares e móveis. Além disso, a empresa deverá investir em novas frentes, como a monetização de receitas com publicidade.

Franklin também comemora os R$ 4,3 bilhões de fluxo de caixa para os próximos quatro anos, obtidos no acordo com os credores. Afinal, a empresa poderá usar esse caixa para antecipar a execução de “algumas alavancas” do plano de transformação. Aliás, a ideia é que esse plano esteja em boa parte concluído até o final deste ano.

O executivo afirmou que a empresa poderá aproveitar o ciclo macroeconômico mais positivo que vem sendo sinalizado pela redução de juros da economia. Inclusive, há a expectativa de que a rede varejista abra novas lojas físicas. Além disso, a empresa espera trabalhar com novos produtos financeiros para clientes e fornecedores. Segundo Franklin:

“Vamos ver algum crescimento no nosso crediário ao longo de 2024.”

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