Em meio à falência da exchange, token nativo da FTX tem aumento de preço de quase 70%

Um dos maiores escândalos do mercado de criptomoedas está perto de ter um fim. A corretora FTX foi responsável por deixar os investidores receosos depois que as carteiras de seus clientes foram esvaziadas. A princípio, o episódio foi atribuído a uma ação de hackers. Contudo, depois de muitas investigações, o dono da corretora foi preso e condenado.
Esse cenário indicava que o token nativo poderia nunca mais apresentar boas métricas de mercado. No entanto, o ativo surpreendeu e mostrou que pode acompanhar o crescimento dos demais tokens, mesmo com o processo de falência já na fase final.
O processo de falência da FTX e o crescimento do token nativo
Atualmente o ecossistema da FTX conta com a circulação de apenas um token nativo, o FTT. O ativo teve um bom crescimento nos últimos dias, mesmo em meio às especulações por conta da liquidação do processo de falência da corretora.
O processo envolvendo os investidores lesados pela FTX ainda não está finalizado. Agora, surgiu o Capítulo 11, que trata do plano de falência. Contudo, ele ainda não está aprovado pelo juiz responsável pelo caso. Isso deve acontecer em breve, durante uma audiência marcada para o dia 07 de outubro.
Caso o plano em questão funciona, os administradores da exchange deverão começar a pagar os valores devidos para os credores, incluindo investidores lesados. As distribuições começam abaixo de US$ 50 mil e integralmente quitada até o final de 2024. Já aqueles que esperam para receber valores maiores, devem receber os saldos no primeiro ou segundo trimestre de 2025.

Mesmo com a incerteza acerca da aprovação dos pagamentos e toda controvérsia envolvendo a FTX, o token relacionado com empresa obteve um bom rendimento nos últimos dias.
Dinâmica atual de preço do FTT e possibilidade de crescimento do token nativo da FTX
Os investidores do token FTT tiveram uma boa surpresa com a movimentação atual de preço do ativo. Em meio a uma reação geral do mercado, o ativo cresceu 67,2 % nos últimos 14 dias. Os rendimentos seguiram altos nos dias seguintes, com o token seguindo com aumento de quase 60% na última semana.

Mesmo com o crescimento acima da média, o preço do ativo está quase 97,5% abaixo de sua máxima histórica. Isso porque, o token está agora em US$ 2,20, sendo que no melhor momento de preço, os valores de mercado estavam próximos de US$ 85,00.
A ascensão do token poderia ter continuado se não fosse a polêmica envolvendo a corretora. Mesmo com as oscilações de mercado sentidas nos últimos anos, haviam chances de que o ativo pudesse ter apresentado rendimentos muito melhores, seguindo a mesma métrica dos ativos lançados na mesma época.
Com a proximidade do final do processo de falência e a melhora do cenário para os investimentos, há possibilidade de crescimento para o ativo. Isso porque, a fase aguda da controvérsia envolvendo a empresa já passou e os retornos positivos podem atrair mais investidores.
Token da FTX teve queda de quase 80% quando a crise envolvendo a corretora começou
Assim como aconteceu com diversas corretoras, o token nativo FTT entrou no mercado logo após o início das atividades da plataforma FTX. O principal objetivo do token era oferecer benefícios para os usuários, incluindo descontos nas taxas de negociação dentro da plataforma da exchange. Além disso, o ativo também poderia funcionar como garantia em futuras posições na bolsa, com relação aos investimentos relacionados com o token ou com a corretora.
O preço máximo histórico do ativo foi em setembro de 2021. Contudo, o token teve uma baixa considerável assim que as polêmicas envolvendo roubo das carteiras dos investidores da FTX vieram à tona.
Parte da baixa generalizada do token veio depois de uma ação da Binance, que aconteceu logo após a queda da corretora FTX. Por decisão do CEO Changpeng Zhao, houve a venda de todos os tokens FTT em posse da Binance, com o objetivo de evitar que a corretora fosse envolvida na crise.
Na época, especialistas apostaram na saída do FTT do mercado. Isso porque, alguns julgavam ser impossível manter-se no mercado após o desenrolar do processo contra a FTX. No entanto, o ativo segue surpreendendo e entregando bons rendimentos.
Entenda o que aconteceu com o dono da FTX após a quebra da corretora
O processo de falência da FTX não foi tranquilo para Sam Bankman-Fried, ex CEO da corretora cusado de vários crimes contra os clientes. Depois de uma longa instrução, o julgamento de Sam resultou em uma condenação à 25 anos de prisão nos Estados Unidos. Ele foi considerado culpado pelo cometimento de crime de fraude e também de conspiração.
Pesou contra ele o fato de estar à frente da corretora quando ela faliu, causando um prejuízo de mais de US$ 8 bilhões aos clientes. Na época, a FTX disputava o mercado com a Binance e Sam era conhecido por dispor de uma fortuna considerável.
Além do esvaziamento das carteiras, a administração da corretora também cometeu outros deslizes. Os investidores descobriram que os fundos da corretora eram misturados com os valores das carteiras dos clientes. Assim, os valores acabavam sendo usados para investir em projetos mais arriscados do mercado e também com gastos pessoais de Sam e outros executivos.
O caso da FTX não teve um bom desfecho para o seu CEO. Contudo, ele serviu para levantar uma questão bastante importante para o mercado: a segregação patrimonial. Em diversas discussões sobre a atuação das corretoras, o caso entra como paradigma. Isso porque, se os valores fossem separados corretamente, provavelmente os danos aos investidores seriam menores.
Esse é um dos pontos que a serem discutidos no Brasil em breve, quando o Congresso Nacional colocar a regulamentação das criptomoedas em discussão novamente. Assim, especialistas esperam que as novas regras indiquem a necessidade de segregar o patrimônio das corretoras, tornando o processo de investimento mais seguro para todos.

Leia mais:






