Dinheiro em espécie vai morrer: em até 10 anos todo o sistema financeiro será tokenizado

Durante o Anbima Summit realizado nesta quarta-feira (25/06), executivos de empresas como Itaú, Hashdex, Coinbase e Circle deixaram claro: o dinheiro em espécie está com os dias contados.

Desse modo, nos próximos dez anos, todo o sistema financeiro será tokenizado, substituindo o papel-moeda por ativos digitais integrados ao blockchain.

Essa previsão foi feita por líderes de gigantes como Circle, Coinbase, Itaú e Hashdex, que participaram de um painel no Anbima Summit.

De acordo com Eric Altafim, diretor de câmbio do Itaú, ‘vamos ver toda a indústria financeira tokenizada. Não falaremos mais de stablecoins, mas apenas de dinheiro — porque tudo será digital’.

Atualmente, stablecoins já representam mais de US$ 1 trilhão em transações anuais. Empresas globais usam esses tokens para pagar funcionários, enviar remessas e movimentar tesouraria entre países.

Segundo Fabio Plein, da Coinbase, ‘as stablecoins são a chave para alcançar um bilhão de usuários’. E o varejo lidera essa adoção.

Dinheiro em espécie vai morrer

Na América Latina, mais de 80% das operações com ativos digitais envolvem stablecoins.

De acordo com Daniel Mangabeira, da Circle, o público busca agilidade e estabilidade, e as stablecoins entregam isso com facilidade. ‘A infraestrutura já existe. O que falta é segurança jurídica’, alertou.

Essa ausência de regras claras atrasa o avanço dos ativos digitais. ‘Sem um padrão de lastro, a confiança some’, disse Samir Kerbage, da Hashdex.

Para ele, a tokenização é tão transformadora quanto foi a chegada da internet. ‘Antes, uma carta demorava dias. Hoje, uma mensagem é instantânea. Por que o dinheiro ainda não é assim?’

O Genius Act, nos Estados Unidos, promete mudar isso. Ele define regras claras para o lastro das stablecoins e exige auditorias periódicas.

‘Com padrões bem definidos, o mercado ganha transparência e escala’, completou Kerbage. O Brasil já tem bases semelhantes, como as contas de pagamento do Banco Central.

Além do varejo, os grandes investidores também aceleram a transformação.

Os ETFs de criptoativos, por exemplo, já respondem por 25% do volume negociado no mercado spot. Isso aproxima o mundo financeiro tradicional do novo sistema digital.

‘Estamos vendo o início de uma nova era. Os bancos vão emitir suas próprias stablecoins ou se integrarão a redes já existentes’, afirmou Mangabeira.

Ele aposta que, com o avanço da regulação, o Brasil liderará esse movimento.

Tokenização do sistema financeiro

Além disso, os executivos defenderam que tokenização do sistema financeiro, que já está em curso, permite acesso a ativos antes restritos.

Com tokens, qualquer pessoa pode investir em imóveis, crédito ou startups, com frações pequenas. Isso democratiza o capital e cria novas formas de financiamento para empresas.

Dessa forma, Fabio Plein, da Coinbase, reforçou que as stablecoins são o elo entre o velho e o novo sistema.

Em suma, ele vê nesses ativos o meio ideal para levar o cripto ao primeiro bilhão de usuários.

Para ele, dois marcos recentes reforçam essa visão: o IPO da Circle e a aprovação do Genius Act, que define regras claras para lastro e auditoria das stablecoins privadas.

‘A tokenização não é só uma tendência — é uma necessidade. As stablecoins são o canal para chegarmos a um bilhão de usuários no mercado cripto’, declarou Plein.

Fonte: Anbima Summit

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