Passaporte com Bitcoin é vendido por US$ 1 milhão em El Salvador
A CitizenX anunciou uma parceria oficial com o governo de El Salvador. Agora, a empresa suíça de tecnologia será responsável por processar o licenciamento de um passaporte com Bitcoin (BTC).
Na prática, o programa Adopting El Salvador é a iniciativa de cidadania mais rápida do mundo mantida com criptomoedas.
Essa parceria permite que indivíduos e famílias de alto patrimônio adquiram a cidadania e passaporte salvadorenhos. Tudo acontece em menos de seis semanas, após doarem o equivalente a US$ 1 milhão em Bitcoin (BTC) ou Tether (USDT).
O programa, batizado de Freedom Passport, atrai empreendedores e investidores comprometidos em participar da transformação econômica e do crescimento sustentável de El Salvador.
El Salvador lança programa de cidadania com Bitcoin
A CitizenX administra o programa de cidadania com Bitcoin por meio de uma plataforma segura e privada, já integrada aos sistemas do governo salvadorenho.
Assim, ela usa a tecnologia e a infraestrutura da Tether para viabilizar pagamentos e processos de verificação, tornando esse o processo de cidadania por investimento mais rápido do mundo.
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Além disso, a doação de US$ 1 milhão é estruturada de forma que apenas um depósito inicial de US$ 1 mil é exigido. O restante, US$ 999 mil, é pago após a aprovação.
Segundo o anúncio, os candidatos precisam apresentar documentos de identificação padrão. Tais como comprovante de endereço, certidões de nascimento, atestados de antecedentes criminais e comprovante de recursos financeiros.
Portanto, o Freedom Passport de El Salvador se consolida como uma nova forma de financiamento soberano. Além disso, ele conecta o país diretamente a pessoas com ideais semelhantes que acreditam no futuro da nação.
No entanto, o governo limitou o programa a 1.000 participantes por ano. Ou seja, com a meta de arrecadar até US$ 1 bilhão caso todas as vagas sejam preenchidas.
Vale destacar que o passaporte salvadorenho permite entrada sem visto ou com visto na chegada em 135 a 150 países. Dessa forma, isso inclui o espaço Schengen, Reino Unido, Singapura e Hong Kong.
Assim, os portadores do passaporte podem viver em El Salvador. Por outro lado, é possível abrir contas bancárias internacionais e se beneficiar da política de dupla cidadania do país, sem restrições.
Política de Bitcoin de El Salvador
Em setembro de 2021, El Salvador se tornou o primeiro país do mundo a adotar o Bitcoin como moeda legal, decisão liderada pelo presidente Nayib Bukele.
Para dar suporte a essa visão, o governo criou a Comissão Nacional de Ativos Digitais (CNAD). O órgão é responsável por supervisionar emissores e provedores de ativos digitais.
Já em 2023, o país aprovou a Lei de Emissão de Ativos Digitais. A legislação estabeleceu um marco regulatório abrangente para ativos além do Bitcoin.
Apesar das ambições iniciais, a adoção do BTC como moeda legal enfrentou desafios de implementação e preocupações macroeconômicas.
Em janeiro de 2025 o governo e a Assembleia Legislativa revogaram o status do Bitcoin como moeda legal. A medida aconteceu após exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI).
BTC deixou status de moeda oficial no país
A exigência fez parte de um programa de assistência financeira de US$ 1,4 bilhão. Com isso, a criptomoeda deixou de ser usada para pagamentos de impostos, restringindo seu uso a transações voluntárias no setor privado.
Ainda assim, El Salvador continuou a reforçar suas reservas de BTC. O Fundo Estratégico de Reservas de Bitcoin do governo detinha mais de 6.102 moedas, avaliadas em quase US$ 550 milhões em março de 2025.
Assim, o governo se comprometeu com o FMI a não ampliar suas reservas de Bitcoin no setor público. No entanto, compras recentes feitas pelo Escritório Nacional do Bitcoin demonstram que o país mantém o compromisso com a criptomoeda como ativo estratégico.
Globalmente, outros países também têm explorado programas de cidadania e residência baseados em criptomoedas. Vanuatu foi o primeiro a aceitar Bitcoin, Tether (USDT), Ethereum (ETH) e Bitcoin Cash (BCH) em seu programa de cidadania por investimento (CBI), oferecendo cidadania em apenas 30 dias para investimentos a partir de US$ 115 mil.
Atualmente, o programa de Vanuatu é reconhecido pela rapidez e eficiência, oferecendo acesso sem visto a mais de 94 países. Além disso, isenção de impostos pessoais e corporativos, e um caminho para residência permanente na Austrália.
Por fim, Antígua e Barbuda também aceitam criptomoedas como prova de fundos em seu programa CBI. Contudo, o investimento final deve ser feito em moeda fiduciária. Esses programas evidenciam uma tendência crescente de países que usam ativos digitais para atrair investimentos e talentos.
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