Consumidores e Empresas Russas sentem o Impacto das Sanções à medida que o Rublo continua caindo
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O povo russo está cada vez mais começando a sentir o impacto das sanções lideradas pelo Ocidente, indicaram relatos da mídia de dentro do país.
O rublo voltou a cair hoje e, no momento da redação deste artigo, vale cerca de US$ 0,0090, ou 26% menos do que no dia da invasão da Ucrânia (24 de fevereiro).
O Kommersant informou que o número de pessoas que visitam restaurantes em Moscou despencou desde o início do que a Rússia chamou de “operações militares na Ucrânia”. No período de 24 de fevereiro a 1º de março, o número de clientes em restaurantes caiu até 50%, com as receitas de muitas redes caindo de 20% a 70%. O dono de uma rede de restaurantes opinou que “para os russos, ir a um restaurante na situação atual parecia inapropriado”.
Os salões de beleza também tiveram um declínio maciço no comércio, embora “o fluxo de clientes para restaurantes de fast-food” tenha aumentado, com o Burger King Russia dizendo ao meio de comunicação que “registrou um crescimento de dois dígitos em receita e tráfego nas últimas semanas em comparação com o mesmo período de 2021.”
O movimento nos shoppings também está em alta, com muitos aparentemente desesperados para gastar suas economias em rublos em produtos eletrônicos e outros itens que poderiam manter seu valor no caso de uma crise econômica.
Os preços do vinho e das bebidas destiladas estão em alta, informou o mesmo meio de comunicação separadamente, com alguns produtores que fazem uso de destilados importados aumentando os preços em até 30%.
Enquanto isso, o presidente Vladimir Putin assinou decretos destinados a combater o fogo econômico, incluindo medidas que permitem que os bancos limitem e bloqueiem os saques de dinheiro e outros ativos para contas no exterior.
Novaya Gazeta escreveu que os decretos impedem os residentes russos de “transferir moeda estrangeira sob contratos de empréstimo, creditar moeda estrangeira em suas contas fora da Federação Russa, bem como fazer transferências de dinheiro sem abrir uma conta bancária usando serviços estrangeiros de pagamento”.
Além disso, os exportadores russos serão obrigados a vender 80% de suas receitas nas divisas internacionais.
Além disso, conforme relatado, o Banco Central, enquanto isso, aumentou a taxa de juros de 9,5% para 20%.
Esta última decisão provavelmente afetará particularmente as empresas russas, disseram participantes do setor à Novaya Gazeta.
Igor Sagiryan, fundador da gigante da construção RKS Development, opinou:
“Não trabalhamos para oligarcas, mas com pessoas que fazem uma hipoteca de rublos ou economizam para a habitação. De onde essas pessoas vão tirar o dinheiro? Não vai ficar melhor. A situação não será resolvida. Independentemente de suas opiniões políticas, a situação será catastrófica para todos”.
Um funcionário não identificado da Aeroflot afirmou que as proibições de voos na transportadora nacional forneceriam um “pesadelo” para os profissionais de manutenção da frota, com a transportadora efetivamente aterrada.
E Leonid Novoselsky, presidente da empresa de consumo Gradient, lamentou:
“Estamos em operação desde 1991. Passamos por muitas coisas nesse tempo, mas nunca houve um bloqueio logístico e financeiro como este para lidar. O que nós fazemos? Teremos que produzir nossos próprios componentes. Haverá [um retorno à] agricultura de subsistência.”
Outros, no entanto, tiveram uma visão diferente, alegando que haveria “vencedores e perdedores” à medida que as sanções e contra-sanções fossem implementadas.
Além disso, o Banco Central suspendeu as negociações de manhã e à noite nos mercados de câmbio da Bolsa de Moscou até 5 de março, com as negociações também ainda suspensas no mercado de ações.
O banco russo e gigante de TI Sberbank já sofreu um duro golpe com as sanções – a empresa teve que encerrar suas operações na Europa e fechar suas subsidiárias europeias.
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